Literatura Lusófona - LL
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Introdução
O acervo digital de obras raras pertencentes à área de Literatura Lusófona, que integra o Programa “Preservação da Memória Social” da UNESP, é procedente do Acervo Lívio Xavier, sob a responsabilidade do Centro de Documentação e Memória da Unesp (Cedem). Composto de títulos significativos publicados entre o final do século XIX e início do século XX, o acervo é constituído de obras que se distribuem nos seguintes gêneros: seleta escolar (1), coletânea de crônicas (3) e de contos populares (1), romance (3), crítica e teoria literária (2), edição comentada (1), relato de guerra (1). A seleta escolar contempla clássicos portugueses (séculos XVI e XVII) e autores nacionais (século XVIII), as crônicas abordam vultos e fatos da atualidade, a antologia de contos populares representa o folclore luso, negro e indígena, os romances situam-se, os portugueses, no Romantismo, o brasileiro, entre o Naturalismo e o Simbolismo, a edição comentada é consagrada a um clássico do século XVI português (Os Lusíadas, de Camões) e o relato histórico refere-se à Revolta da Armada (1893-1894). Do inventário de obras escritas em língua portuguesa, destaca-se a literatura brasileira, representada por nomes como João Ribeiro, Sílvio Romero, Cosme Velho, pseudônimo de Araripe Júnior, Alberto Torres, Afonso Celso, visconde de Ouro Preto, Antônio Carlos Cirilo Machado, visconde de Santo Tirso, e um autor anônimo (oficial da Marinha envolvido na Revolta da Armada). Representam a literatura portuguesa apenas dois autores: Epifânio da Silva Lisboa e Camilo Castelo Branco, o primeiro, filólogo, o segundo, romancista. Quanto às editoras, as portuguesas têm liderança, e se fazem representar por três casas de Lisboa - Heitor & Lallemant (com sucursal em Paris), Livraria Clássica, Nova Livraria Internacional – e duas do Porto, - Cruz Coutinho, Companhia Portuguesa Editora, do Porto. Das editoras brasileiras, quatro situam-se no Rio de Janeiro – Campos & Cia, Livraria Moderna, Tipografia Morais, A. J. Castilho, Francisco Alves – e uma em São Paulo – Editora de Monteiro Lobato. A Aillaud & Bertrand, de Paris, é a única editora a representar o segmento francês. No que se refere à materialidade das obras, aspecto a chamar a atenção é a ausência de marcas (grifos, adendos), a revelar não apenas a procedência particular do acervo, como também os hábitos de leitura, protagonizados tão somente pelos olhos. Algumas assinaturas inscritas nas capas (caso de Miss Kate, de Cosme Velho, e Seleta clássica, de João Ribeiro), acompanhadas das datas da provável aquisição, permaneceram como rastro discreto de leitura e circulação das obras.
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Item A América Latina: analise do livro de igual título do Dr. M. Bomfim(Chardron, 1906) Romero, SylvioSilvio Romero (1851-1914), filho do português André Ramos Romero e de Maria Joaquina Vasconcelos da Silveira, nasceu em Lagarto, SE, em 21 de abril de 1851, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de julho de 1914. Formou-se na Faculdade de Direito de Recife ao lado de Tobias Barreto e de outros estudantes que buscavam uma renovação na mentalidade brasileira. Inicialmente positivista, Romero vai se afastando da filosofia de Comte e se aproximando do evolucionismo de Herbert, em busca de métodos objetivos de crítica literária. Foi jornalista, promotor, deputado, juiz e professor, além de um pesquisador bibliográfico minucioso que ganhou grande respeito na imprensa carioca. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, membro da Academia Brasileira de Letras, sendo sua contribuição à historiografia literária brasileira umas das mais consideráveis de seu tempo. Na biblioteca da University of Toronto Libraries, hospedada em Archieve.org, é possível encontrar um perfil de Sílvio Romero por Arthur Guimaraes, publicado em 1915. Na coleção de obras digitais da Biblioteca Nacional de Portugal também é possível localizar outras obras de Sílvio Romero, inclusive em parceria com Arthur Guimaraes. A Biblioteca Brasiliana da USP também possui um grande acervo com obras do autor, incluindo a polêmica que ele estabeleceu com José Veríssimo e que foi publicada com o título de Zéverissimações ineptas da critica : repulsas e desabafos.Item Antologia portugueza(Magalhães e Moniz, 1876) Braga, TheophiloProfessor de Literaturas Modernas do Curso Superior de Letras de Lisboa, desde 1872, Joaquim Teófilo Fernandes Braga (Ponta Delgada, 24 de fevereiro de 1843 - Lisboa, 28 de janeiro de 1924) vai aproveitar a sua experiência de ensino, na publicação de uma série de obras voltadas ao estudo da literatura, dentre elas, a Antologia Portuguesa, publicada no Porto, pela Livraria Universal, em 1876, concebida como complemento ao Manual de História da Literatura Portuguesa, de 1875. Na “Poética histórica portuguesa”, que precede a antologia propriamente dita, para além de considerações sobre metrificação e taxonomia poética, Teófilo sustenta uma vez mais que “na poesia portuguesa, não havendo um forte elemento tradicional para ser elaborado segundo as necessidades do sentimento nacional, prevaleceu a imitação desde a idade média até hoje”. Em seguida, acompanha o fluxo temporal das sucessivas correntes poéticas, subdividindo-as, em função dos gêneros, em seis épocas literárias, representadas pelos respectivos expoentes, quais sejam: 1ª. época, escola provençal (séculos XIII e XIV), 2ª. época, escola espanhola (século XV), 3ª. época, escola quinhentista (hispano-itálica, italiana, medida velha), 4ª. época, escola seiscentista (século XVII), 5ª. época, escola arcádica (século XVIII) e 6ª. época, escola romântica (século XIX), ilustrada apenas por Almeida Garrett e Soares Passos. Demais autores românticos, portugueses, brasileiros e galegos, irão figurar no Parnaso Português Moderno, publicado em 1877.Item Aos Monarchistas(Domingos de Magalhães, 1895) Celso, AfonsoAffonso Celso de Assis Fihgueiredo Junior (1860-1938), nascido em Outro Preto, MG, em 1860, filho do Visconde de Ouro Preto, último Presidente do Conselho de Ministros do Império, e de D. Francisca de Paula Martins Toledo, formou-se bacharel em direito em São Paulo. Ocupou inúmeros cargos públicos, como Inspetor da Tesouraria, Procurador Fiscal da Fazenda Geral da Província, Ministro da Marinha e Ministro da Fazenda, promovendo importantes inovações que firmaram a política econômico-financeira no país. Assim, considerável parte de sua bibliografia trata de uma literatura política, destacando-se, por exemplo, As finanças do Império (1876), Discurso pronunciado em sessão da câmara quatrienal de 18.04.1879. (1879) e Relatório - exercício de 1879-80 (1880). Foi, ainda, um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras e do Jornal do Brasil, onde publicou seus artigos por mais de trinta anos. Em 1900, publicou Porque me ufano de meu país, lançando a expressão ‘ufanismo’ para tratar do amor à pátria. Morreu em 1938, no Rio de Janeiro, deixando abrangente obra publicada que inclui teatro, crítica, história, trabalhos jurídicos, conferências e discursos. Aos Monarchistas, edição da Livraria Moderna, de 1895, em capa dura. Precedendo o início da obra, apresenta-se apenas uma página de informações do autor sobre os dois artigos, Aos Monarchistas e Aventuras de Manuel João. De cunho político, a obra se inicia com o capítulo de indagação “Será possivel a restauração da monarchia?”, pergunta imediatamente respondida de acordo com o ponto de vista do autor e desenvolvida ao longo da obra. Sem índice ou outras informações relevantes. Um dos mais conhecidos volumes de Affonso Celso, no discurso ele discute as possibilidade de resgatar a monarquia e conclama os partidários a se unirem para reconduzir o país aos rumos do Império. Ainda que tenha defendido ideais republicanos durante a monarquia e tenha sido monarquista durante a República, Affonso Celso sempre foi, na verdade, um dos grandes nacionalistas brasileiros, tendo escrito, inclusive, o volume Porque me ufano de meu país. Na Biblioteca da University of Toronto Libraries, hospedada em Archieve.org, é possível localizar, ainda, as obras Um Invejado (Volume 1) e Um Invejado (Volume 2), além de Contradictas Monarchicas, de 1896, em que responde a artigos publicados em jornais da época e que repercutiam suas posições monarquistas.Item Aventuras de Bazilio Fernandes Enxertado(Livraria de Antonio Maria Pereira, 1872) Castello Branco, CamilloCamilo Castelo Branco (Lisboa, 16 de março de 1825 – Vila Nova de Famalicão, 1 de junho de 1890) foi um dos escritores mais prolíficos da literatura portuguesa, tendo incursionado pelo romance, crônica, crítica literária, teatro, história, poesia e tradução. Relativamente à sua vida, sabe-se tão pouco a respeito dela, que muito cedo se criou a aura do “torturado de Ceide”, tornando inevitável ler na sua obra momentos da vida vivida. Personalidade instável, irrequieta e irreverente, Camilo esteve envolvido em amores tumultuosos, o mais famoso conhecido como “episódio Ana Plácido” (1859-1862), mulher casada que fugiu com o escritor, sendo ambos presos e depois absolvidos. Na época, Camilo já era um escritor conhecido pela sua atividade jornalística e literária, tendo colaborado em vários jornais (O Nacional, Jornal do Comércio, Semana, entre outros), sob o seu nome ou com pseudônimos, como também fundado outros tantos (A Cruz, O Bico de Gás, O Ateneu, A Gazeta Literária do Porto). Depois de estrear na poesia, Camilo volta-se para o teatro, mas será no romance onde o escritor produziu grande parte de sua obra. Mais conhecido como autor de romances e novelas sentimentais, Camilo, no entanto, tem uma vasta produção de romances satíricos, nos quais investe contra a corrupção moral, dentre os quais Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado, publicado em 1863, e cuja segunda edição, saiu em 1872, pela Livraria de Antonio Maria Pereira – Editor, de Lisboa. Centrado na alta burguesia portuense, o romance relata as peripécias de Basílio Fernandes Enxertado, filho de um rico comerciante do Porto, a partir de um narrador que se identifica como amigo de Basílio. Muito embora pretenda contar a saga de um herói, título que o narrador atribui à personagem, nem por isso deixa de ridicularizá-lo. Daí decorre a criação de um dos narradores mais irônicos da obra camiliana, pois ao mesmo tempo em que se mostra disposto a defender o suposto amigo, bem como a burguesia a que pertence, expõe o oportunismo em que se fundamentam suas relações. As cenas cônicas e irônicas que compõem o romance de 1863, para além de divertirem o leitor, retratam como a influência da família Enxertado culmina em benefícios jurídicos bastante particulares que ignoram a legislação vigente no período. A prática do favor, acionada pelo dinheiro, instigou José Fernandes Enxertado, pai do protagonista, a tomar duas providências que determinaram a direção da narrativa: impedir um casamento indesejado e adquirir um título de nobreza.Item O bandido do Rio das Mortes(Imprensa Official do Estado de Minas Gerais, 1904) Bernardo, GuimarãesBernardo Joaquim da Silva Guimarães (Ouro Preto, MG, 10 de março de 1825 - Ouro Preto, MG, 10 de março de 1884), advogado, jornalista, poeta, romancista, produziu vasta e diversificada obra literária, cultivando a feição urbana, a regionalista-sertanista, a indianista e a histórica. Dessa última modalidade, destaca-se O Bandido do Rio das Mortes, romance histórico em continuação ao Maurício ou Os Paulistas em S. João d’El-Rey (1877), e nos quais aborda o episódio da Guerra dos Emboabas. Publicado em 1904, pela Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, O Bandido do Rio das Mortes veio ao público graças aos esforços da viúva Teresa Guimarães, que logrou reaver trechos esparsos do romance, e do padre Pio de Sousa Reis, que conseguiu autorização do Congresso Mineiro para a impressão do trabalho por conta do Estado de Minas Gerais, como informa Afonso Celso no prefácio do livro. No processo de elaboração dos romances Maurício e O Bandido do Rio das Mortes, Bernardo Guimarães percorreu a região de São João del Rei (hoje Tiradentes), conversando com tropeiros e garimpeiros em busca de informações acerca dos costumes, tradições e linguagem do sertão mineiro. Inspirado na ficção praticada por José de Alencar, O Bandido do Rio das Mortes, ao contrário do que faria supor o título do romance, explora a paixão de Maurício por Leonor, filha do capitão-mor, também cortejada pelo fidalgo Fernando, e o profundo ódio entre os bandeirantes, conquistadores das minas de ouro das Minas Gerais, e os reinóis, pano de fundo em torno do qual se constrói o universo ficcional calcado em poucas situações e tipos humanos, movidos por um psicologismo esquemático.Item Bilhetes Postaes(Domingos de Magalhães Editor, 1894) Coelho Netto, Henrique MaximianoHenrique Maximiano Coelho Netto (1864-1934), nasceu em Caxias, Maranhão, em 1864, filho de Antônio da Fonseca Coelho, português, e Ana Silvestre Coelho, índia. Mudou-se para o Rio de Janeiro com os pais ainda menino, onde, mais tarde, começou a cursar Medicina, mas logo desistiu. Em 1883, matriculou-se no curso de Direito, que também não completou, mas que lhe mostrou o ambiente e os amigos ideais ao seu espírito revoltado, entregando-se aos ideais abolicionistas e republicanos. No Rio de Janeiro, colaborou em jornais e alcançou o cargo de secretário. Casou-se em 1890 com Maria Gabriela Brandão com quem teve 14 filhos. Ocupou diversos cargos, como professor do Ginásio Pedro II e da Escola de Arte Dramática, deputado federal pelo Maranhão, secretário-geral da Liga de Defesa Nacional e membro do Conselho Consultivo do Theatro Municipal. Além dessas ocupações, também manteve a intensa atividade de publicações em revistas e jornais, além daquelas assinadas com inúmeros pseudônimos: Anselmo Ribas, Caliban, Ariel, Amador Santelmo, Blanco Canabarro e Charles Rouget dentre outros. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28 de novembro de 1934, deixando uma obra extensa e diversificada que fez dele, por muitos anos, o escritor mais lido do Brasil. Há muitas obras digitalizadas de Coelho Neto disponíveis na University of Toronto Libraries, hospedada em Archieve.org. Na coleção de obras digitais da Biblioteca Nacional de Portugal também é possível localizar outras obras do autor.Item O Brasil social(Typ. do jornal do Commercio de Rodrigues e C., 1907) Romero, SylvioSilvio Romero (1851-1914), filho do português André Ramos Romero e de Maria Joaquina Vasconcelos da Silveira, nasceu em Lagarto, SE, em 21 de abril de 1851, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de julho de 1914. Formou-se na Faculdade de Direito de Recife ao lado de Tobias Barreto e de outros estudantes que buscavam uma renovação na mentalidade brasileira. Inicialmente positivista, Romero vai se afastando da filosofia de Comte e se aproximando do evolucionismo de Herbert, em busca de métodos objetivos de crítica literária. Foi jornalista, promotor, deputado, juiz e professor, além de um pesquisador bibliográfico minucioso que ganhou grande respeito na imprensa carioca. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, membro da Academia Brasileira de Letras, sendo sua contribuição à historiografia literária brasileira umas das mais consideráveis de seu tempo. Na biblioteca da University of Toronto Libraries, hospedada em Archieve.org, é possível encontrar um perfil de Sílvio Romero por Arthur Guimaraes, publicado em 1915. Na coleção de obras digitais da Biblioteca Nacional de Portugal também é possível localizar outras obras de Sílvio Romero, inclusive em parceria com Arthur Guimaraes. A Biblioteca Brasiliana da USP também possui um grande acervo com obras do autor, incluindo a polêmica que ele estabeleceu com José Veríssimo e que foi publicada com o título de Zéverissimações ineptas da critica : repulsas e desabafos.Item Camões : estudo histórico - poético(1863) Castilho, Antonio Feliciano de; Livr. Tavares CardosoItem Camões : estudo historico-poetico liberrimamente fundado sobre um drama francez dos senhores Victor Perrot, e Armand du Mesnil(Sociedade typographica franco-portugueza, 1863) Castilho, Antonio Feliciano de; Perrot, Victor; Du Mesnil, ArmandAntonio Feliciano de Castilho (1800-1875), nasceu em 1800, em Lisboa, filho do médico José Feliciano de Castilho e da tradicionalista, devota e monárquica Domitília Máxima da Silva. Aos seis anos, vítima de sarampo, fica irremediavelmente cego. Em sua educação primária, frequenta a Real Escola Literária do Bairro Alto e o Mosteiro de Jesus, aprofundando seus estudos de latim, retórica e filosofia. É de sua adolescência, sob a vista de António Ribeiro dos Santos e de Agostinho de Macedo, que datam os primeiros escritos poéticos. Licenciou-se em Cânones em Coimbra, casou-se e viveu um tempo na Ilha da Madeira e nos Açores, onde dirigiu um colégio, em que estudou Antero de Quental, principal representante realista da polêmica denominada Questão Coimbrã, na qual Castilho envolveu-se posteriormente em defesa do romantismo. Morre em 1875 em sua terra natal, deixando extensa bibliografia.Item Campo de flores(A Editora Limitada, 2014-03-26) Deus, João deJoão de Deus (1830-1896), nascido em Algarve, de família modesta, com muita dificuldade, formou-se em Direito em Coimbra. Trabalhou como jornalista e, rapidamente, chegou a deputado, não prestando notáveis serviços políticos. Devido ao seu método de leitura e escrita, impresso com o título de Cartilha Maternal, foi muito reconhecido, recebendo, em 1895, um ano antes de falecer, grandes manifestações organizadas pelos jovens das escolas de Lisboa e apoiada pelo governo. Reuniu toda a sua obra no livro Campo de Flores, a que dedicou aos seus contemporâneos da Universidade de Coimbra.Item Cancioneiro alegre de poetas portuguezes e brazileiros(Livraria Internacional de Ernesto Chardron, 1887) Castello Branco, CamilloCamilo Castelo Branco (Lisboa, 16 de março de 1825 – Vila Nova de Famalicão, 1 de junho de 1890) foi um dos escritores mais prolíficos da literatura portuguesa, tendo incursionado pelo romance, crônica, crítica literária, teatro, história, poesia e tradução. Relativamente à sua vida, sabe-se tão pouco a respeito dela, que muito cedo se criou a aura do “torturado de Ceide”, tornando inevitável ler na sua obra momentos da vida vivida. Mais conhecido como autor de romances e novelas sentimentais, Camilo foi também organizador da antologia Cancioneiro Alegre de Poetas Portugueses e Brasileiros, cuja 2ª. edição foi publicada em 2 vols., pela editora de Ernesto Chardron, do Porto, em 1887 (a 1ª. é de 1879). Com prefácio datado de São Miguel de Seide, 1º. de janeiro de 1879, o romântico português declara ter-se inspirado em The Book of Humour Poetry, “impresso recente e primorosamente em Edimburgo”. Partindo do princípio de que “a poesia sentimental acabou”, Camilo seguiu o exemplo da seleta escocesa, escolhendo versos onde “não há flores para altares nem de jazigo”. Por trás do elogio do riso, Camilo investe contra “Ideia Nova”, isto é, o realismo/naturalismo, então em pleno apogeu em Portugal, responsável pela morte da poesia sentimental. A antologia organizada por Camilo provocou aplausos e protestos, conforme ilustram os comentários que fazem parte do 2º. Volume - “Os Críticos do Cancioneiro Alegre” -, com prefácio do autor de 1º. de setembro de 1879. Sem obedecer a qualquer rigor histórico ou cronológico, a antologia compila poemas de 59 autores (32, no 1º. vol., 27, no 2º.), entre brasileiros e portugueses, especialmente modernos, precedendo-os de comentários, entre mordazes e irônicos. Dentre os brasileiros figuram Franco de Sá, Fagundes Varela, Correia de Almeida (Padre José Joaquim), Caetano Filgueiras, Gonçalves Dias, Joaquim de Sousa Andrade, Casimiro de Abreu, Meneses Paredes, Francisco Moniz Barreto. Do rol de poetas portugueses fazem parte, entre outros, Gil Vicente, Camões, Bocage, Almeida Garrett, Castilho, Antero de Quental, João de Deus, Simões Dias, Faustino Xavier de Novais, Gomes de Amorim.Item Canções da decadência(Carlos Pinto & Comp., 1889) Albuquerque, Medeiros eNome praticamente esquecido pelas histórias da literatura brasileira, coube a José Joaquim de Campos da Costa Medeiros e Albuquerque (Recife, PE, 4 de setembro de 1867 – Rio de Janeiro, RJ, 9 de janeiro de 1934) a introdução do Simbolismo no Brasil. Procedente de ilustre família pernambucana, ainda jovem Medeiros e Albuquerque acompanha o pai em viagem para a Europa, e, em Paris, entra em contato com as novas modas literárias francesas, em particular As Flores do Mal (1857), de Baudelaire. De volta ao Brasil, estreia na poesia com Canções da Decadência, publicado pela Tipografia Americana, de Pelotas, em 1889, data identificada no prefácio assinado pelo autor. Aqui, ainda, Medeiros e Albuquerque relata que a obra resulta da reunião de poemas escritos entre os 15 e 18 anos, e que num primeiro momento pensou em publicá-la sob pseudônimo. A crítica benevolente com que foi acolhido seu outro livro de poemas, Pecados, que também saiu em 1889, fez Medeiros de Albuquerque mudar de ideia, e assumir a responsabilidade do próprio nome. Muito embora caiba às Canções da Decadência lugar pioneiro na bibliografia simbolista brasileira, a obra foi avaliada na época como expressão da “estrambótica escola dos simbolistas e decadentes”, no dizer de Filinto de Almeida. O julgamento do crítico expressa a forte oposição enfrentada pelo Simbolismo, quando surgiu no Brasil, num momento em que o Parnasianismo, na poesia, e o Realismo, na prosa, ainda gozavam de grande prestígio. Por isso mesmo, em Canções da Decadência o simbolismo reside nos aspectos mais convencionais do movimento, como a ênfase na imaginação, no intuitivo, na exaltação do espiritual, do místico, na linguagem ricamente adornada, vestígios do repertório de soluções convencionais que o Parnasianismo estilizou.Item Cantos do fim do século(Typ. Fluminense, 1878) Romero, SylvioSilvio Romero (1851-1914), filho do português André Ramos Romero e de Maria Joaquina Vasconcelos da Silveira, nasceu em Lagarto, SE, em 21 de abril de 1851, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de julho de 1914. Formou-se na Faculdade de Direito de Recife ao lado de Tobias Barreto e de outros estudantes que buscavam uma renovação na mentalidade brasileira. Inicialmente positivista, Romero vai se afastando da filosofia de Comte e se aproximando do evolucionismo de Herbert, em busca de métodos objetivos de crítica literária. Foi jornalista, promotor, deputado, juiz e professor, além de um pesquisador bibliográfico minucioso que ganhou grande respeito na imprensa carioca. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, membro da Academia Brasileira de Letras, sendo sua contribuição à historiografia literária brasileira umas das mais consideráveis de seu tempo. Na biblioteca da University of Toronto Libraries, hospedada em Archieve.org, é possível encontrar um perfil de Sílvio Romero por Arthur Guimaraes, publicado em 1915. Na coleção de obras digitais da Biblioteca Nacional de Portugal também é possível localizar outras obras de Sílvio Romero, inclusive em parceria com Arthur Guimaraes. A Biblioteca Brasiliana da USP também possui um grande acervo com obras do autor, incluindo a polêmica que ele estabeleceu com José Veríssimo e que foi publicada com o título de Zéverissimações ineptas da critica : repulsas e desabafos.Item Cantos populares do Brasil(Classica de Alves & Comp., 1897) Romero, SylvioSilvio Romero (1851-1914), filho do português André Ramos Romero e de Maria Joaquina Vasconcelos da Silveira, nasceu em Lagarto, SE, em 21 de abril de 1851, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de julho de 1914. Formou-se na Faculdade de Direito de Recife ao lado de Tobias Barreto e de outros estudantes que buscavam uma renovação na mentalidade brasileira. Inicialmente positivista, Romero vai se afastando da filosofia de Comte e se aproximando do evolucionismo de Herbert, em busca de métodos objetivos de crítica literária. Foi jornalista, promotor, deputado, juiz e professor, além de um pesquisador bibliográfico minucioso que ganhou grande respeito na imprensa carioca. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, membro da Academia Brasileira de Letras, sendo sua contribuição à historiografia literária brasileira umas das mais consideráveis de seu tempo. Na biblioteca da University of Toronto Libraries, hospedada em Archieve.org, é possível encontrar um perfil de Sílvio Romero por Arthur Guimaraes, publicado em 1915. Na coleção de obras digitais da Biblioteca Nacional de Portugal também é possível localizar outras obras de Sílvio Romero, inclusive em parceria com Arthur Guimaraes. A Biblioteca Brasiliana da USP também possui um grande acervo com obras do autor, incluindo a polêmica que ele estabeleceu com José Veríssimo e que foi publicada com o título de Zéverissimações ineptas da critica : repulsas e desabafos. Cantos Populares do Brazil, segunda edição melhorada da Livraria Clássica de Alves de Comp., de 1897. O volume inicia-se com uma “Introducção”, seguida já pela primeira das quatro séries de cantos populares do Brasil que compõem o livro: I. Romances e xacaras; II. Bailes, cheganças e resados; III. Versos Geraes e IV. Oraçoes e parlendas. “Primeira série de cantos populares do Brasil – romances de xacaras”. Ao final, o volume traz uma “Nota indispensavel”, escrita pelo próprio Sylvio Romero e um índice das obras presentes em cada série de cantos.Item Cartas a Luiza(Barros & Filha, 1886) Carvalho, Maria Amália Vaz deMaria Amália Vaz de Carvalho (Lisboa, 2 de fevereiro de 1847 – Lisboa, 24 de março de 1912), pseudônimo de Valentina Lucena, articulista de sucesso, tanto em Portugal quanto no Brasil, autora de vasta obra de caráter polígrafo que vai da poesia ao conto, da crônica ao estudo monográfico, primeira mulher a dar entrada na Academia das Ciências de Lisboa, redatora de periódicos femininos portugueses, como Voz Feminina, foi casada com o poeta parnasiano Gonçalves Crespo. Ao estrear na poesia aos vinte anos, Maria Amália é saudada por personalidades literárias do porte de Fialho de Almeida, Ramalho Ortigão, Camilo Castelo Branco e Guerra Junqueira. Sob a influência de Madame de Sevigné, Madame de Stäel e George Sand, a escritora portuguesa pratica o texto epistolar, a exemplo das Cartas a Luíza (Moral, Educação e Costumes), livro publicado no Porto, pelos editores Barros & Filha, em 1886. Voz que se destaca nas questões do feminino, em Portugal do século XIX, em Cartas a Luíza, obra dedicada à amiga Maria Luiza de Almeida e Albuquerque, Maria Amália defende a necessidade e importância da educação feminina, tema recorrente em outros livros da autora, e contesta que as mulheres deveriam manter-se ignorantes. Na constituição da família moderna, caberia a elas, não um papel secundário, de submissão servil ao homem, como ocorreu em sucessivas civilizações, mas a missão social, posta em prática na esfera doméstica, como mães, companheiras e inspiradoras de seus maridos. Publicadas de forma esparsa, quatro das Cartas a Luíza saíram, entre 1884-1885, no jornal O País, do Rio de Janeiro, do qual Maria Amália Vaz de Carvalho era colaboradora.Item Cartas litterarias(Typ. Aldina, 1895) Caminha, AdolphoAdolfo Ferreira Caminha (Aracati, CE, 29 de maio de 1867 – Rio de Janeiro, RJ, 1º. de janeiro de 1897), romancista, contista, crítico, jornalista, membro da Padaria Espiritual com o nome de Félix Guanabarino, é uma das figuras mais expressivas do Naturalismo no Brasil, autor dos romances A Normalista (1893) e O Bom Crioulo (1895). O volume de crítica literária, Cartas Literárias, publicado no Rio de Janeiro, em 1895, é composto por artigos que haviam aparecido na Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, de novembro de 1893 a julho de 1894, além de outros trabalhos surgidos em 1891 na Revista Moderna, de Fortaleza. Logo na abertura do volume há uma dedicatória a Isabel C***, referência a Isabel Jataí de Paula Barros, que abandonou o marido, um alferes do Exército, para se unir a Caminha, fato que gerou rumoroso escândalo na provinciana Aracati e levou o escritor, então oficial da marinha, a abandonar a Armada. Integram a antologia Cartas Literárias os artigos: “Novos e Velhos” (crítica à estética simbolista e retrospecto da literatura no Brasil), “Protetorado de Midas” (dificuldade de o escritor brasileiro manter-se fiel aos seus ideais e a má vontade dos editores), “Émile Zola” (análise do romance Lourdes), “Nativismo ou Cosmopolitismo?” (crítica aos partidários dessa falsa questão), “A Forma” (defesa do cuidado com a forma), “Coelho Neto” (análise do romance A Capital Federal), “Em Defesa Própria” (contra as críticas ao romance A Normalista), “Fialho de Almeida” (análise do livro de contos, No País das Uvas), “Praga” (análise do romance Praga, de Coelho Neto), “Musset e os Novos” (investida contra os críticos que, empolgados com Baudelaire, desmerecem a obra do poeta romântico), “Uma Estréia Ruidosa” (sobre o livro Versos Diversos, de Antônio Sales), “Norte e Sul” (defesa da literatura do Norte), “A Fome” (análise do romance de Rodolfo Teófilo), “Editores” (crítica à ganância e ambição dos editores brasileiros), “A Padaria Espiritual” (reminiscência acerca da agremiação cearense Padaria Espiritual), “Lupe” (análise do romance de Afonso Celso, “O Indianismo” (a tradição indianista no Brasil), “Poeta e Cronista” (análise de Crônicas e Novelas, de Olavo Bilac), “À Sombra de Molière” (análise de Contos Fora de Moda, de Artur Azevedo), “Entre Parênteses” (crítica à obra Nova escola penal, de Viveiros de Castro), “Pseudo-Teatro” (decadência do teatro brasileiro), “Os Obscuros” (escritores, brasileiros e estrangeiros, que morreram no anonimato, sem alcançar a glória almejada).Item Carteira do artista: apontamentos para a historia do theatro portuguez e brazileiro(Antiga Csa Bertrand, 1898) Bastos Sousa, AntonioAntonio de Sousa Bastos (Lisboa, Portugal, 19 de maio de 1844 – Lisboa, 21 de julho de 1911), jornalista, teatrólogo, empresário de companhias teatrais, ensaiador, esteve no Brasil onde dirigiu empresas dramáticas, em São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Pernambuco. Essa larga experiência de homem de teatro está na base da obra Carteira do Artista. Apontamentos para a História do Teatro Português e Brasileiro acompanhados de notícias sobre os principais artistas, escritores dramáticos e compositores estrangeiros, publicada em Lisboa, pela Antiga Casa Bertrand – José Bastos, em 1898. No prefácio da obra, intitulado “Só Duas Palavras”, Freitas Bastos considera o trabalho incompleto, em vista das dificuldades de acesso a informações a respeito dos artistas, brasileiros, portugueses e de outras nacionalidades, que integram o dicionário de teatro, embora o autor tenha se valido da ajuda de alguns amigos, autores, atores e empresários, aos quais estende os seus agradecimentos, como também da consulta a inúmeros jornais e revistas, identificados nas “Fontes”. A ampla pesquisa resultou na elaboração de verbetes acompanhados, a maior parte, do retrato do artista, designação que contempla os vários profissionais envolvidos com as artes cênicas. Concebidos como efemérides, e vazados num discurso jornalístico, os verbetes seguem uma sucessão cronológica de datas e de seus respectivos acontecimentos, funcionando como um calendário, com início em janeiro e término em dezembro. Objeto de comemorações são as biografias dos artistas, histórias de vida pontuadas de privações, glórias e esquecimentos, como também de fatos relevantes relativos ao calendário dramático, como a abertura e o fechamento de teatros, estréias de companhias estrangeiras, traduções de peças famosas.Item Chronicas de Valentina(Tavares Cardoso & Irmão, 1890) Carvalho, Maria Amália Vaz deMaria Amália Vaz de Carvalho (Lisboa, 2 de fevereiro de 1847 – Lisboa, 24 de março de 1912), pseudônimo de Valentina Lucena, articulista de sucesso, tanto em Portugal quanto no Brasil, autora de vasta obra de caráter polígrafo que vai da poesia ao conto, da crônica ao estudo monográfico, primeira mulher a dar entrada na Academia das Ciências de Lisboa, redatora de periódicos femininos portugueses, como Voz Feminina, foi casada com o poeta parnasiano Gonçalves Crespo. Sob pseudônimo literário, publica Crônicas de Valentina, em 1890, pela casa editora de Tavares Cardoso & Irmão, de Lisboa. Na carta-prefácio, o amigo Ramalho Ortigão destaca como característica do processo crítico-investigativo de Maria Amália “uma nativa e dominadora necessidade de explicar todas as coisas para não odiar nenhuma”, apontando igualmente a popularidade da escritora num meio, como o português, cuja opinião “não é benigna à mulher de letras”. Alguns textos agrupados na antologia de 1890 referem-se à esfera do feminino, proveniente da pena de mulheres e homens, como “Sóror Mariana”, “A Vida e as Cartas de G. Eliot”, “A Mulher de Carlyle”, “Paulina de Beaumont e a marquesa de Custine”. Os últimos lançamentos de Alfred Daudet (O Imortal, 1880), Pierre Loti, (Pescador da Islândia, 1886) e Émile Zola (O Sonho, 1888), o interesse por escritores russos que tomou conta de Portugal, em traduções francesas, como Leon Tolstói (O Que Fazer?) e Dostoievski (Crime e castigo), a vida e a correspondência de Darwin, a passagem do historiador Henri Martin em Portugal são temas de outros textos, vazados num discurso a meio caminho entre o jornalístico e o literário.Item Chronicas e contos(Augusto Corrêa & Dania, 1920) Callage, RoqueRoque de Oliveira Calage (Santa Maria, RS, 15 de dezembro de 1888 – Porto Alegre, RS, 23 de maio de 1931), jornalista, contista, cronista, consagrado escritor de temática regionalista, reúne os textos que saíram de forma esparsa na imprensa gaúcha, e sob o título Crônicas e Contos, publica-os em 1920, pelos editores Augusto Correa e Dânia Moreira. Por essa mesma casa editora já haviam saído os livros com as quais Calage iniciou sua carreira na ficção regional, no informe da contracapa do livro - Escombros (1910), Terra Gaúcha (1914) e Terra Natal (1920) -, como também aqueles que estavam por sair - Rincão (contos regionais), Fronteira (romance da vida gaúcha), Através do Rio Grande (paisagens e impressões). Já a coletânea de crônicas e contos de 1920, que, segundo o autor, “representa a primeira fase de uma vida literária completamente apagada num recanto da província”, corresponderia à fase pré-regionalista, em que Calage, como cronista, explora temas do cotidiano, como as homenagens ao general Rondon, no Rio de Janeiro, em 1919, o esquecimento de Apolinário Porto Alegre, a excomunhão do poeta Saturnino Barbosa pelo bispo de Campinas, a seca do Nordeste, a influência estrangeira, em particular o francês, na língua e nos costumes nacionais. Como contista, sob influência de um romantismo tardio, Roque Calage deu preferência a temas de âmbito universal, tratados em perspectiva moralizante, conforme o título de alguns contos, “A Verdade”, “Veneno”, “Cabelos Brancos...”, “Pecadora”, “Tentação Feminina”, “Elogio do Suicídio”.