História da França
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Item Bonaparte(Librairie de l'Humanité, 1921) Jaurès, JeanJean Jaurès (1859-1914) foi um político socialista francês de grande importância. Em 1881, graduou-se em filosofia e lecionou nos liceus d’Albi e Toulouse, antes de tornar-se professor da Faculdade de Letras de Toulouse. Com grande interesse pela política, foi eleito deputado em Castres em 1885, ao lado dos republicanos. Derrotado na eleição de Carmaux (Tarn) em 1889, retomou seu posto na Universidade de Toulouse. Três anos mais tarde, tornou-se Doutor em Filosofia com a tese principal sobre La Réalité du monde sensible. Em 1892, Jaurès presenciou a greve nas minas de Carmaux, mergulhando, assim, na realidade dos trabalhadores e convertendo-se ao socialismo. Foi eleito deputado da cidade com o apoio dos trabalhadores, lugar que ocupou de 1893 até a sua morte, com exceção do período de 1898-1902. Publicou inúmeros artigos em defesa do socialismo no jornal L’Humanité, fundado por ele em 1904, e de caráter pacifista às vésperas da Primeira Guerra Mundial. Foi assassinado em 31 de julho de 1914 (três dias antes do início das hostilidades), por um estudante nacionalista, Raoul Villain, no Café du Croissant em Paris. Dez anos após sua morte, suas cinzas foram transferidas para o Panthéon. Entre suas principais obras, destacam-se: Histoire socialiste, 1789-1900 (1901-1908), L’Arméee nouvelle (1911-1915), Histoire socialiste de la Révolution Française (1901-1908). Escrito em 1904, Bonaparte é uma crítica ao imperador francês, reprovando-lhe o desejo de absolutismo (p.17) e denunciando o impasse que teria representado para a liberdade plena dos cidadãos após a Revolução Francesa (p.19). Jaurès lamentaria, ainda, a França não ter alcançando uma monarquia constitucional mais democrática, ao mesmo tempo em que recriminaria a vitimização de Napoleão Bonaparte e o terror contra jacobinos e revolucionários após o bombardeio da rua Saint-Nicaise (p.23).Item Discours de Danton(Hachette, 1910) Fribourg, André"André Fribourg (1887-1948) foi um político francês, eleito deputado pelo Departamento de Ain, na região do Rhône-Alpes, para os mandatos parlamentares de 1919-28 e 1932-36. Jornalista, professor de História e historiador, foi autor de livros como Les Martyrs d’Alsace et de Lorraine (Plon-Nourrit et Cie, Paris, 1916), sobre os assassinatos e perseguições cometidos pelos alemães na Primeira Guerra, La Victoire des vaincus (Denoël, Paris, 1938), sobre o posicionamento da França com relação ao governo hitleriano, e L’Italie et nous (Éditions Paul Dupoint, 1947), sobre o sentimento antifrancês na Itália. Discursos de Danton (1910) é uma edição crítica de 37 discursos de Georges Jacques Danton (1759-1794), um dos principais oradores e personagens da Revolução francesa, Ministro da Justiça de agosto a setembro de 1792, deputado da Convenção nacional e guilhotinado face a um processo controverso, em 5 de abril de 1794. Com breve aparato explicativo, prefácio de Gustave Lanson e introdução de André Fribourg que retraça a vida de Danton na perspectiva heroica de críticos como Alphonse Aulard — cuja Histoire politique de la Révolution française (Paris, 1901) é referida em nota, e para quem Danton seria a figura principal da Revolução — Discursos de Danton permite percorrer a sua atividade política de 1790 como tribuno nas Assembleias gerais no Club des Cordeliers, distrito de Saint-Germain-l’Auxerrois, em Paris, até o momento em que é proibido de falar em sua própria defesa, diante do Tribunal revolucionário de 1794, ao qual teria respondido: “que nos levem então ao cadafalso” (p.271). Desse conjunto consta o importante discurso “Sobre a reunião das províncias belgas à França” de 31 de janeiro de 1873, em que expõe, como nos demais discursos, com uma “eloquência revolucionária” talvez imprópria à leitura silenciosa, segundo Lanson, a sua teoria das fronteiras naturais francesas: “Aí estão os limites da França; nenhum poder humano poderá nos impedir de atingi-los, nenhum nos levará a ultrapassá-los (...) Chegamos ao momento em que o universo verá nossos últimos esforços. Esses esforços triunfarão sobre todos.” (p.86)"Item Discours et rapports de Robespierre(Eugene Fasquelle, 1908) Robespierre, Maximilien deMaximilien François Marie Isodore de Roberpierre (1758-1794) foi um dos principais líderes políticos durante a Revolução Francesa, líder do grupo radical Jacobinos. Nasceu na cidade de Arras, em uma família burguesa. Muito aplicado nos estudos, conseguiu uma bolsa e foi estudar Direito em Paris. Interessados por filósofos como Montesquieu, Condillac, Mably e Jean-Jacques Rousseau, tais influência foram decisivas para a sua formação. Em 1781, Robespierre volta para Arras e é eleito deputado na Assembleia dos Estados Gerais, convocada por Luís XVI às vésperas da Revolução e embrião da Assembleia Nacional Constituinte, da qual também participou. Na Assembleia, torna-se líder do partido jacobino (os Montagnards, em francês), facção política radical que defende os interesses da pequena burguesia e dos sans-culotte (artesãos e componeses), e conquistam o poder. Robespierre se tornaria conhecido sobretudo em 1790 quando afirmaria na tribuna da Constituinte de 1789 que todos os franceses deveriam ser admitidos nos empregos públicos sem distinção se não os seus próprios talentos e virtudes. Em 1792, começaria a publicar o jornal Le Défenseur de la Constitution. Foi eleito deputado de Paris para a Convenção nacional, onde teve como adversários Brissot e os Girondinos. Quando os jacobinos ganham o controle do governo, inicia-se o “Período do Terror” (1793 à 1794), marcado por repressão violenta contra os chamados “inimigos do povo”, que eram membros do clero, nobres e girondinos (facção moderada dos revolucionários, acusados de não defender a Revolução), e qualquer um que fosse crítico do novo regime, como o ex-aliado dos jacobinos, Georges-Jacques Danton, que foi executado em 1794. O radicalismo de Robespierre, que o fez um ditador sanguinário, resultou em sua decapitação, em julho de 1794, fruto de um golpe engendrado pelos girondinos. Estes Discursos e relatórios reúnem grande parte das manifestações públicas de Robespierre, começando com uma delas, pronunciada em 5 de fevereiro de 1791 a respeito da organização dos júris, contra o despotismo judiciário e igualdade nos processos, passando por um “Discurso sobre a liberdade de imprensa”, pronunciado na Sociedade dos Amigos da Constituição em 11 de maio de 1791, até o famoso e derradeiro “Discurso do Thermidor” de 26 de julho de 1794.Item Histoire de la révolution de 1848(Delagrave, 1918) Bouniols, Gaston"Gaston Bouniols (1889-1940) foi um político francês. Filho do vice-prefeito de Molières e doutor em Direito, fez carreira na diplomacia e representou o governo francês junto ao governo sérvio em 1913. De volta à França com o fim da guerra, participou da Comissão das reparações e da dívida austro-húngara. Foi posteriormente eleito prefeito de Molières em 1925 e nomeado presidente da Assembleia departamental em 1928. Nesse momento aderiu ao partido radical socialista com o qual foi eleito senador em 1934. Publicou, dentre outros, Les conseils de guerre: un débat sous la Restauration (Paris, 1907) e Thiers au pouvoir (1871-1873), reunião de cartas que anotou e comentou de Adolphe Thiers, segundo presidente da República francesa (Paris, 1921). Os precursores, História da revolução de 1848 trata da segunda revolução do século XIX francês, que poria fim à Monarquia de Julho, dando nascimento à breve Segunda República. Dividido em seis grandes capítulos, o primeiro deles apresenta os motivos que levaram à Revolução, com alguns de seus personagens principais: Guizot, Louis-Philippe, Odilon Barrot e Lamartine, cujo discurso do 13 de março de 1834, espécie de súmula, é reproduzido: “O espírito social substituiu o espírito monárquico. É a esse novo espírito que devemos pedir forças para o futuro: não são mais leis monárquicas, mas leis de consciência pública, de razão e de liberdade que precisamos fazer” (p.5). Bouniols investiga, assim, vários dos projetos de lei de proteção social elaborados nesse período, como o que regulamentaria o trabalho das crianças nas manufaturas. Apresenta, além disso, as razões que levaram à manifestação de 22 de fevereiro, que reuniu estudantes e trabalhadores. O segundo capítulo percorre a manifestação do dia 23, confrontada pela Guarda Nacional, que assassinaria 52 oposicionistas do governo Guizot no bulevar dos Capuchinhos, em Paris, e a abdicação de Louis-Philippe, com a consequente instauração de um governo provisório. Trata, igualmente, da reforma bancária, com a centralização de sua atividade e limitação dos juros; das reformas democráticas que foram, nesse momento, implementadas, e que tiveram como algumas de suas medidas a aprovação do sufrágio universal masculino e a abolição da escravidão nas colônias francesas; das eleições gerais do 23 de abril, que contaria com a participação de escritores como o próprio Lamartine, além de Béranger, Vigny e, mais tarde, Victor Hugo, e da criação de diversas comissões que fariam desses governantes de 1848, segundo Bouniols, “nossos precursores” (p.61), perspectiva que reforçaria em nota: “que ministro de nosso tempo não formularia o mesmo programa?” (p.63). O terceiro capítulo, intitulado “A obra do sufrágio universal”, relata várias das decisões da Assembleia Nacional e os desdobramentos da vida parlamentar. Assinala também as dificuldades, face à crise econômica, que começaram a enfrentar os ateliês nacionais, importante organização de oferta de trabalho aos desempregados parisienses e símbolo da política social de 1848, além da crescente popularidade de Louis Bonaparte, eleito deputado constituinte. O quarto capítulo trata da dissolução dos ateliês nacionais, que levará à insurreição de junho duramente reprimida pelo general Eugène Cavaignac, então Ministro do Exército e eleito, posteriormente, chefe do poder executivo. O quinto capítulo, intitulado “A República burguesa”, relata a eleição do novo presidente da Assembleia e a elaboração de vários projetos do parlamento, como o de reorganização do Ensino primário ou o imposto sobre doações e sucessões. Explicita, igualmente, a aproximação do general Cavaignac de posições conservadoras, “vigilante na manutenção da ordem, preocupado com o apaziguamento e a estabilidade, seguro para os proprietários e as classes médias” (p.313), moderação política que Bouniols chamaria de “República circunspecta”. Finalmente, o último capítulo percorre a Constituição, cujas leis do Direito público permaneceriam atuais: a proibição de prisões ilegais, a abolição da escravidão, a liberdade de culto, de reunião, de imprensa, a admissão de todos aos cargos públicos, a instituição do ensino primário gratuito, etc. Bouniols não deixa de explicitar, contudo, equívocos, omissões, como o direito ao trabalho, e disputas com relação, por exemplo, às regras de funcionamento do próprio poder legislativo e da eleição para presidente, se por meio de Assembleia ou sufrágio universal masculino, posição vencedora que foi defendida, dentre outros, por Lamartine (pp.385-386). Tal modelo teria sido o responsável pela chegada ao poder de Louis Bonaparte, com o apoio de jornais como La Presse e Le Constitutionnel, mas também pelo golpe que, uma vez eleito, promoveria pouco depois (p.430)."Item Histoire de la société française pendant le directoire(Charpentier, 1899) Goncourt, Edmond et Jules de"Edmond de Goncourt (1822-1896) e Jules de Goncourt (1830-1870) são dois irmãos e escritores franceses que publicaram diversas obras juntos. Iniciaram na vida literária em 1851, quando começaram a escrever um diário em vários tomos até a morte de Jules, em 1870, quando seria continuado por Edmond. Tais volumes representam, atualmente, um importante documento histórico da vida social, literária e política da França do século XIX. Também colaboraram com os jornais L’Éclair e Paris. Publicaram diversos romances, La Lorette, um dos primeiros romances com tons naturalistas, Germinie Lacerteux, o mais notório deles, entre outros. No domínio histórico, o século XVIII, que compreende a Revolução Francesa, foi o século favorito de ambos, com estudos como Histoire de la société française pendant la Révolution (1854), Portraits intimes du XVIII siècle (1857-1858), Madame du Barry (1860), Madame de Pompadour (1878), L’art du XVIII siècle (1859) e La femme au XVIII siècle (1862). Após a morte de Jules, em 1870, Edmond publicou ainda alguns livros: La Fille Élisa (1877), Les Frères Zemganno (1879), La Faustin (1882) e Chérie (1884). E aos domingos após a morte de seu irmão, Edmond reunia escritores e artistas da época. Dentre eles, os primeiros membros da Académie Goncourt, que anualmente atribui o prêmio Goncourt, o mais prestigioso da França. História da sociedade francesa durante o Diretório relata a história social de um período da Revolução Francesa chamado de Diretório. Trata-se de uma forma de governo utilizada pela Primeira República francesa que se estendeu de 1795 a 1799, e de caráter menos democrático, com a adoção do sufrágio censitário e criação de duas câmaras: o Conselho dos Quinhentos e o Conselho dos Anciãos. Diferentemente da perspectiva política, os irmãos Goncourt dedicam-se neste livro, entretanto, a “pintar os costumes, as almas, a cor das coisas, a vida e a humanidade” (p.v), através da consulta a jornais, brochuras, mas também autógrafos, gravuras, desenhos, “monumentos íntimos do que uma época deixa para trás para servir de confissão e ressurreição” (p.vi). Assim, percorrem o amor, que veem a partir de uma espiritualismo coetâneo aos romances de Jean-Jacques Rousseau e Bernardin de Saint-Pierre, a banalização dos divórcios (p.177), o desaparecimento de toda ideia moral do casamento, o “encorajamento à libertinagem”. Do mesmo modo, abrangem desde a moda feminina e masculina, o culto do corpo, o ateísmo, a vida dos teatros e da ópera, no intuito de oferecer um quadro completo dos costumes franceses do período."Item La grande révolution : 1789-1793(P.-V. Stock, 1909) Kropotkine, PierreLa grande révolution (em português: A grande revolução) é uma obra escrita em 1909 por Pierre Kropotkin – geógrafo, escritor e ativista político russo do século XIX, considerado o fundador da vertente anarco-comunista –, apresentada aqui em tradução francesa publicada também em 1909. Neste livro, Kropotkin narra de maneira crítica a história da Revolução Francesa, ocorrida entre os anos de 1789 e 1793, concentrando-se no drama do povo camponês na luta, primeiramente, contra o absolutismo do Ancien Régime e, em seguida, em defesa da tomada de seu próprio destino através dos comitês revolucionários. Para o autor, a história apresenta lacunas por conta dos milhares de fatos e movimentos paralelos que compõem a Revolução, fato que por si só explicaria o grande trabalho a ser ainda realizado. Com vistas a tapar algumas dessas lacunas, o autor debruça-se, então, sobre os levantes dos camponeses em 1789, sobre suas lutas para e contra a abolição dos direitos feudais. Partindo de uma ordem cronológica aparentemente clássica dos eventos, mas valorizando não apenas os eventos em si como também a visão singular do autor - obra tratará do período heroico da Revolução, que se estendeu de maio a outubro de 1789; da luta surda entre a realeza decadente e o novo poder constitucional até junho de 1792; dos esforços empreendidos pelos Girondinos para parar a Revolução até junho de 1793; passando, então, para a Revolução Popular e concluindo com o fim do chamado “regime do terror”: a morte de Robespierre, o triunfo da reação à Revolução, segundo o autor.Item La révolution et l'église : études critiques et documentaires(Armand Colin, 1910)Albert Mathiez (1874-1932) foi um importante historiador francês. Formado na École normale supérieure em 1897, foi professor no Liceu Voltaire, doutorando-se pouco depois com duas teses orientadas por Alphonse Aulard: La Theóphilanthropie et le culte décadaire: essai sur l’histoire de la Révolution 1796-1801 e Les origines des cultes révolutionnaires (1904). Professor substituto nas universidades de Caen, Lille e Nancy, antes de conquistar uma cadeira em Besançon, em 1909, lecionou também em Dijon de 1919 a 1926. Membro do Partido Comunista na década de 1920, Mathiez publicaria nesse momento algumas de suas melhores obras, nas quais dedicou considerável atenção à política socioeconômica dos jacobinos. Suas convicções de esquerda e suas declarações em defesa da Grande Revolução Socialista de Outubro o impediram de ser convidado para lecionar na Sorbonne até 1925, quando sucederia Aulard. Fundador, em 1909, da revista Annales révolutionnaires, Mathiez publicou inúmeros estudos, tais quais: La Révolution et l’Église (1911), Les Grandes Journées de la Constituinte (1912), La Révolution et les étrangers (1918), La vie Chère et le mouvement social sous la Terreur (1926), mas sua obra essencial sobre esse panorama foi La Révolution Française (1922-27) em três volumes que foram completados posteriormente por La Réaction thermidorienne (1929) e Le Directoire (obra póstuma, 1934). Uma das principais contribuições de Mathiez foi a revisão das teses de Aulard, destacando o papel essencial de Robespierre na história revolucionária e que resultaria nos Études robespierristes em 2 volumes (1917-1918) e Robespierre terroriste (1921). A Revolução e a Igreja é uma reunião de estudos sobre as relações entre a Igreja e a Revolução francesa O primeiro trata de como os filósofos do século XVIII francês conceberam a relação entre Estado e Igreja, relação que, para Mathiez, teria sido menos da ordem da separação de ambos, do que submissão da Igreja, com a nacionalização do catolicismo e sua incorporação à nova ordem. O segundo estudo aborda o modo como, para resistir às arbitrariedades do Estado, padres retomaram a teoria medieval de duas forças elaborada pelos papas contra os imperadores, e que teria sido um modo de a própria Igreja defender-se da Revolução. O terceiro estudo, intitulado “Robespierre e a descristianização”, dedica-se às perguntas que se teriam feito os revolucionários sobre as consequências da separação da Igreja, uma delas: “exterminaremos o catolicismo para puni-lo por não ter se adaptado à nova sociedade?” (p.10). O quarto estudo trata do regime legal dos cultos durante a Revolução e sobre o seu funcionamento. O quinto estudo dedica-se à teofilantropia, espécie de nova religião republicana, sobre há qual Mathiez escreveu um livro (La Théophilanthropie, 1904). O sexto estudo aborda os cultos privados e públicos nos sete anos que precederam a Concordata. O último estudo, finalmente, explicita o sentido da Concordata e o preço pago pela trégua momentânea entre Igreja e Estado.Item La Révolution et les étrangers : cosmopolitisme et défense nationale(La Renaissance du Livre, 1918) Mathiez, Albert"Albert Mathiez (1874-1932) foi um importante historiador francês. Formado na École normale supérieure em 1897, foi professor no Liceu Voltaire, doutorando-se pouco depois com duas teses orientadas por Alphonse Aulard: La Theóphilanthropie et le culte décadaire: essai sur l'histoire de la Révolution 1796-1801 e Les origines des cultes révolutionnaires (1904). Professor substituto nas faculdades de Caen, Lille e Nancy, antes de conquistar uma cadeira na universidade Besançon, em 1909, lecionou também em Dijon de 1919 a 1926. Membro do Partido Comunista na década de 1920, Mathiez publicaria nesse momento algumas de suas melhores obras, nas quais dedicou considerável atenção à política socioeconômica dos jacobinos. Suas convicções de esquerda e suas declarações em defesa da Grande Revolução Socialista de Outubro o impediram de ser convidado para lecionar na Sorbonne até 1925, quando sucederia Aulard. Fundador, em 1909, da revista Annales révolutionnaires, Mathiez publicou inúmeros estudos, tais quais: La Révolution et l’Église (1911), Les Grandes Journées de la Constituinte (1912), La Révolution et les étrangers (1918), La vie Chère et le mouvement social sous la Terreur (1926), mas sua obra essencial sobre esse panorama foi La Révolution Française (1922-27) em três volumes que foram completados posteriormente por La Réaction thermidorienne (1929) e Le Directoire (obra póstuma, 1934). Uma das principais contribuições de Mathiez foi a revisão das teses de Aulard, destacando o papel essencial de Robespierre na história revolucionária e que resultaria nos Études robespierristes em 2 volumes (1917-1918) e Robespierre terroriste (1921). Em A Revolução e os estrangeiros: cosmopolitismo e defesa nacional, Mathiez percorre, em contraste com guerra de 1914, contemporânea à elaboração do livro, a política da Revolução francesa em relação aos estrangeiros que viviam na França. Concentra-se, sobretudo, no ano de 1793, quando os revolucionários se viram confrontados com um alinhamento das aristocracias internacionais e da Igreja com o que chamou de “privilegiados franceses”. Parte deles teria emigrado para buscar meios para “castigar seus vassalos revoltados” (p.2). Todavia, nenhuma medida teria sido tomada pelos revolucionários com relação aos austríacos e prussianos que permaneceram na França. Isso até outubro de 1793, quando, “contra a vontade”, diria Mathiez, abandonaram o seu ideal humanitário e a perspectiva cosmopolita, adotando medidas de repressão: “despotismo da liberdade para derrotar o despotismo dos reis” (p.190)."Item La Révolution française(Armand Colin, 1922)Albert Mathiez (1874-1932) foi um importante historiador francês. Formado na École normale supérieure em 1897, foi professor no Liceu Voltaire, doutorando-se pouco depois com duas teses orientadas por Alphonse Aulard: La Theóphilanthropie et le culte décadaire: essai sur l'histoire de la Révolution 1796-1801 e Les origines des cultes révolutionnaires (1904). Professor substituto nas faculdades de Caen, Lille e Nancy, antes de conquistar uma cadeira na universidade Besançon, em 1909, lecionou também em Dijon de 1919 a 1926. Membro do Partido Comunista na década de 1920, Mathiez publicaria nesse momento algumas de suas melhores obras, nas quais dedicou considerável atenção à política socioeconômica dos jacobinos. Suas convicções de esquerda e suas declarações em defesa da Grande Revolução Socialista de Outubro o impediram de ser convidado para lecionar na Sorbonne até 1925, quando sucederia Aulard. Fundador, em 1909, da revista Annales révolutionnaires, Mathiez publicou inúmeros estudos, tais quais: La Révolution et l’Église (1911), Les Grandes Journées de la Constituinte (1912), La Révolution et les étrangers (1918), La vie Chère et le mouvement social sous la Terreur (1926), mas sua obra essencial sobre esse panorama foi La Révolution Française (1922-27) em três volumes que foram completados posteriormente por La Réaction thermidorienne (1929) e Le Directoire (obra póstuma, 1934). Uma das principais contribuições de Mathiez foi a revisão das teses de Aulard, destacando o papel essencial de Robespierre na história revolucionária e que resultaria nos Études robespierristes em 2 volumes (1917-1918) e Robespierre terroriste (1921). A Revolução francesa são uma síntese em três volumes da visão de Mathiez, publicada por Armand Collin no momento em que Mathiez é professor na Universidade de Dijon, e reeditada desde então. O volume aqui presente, intitulado La chute de la royauté (1787-1792), é o primeiro deles e trata da queda da poder monárquico, partindo da crise do Antigo Regime, das revoltas parisiense e no interior da França, com a condenação unânime do absolutismo. Para chegar à fuga do rei e tomada do poder político pelos revolucionários, não sem antes passar pela crise financeira pela qual passava o Estado francês, com a crise das manufaturas locais e aumento de preços, e pelo lugar ocupado pela Igreja no período, conforme abordaria em La Révolution et l'Église: études critiques et documentaires (1910).Item La victoire en l'an II : esquisses historiques sur la défense nationale(Félix Alcan, 1916) Mathiez, Albert"Albert Mathiez (1874-1932) foi um importante historiador francês. Formado na École normale supérieure em 1897, foi professor no Liceu Voltaire, doutorando-se pouco depois com duas teses orientadas por Alphonse Aulard: La Theóphilanthropie et le culte décadaire: essai sur l'histoire de la Révolution 1796-1801 e Les origines des cultes révolutionnaires (1904). Professor substituto nas faculdades de Caen, Lille e Nancy, antes de conquistar uma cadeira na universidade Besançon, em 1909, lecionou também em Dijon de 1919 a 1926. Membro do Partido Comunista na década de 1920, Mathiez publicaria nesse momento algumas de suas melhores obras, nas quais dedicou considerável atenção à política socioeconômica dos jacobinos. Suas convicções de esquerda e suas declarações em defesa da Grande Revolução Socialista de Outubro o impediram de ser convidado para lecionar na Sorbonne até 1925, quando sucederia Aulard. Fundador, em 1909, da revista Annales révolutionnaires, Mathiez publicou inúmeros estudos, tais quais: La Révolution et l’Église (1911), Les Grandes Journées de la Constituinte (1912), La Révolution et les étrangers (1918), La vie Chère et le mouvement social sous la Terreur (1926), mas sua obra essencial sobre esse panorama foi La Révolution Française (1922-27) em três volumes que foram completados posteriormente por La Réaction thermidorienne (1929) e Le Directoire (obra póstuma, 1934). Uma das principais contribuições de Mathiez foi a revisão das teses de Aulard, destacando o papel essencial de Robespierre na história revolucionária e que resultaria nos Études robespierristes em 2 volumes (1917-1918) e Robespierre terroriste (1921). Em A Vitória no ano II, Mathiez se interessa pela história militar francesa para relatar alguns dos acontecimentos desse ano, conforme instituído pelo calendário republicano ou calendário revolucionário francês. Durante seu transcurso, a Convenção através do Comitê de Saúde Pública confrontaria várias insurreições, invasões e a ameaça de uma guerra civil. Assim, adotando uma perspectiva heroica, Mathiez pergunta-se ao longo deste livro “como a primeira República soube vencer” e “com que meios materiais e morais soube superar esses obstáculos formidáveis”. Assim, traça um panorama das dificuldades — recrutamento, formação de exército, participação de voluntários — e morais, por assim dizer, relativas à organização, comando e papel dos poderes públicos, na tentativa de contextualizar o que teria sido a passagem do sistema de um exército de profissão para a concepção de um exército nacional, e entender “as razões para a vitória”. Uma delas: “porque foram e permaneceram como eram, revolucionários” (p. 272)."Item Les grandes journées de la Constituante, 1789-1791(Hachette, 1913) Mathiez, Albert"Albert Mathiez (1874-1932) foi um importante historiador francês. Formado na École normale supérieure em 1897, foi professor no Liceu Voltaire, doutorando-se pouco depois com duas teses orientadas por Alphonse Aulard: La Theóphilanthropie et le culte décadaire: essai sur l'histoire de la Révolution 1796-1801 e Les origines des cultes révolutionnaires (1904). Professor substituto nas faculdades de Caen, Lille e Nancy, antes de conquistar uma cadeira na universidade Besançon, em 1909, lecionou também em Dijon de 1919 a 1926. Membro do Partido Comunista na década de 1920, Mathiez publicaria nesse momento algumas de suas melhores obras, nas quais dedicou considerável atenção à política socioeconômica dos jacobinos. Suas convicções de esquerda e suas declarações em defesa da Grande Revolução Socialista de Outubro o impediram de ser convidado para lecionar na Sorbonne até 1925, quando sucederia Aulard. Fundador, em 1909, da revista Annales révolutionnaires, Mathiez publicou inúmeros estudos, tais quais: La Révolution et l’Église (1911), Les Grandes Journées de la Constituinte (1912), La Révolution et les étrangers (1918), La vie Chère et le mouvement social sous la Terreur (1926), mas sua obra essencial sobre esse panorama foi La Révolution Française (1922-27) em três volumes que foram completados posteriormente por La Réaction thermidorienne (1929) e Le Directoire (obra póstuma, 1934). Uma das principais contribuições de Mathiez foi a revisão das teses de Aulard, destacando o papel essencial de Robespierre na história revolucionária e que resultaria nos Études robespierristes em 2 volumes (1917-1918) e Robespierre terroriste (1921). As grandes jornadas da Constituinte é, sobretudo, a compilação e reprodução de documentos históricos relacionados com a Revolução francesa, com um volume considerável, portanto, de informação bibliográfica. Dividido em seis capítulos, os dois primeiros percorrem os acontecimentos principais que levaram à queda da Bastilha, como o juramento do Jeu de Paume, e a formação de uma assembleia constituinte, não sem recorrer a testemunhos como o de Rabaut Saint-Étienne do que teria sido esse juramento. O terceiro capítulo, intitulado “O rei e a assembleia de Paris”, apresenta as causas da insurreição de outubro, explicitando os acontecimentos desses dias a partir da narrativa do marquês de Saxe. O quarto, intitulado “Federação”, reúne vários depoimentos da jornada do 14 de julho de 1790. O quinto capítulo aborda a fuga do rei. O sexto, finalmente, trata do papel importante do Club des Cordeliers na deposição de Luís XVI, assim como do massacre do Campo de Marte, visto como um ato de “guerra de classes” (p.121)."Item Les idées politiques en France au XVIIe siècle(Marcel Giard, 1923) Sée, Henri"Henri Sée (1864-1936) foi um importante historiador francês, professor da universidade de Rennes de 1893 a 1920 e especialista em estudos medievais. Autor de Les Classes rurales et le régime domanial en France au Moyen âge (1901) e Matérialisme historique et interprétation économique de l’histoire (1927), sua obra principal foi Les Origines du capitalisme moderne, publicada em 1926. Em As ideias políticas na França do século XVII, Henri Sée percorre o período do apogeu do absolutismo francês que foi a monarquia de Luís XIV, frente a qual teriam surgido teorias liberais e democráticas. Dividido em duas partes, a primeira delas intitulada “O remate da doutrina absolutista”, investiga as origens das ideias absolutistas na França, suas influências, notadamente a de Lutero que, segundo Sée, teria feito predominar a doutrina do direito divino dos reis (p.8), e alguns de seus teóricos principais, como Loyseau, para o qual o Estado seria apenas uma senhoria pública, ou Bossuet, cujas ideias políticas teriam derivado de concepções religiosas. Para este, o princípio essencial da política seria a autoridade do soberano, fundada como extensão do regime patriarcal e da família (p.153). Governo, igualmente, determinado pela Providência. A segunda parte do estudo trata da reação ao absolutismo, que teria iniciado com escritores protestantes diante da revogação do decreto de Nantes, que lhes garantia até então direito civis, políticos e de culto. A essa reação se seguiu a de personalidades como o arcebispo Fénelon, defensor dos direitos dos indivíduos e da lei contra os abusos da autoridade, e Saint-Simon, incomodado com a organização administrativa do reino, o poder dos ministros e a perda de espaço da aristocracia. Henri Sée acrescentaria ainda, neste livro escrito com notável clareza, capítulos dedicados ao conde de Boulainvilliers, ao abade de Saint-Pierre, a Vauban, Boisguillebert e Pierre Bayle, em que aprofundaria a crítica destes ao regime absoluto, com a preconização de reformas fiscais e econômicas, e a separação dos domínios temporal e espiritual."Item Les pamphlets de Marat(Eugène Fasquelle, 1911) Marat, Jean-Paul