La révolution et l'église : études critiques et documentaires
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Data
1910
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Armand Colin
Resumo
Albert Mathiez (1874-1932) foi um importante historiador francês. Formado na École normale supérieure em 1897, foi professor no Liceu Voltaire, doutorando-se pouco depois com duas teses orientadas por Alphonse Aulard: La Theóphilanthropie et le culte décadaire: essai sur l’histoire de la Révolution 1796-1801 e Les origines des cultes révolutionnaires (1904). Professor substituto nas universidades de Caen, Lille e Nancy, antes de conquistar uma cadeira em Besançon, em 1909, lecionou também em Dijon de 1919 a 1926. Membro do Partido Comunista na década de 1920, Mathiez publicaria nesse momento algumas de suas melhores obras, nas quais dedicou considerável atenção à política socioeconômica dos jacobinos. Suas convicções de esquerda e suas declarações em defesa da Grande Revolução Socialista de Outubro o impediram de ser convidado para lecionar na Sorbonne até 1925, quando sucederia Aulard. Fundador, em 1909, da revista Annales révolutionnaires, Mathiez publicou inúmeros estudos, tais quais: La Révolution et l’Église (1911), Les Grandes Journées de la Constituinte (1912), La Révolution et les étrangers (1918), La vie Chère et le mouvement social sous la Terreur (1926), mas sua obra essencial sobre esse panorama foi La Révolution Française (1922-27) em três volumes que foram completados posteriormente por La Réaction thermidorienne (1929) e Le Directoire (obra póstuma, 1934). Uma das principais contribuições de Mathiez foi a revisão das teses de Aulard, destacando o papel essencial de Robespierre na história revolucionária e que resultaria nos Études robespierristes em 2 volumes (1917-1918) e Robespierre terroriste (1921).
A Revolução e a Igreja é uma reunião de estudos sobre as relações entre a Igreja e a Revolução francesa O primeiro trata de como os filósofos do século XVIII francês conceberam a relação entre Estado e Igreja, relação que, para Mathiez, teria sido menos da ordem da separação de ambos, do que submissão da Igreja, com a nacionalização do catolicismo e sua incorporação à nova ordem. O segundo estudo aborda o modo como, para resistir às arbitrariedades do Estado, padres retomaram a teoria medieval de duas forças elaborada pelos papas contra os imperadores, e que teria sido um modo de a própria Igreja defender-se da Revolução. O terceiro estudo, intitulado “Robespierre e a descristianização”, dedica-se às perguntas que se teriam feito os revolucionários sobre as consequências da separação da Igreja, uma delas: “exterminaremos o catolicismo para puni-lo por não ter se adaptado à nova sociedade?” (p.10). O quarto estudo trata do regime legal dos cultos durante a Revolução e sobre o seu funcionamento. O quinto estudo dedica-se à teofilantropia, espécie de nova religião republicana, sobre há qual Mathiez escreveu um livro (La Théophilanthropie, 1904). O sexto estudo aborda os cultos privados e públicos nos sete anos que precederam a Concordata. O último estudo, finalmente, explicita o sentido da Concordata e o preço pago pela trégua momentânea entre Igreja e Estado.