Dicionários e Gramáticas
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Programa de Preservação da Memória Social
Gramáticas e Dicionários
Apresentação
As obras incluídas neste acervo são gramáticas e dicionários publicados entre os anos de 1793 e 1922. O objetivo foi o de reunir um conjunto de obras cujos valores científicos e históricos são inquestionáveis para a história das línguas bem como para a pesquisa em áreas como a Linguística, a Lexicografia e demais áreas que lidam com os estudos da linguagem. Este acervo está organizado em cinco grupos: (i) Dicionários de Língua Portuguesa; (ii) Dicionários Especiais e Dicionários Especializados; (iii) Gramáticas e Manuais de Língua Portuguesa; (iv) Dicionários Bilíngues e; (v) Gramáticas de Línguas Estrangeiras.
O primeiro grupo - Dicionários de Língua Portuguesa - está composto por representativas obras como, por exemplo, o Diccionario Contemporaneo da Lingua Portugueza (1881) em dois volumes; o Novo Diccionario da Lingua Portugueza - seguido de um Diccionario de Synonymos (1859) em dois volumes e o Grande Diccionario Portuguez ou Thesouro da Língua Portugueza (1872) organizado em cinco volumes.
O segundo grupo - Dicionários Especiais e Dicionários Especializados - divide-se em dois subgrupos: (i) o primeiro abrange dicionários de sinônimos, de verbos, ortográficos, entre outros, como, o Diccionario de Synónymos da Lingua Portugueza (1899); o Diccionario dos Verbos Irregulares da Lingua Portugueza (1880) e o Diccionario Prosodico de Portugal e Brazil (1895). O segundo subgrupo possui apenas um título, o Diccionario Grammatical de João Ribeiro (1906). Trata-se de um dicionário de termos da gramática o que o caracteriza como um dicionário especializado. Os dicionários especializados são aqueles específicos de uma determinada área do saber, técnica ou científica.
O terceiro grupo reúne tanto gramáticas de caráter histórico, descritivo, expositivo, quanto diferentes tipos de manuais de língua portuguesa. Este acervo está composto por relevantes obras como: Brasileirismos de Collocação de Pronomes: resposta ao Snr. Candido de Figueiredo de autoria de Paulino de Brito, publicada em 1908 e; A Língua Portugueza: noções de Glottologia Geral e especial portugueza de Francisco Adolpho Coelho (1881).
Os quarto e quinto grupos reúnem obras de línguas estrangeiras. O Grupo IV contempla dicionários bilíngues nos pares de línguas português-latim e português-francês, tais como: o Grand Dictionnaire Contemporain Portugais-Français (1918) e o Novissimo Diccionario Latino-Portuguez, redigido segundo o plano de L. Quicherat e publicado em Paris. O Grupo V é formado por uma gramática de grego escrita em língua francesa - Nouvelle Grammaire Grecque - publicada em 1885.
O presente acervo, pertencente à Biblioteca Digital da UNESP, cumpre, assim, dois importantes objetivos: o de preservar a memória das línguas por meio da conservação de obras relevantes para sua história e o de abrir um espaço que poderá servir a inúmeras pesquisas no âmbito da linguagem.
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Item Apostilas aos dicionários portugueses(A M. Teixeira & Cia, 1906) Viana, A. R. GonçalvezA obra Apostilas aos Dicionários Portugueses, publicada em 1906 pela Livraria Clássica Editora – A. M. Teixeria & Cia., de autoria de A. R. Gonçálvez Viana, dedicada à Dona Carolina Michaelis de Vasconcelos, busca “contribuir para futura compilação de outro dicionário, em que se tenha em vista aumentar o copioso cabedal de termos portugueses, mais ainda do que se fez no Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Cândido de Figueiredo, o mais abundante de quantos se têm publicado em Portugal [...]” (p. vii). No Prefácio (Prefação), o autor explica suas escolhas lexicográficas para a organização de sua obra, desde o fato de a macroestrutura estar organizada em ordem alfabética até os tipos de destaques usados para letras e palavras oriundas de outras línguas. A obra está organizada em dois volumes. Neste volume (Tomo 1), encontra-se a macroestrutura formada da letra ‘A’(aba) à letra ‘H’ (hurrá). Na microestrutura, registra-se, por exemplo, uma pequena história da palavra, sua origem e em qual(is) dicionário(s) ela está registrada.Item Brasileirismos de collocação de pronomes(Viúva Azevedo e C., 1908) Brito, Paulino deA obra Brasileirismos de Collocação de Pronomes: resposta ao Snr. Candido de Figueiredo é uma coletânea de textos escritos por Paulino de Brito em resposta a um conjunto de artigos publicados no Jornal do Comércio por Cândido de Figueiredo. Brito publicava na Província do Pará uma série de textos sobre a colocação pronominal no Português do Brasil. Cândido de Figueiredo, por sua vez, iniciou a publicação no Jornal do Comércio de uma série de artigos contrária ao que publicava Brito. Para ele, Candido de Figueiredo tinha a vantagem de escrever para um público que não o podia ler e que o “illustre filólogo” se aproveitava, “ás vezes terrivelmente”, disso. Brito, então, organizou e publicou em 1908 o presente livro, na cidade do Rio de Janeiro, com respostas às críticas que sentia receber de Figueiredo. À página 39, ao defender as colocações pronominais do Português do Brasil, Brito afirma que autores como Gonçalves Dias, José de Alencar entre outros, já haviam aderido aos brasileirismos e conclui: “O Sr. Candido de Figueiredo, porém, e seus discípulos, não se limitam a querer dirigir, ou mesmo sustar, o movimento: mettem hombros valentemente contra o uso brasileiro para fazel-o recuar, para desfazer o feito, e desandar o andado!”. Essa obra foi publicada pela Livraria Azevedo (viúva Azevedo e C. EDITORES).Item Chave dos diccionarios por meio da qual se podem procurar todas as palavras nos diccionarios e se obtem a ortografia dos vocábulos em todas as línguas: segundo o plano de P. Boissière(Livraria Portuense de Lopes e Cia., 1892) Amaral, Antonio Peixoto doChave dos Diccionarios por meio da qual se podem procurar todas as palavras nos diccionarios; e se obtém a orthographia dos vocábulos em todas as línguas não é um dicionário no sentido strictu da palavra, mas sim um tipo de “via de acesso” aos dicionários. Essa obra, adaptada ao português por Antonio Peixoto do Amaral a partir do projeto de P. Boissière, publicada em 1892 pela Livraria Portuense Lopes & Cia Editores na cidade do Porto em Portugal, teve como objetivo fornecer ao usuário estratégias de busca da unidade léxica nos dicionários. A partir de exemplos como aphtha, o autor explica que seria necessário ter uma chave que pudesse levar o consulente ao lugar certo onde se encontra a palavra no dicionário, já que neste caso a palavra pode possuir outras formas gráficas, como afta, por exemplo. Para cumprir esse objetivo, em cada página da obra encontram-se duas partes: (i) Chave Lexicologica e (ii) Chave Ortographica. Na Chave Lexicologia encontra-se o “verbete”, ou seja, a entrada seguida de unidades léxicas com as quais essa possui algum tipo de relação (Ex.: afogado: asphyxia, asphyxiar, submergir...); na Chave Ortographica, encontram-se as possibilidades de grafia de palavras que começam de formas iguais ou semelhantes (Ex.: afo: affo, apho). Assim, um consulente que estiver diante de uma palavra como afogado, poderá, segundo o autor, encontrá-la nos dicionários independente de sua variante ortográfica (afogado/affogado/aphogado).Item De gramática e de linguagem(O Norte, 1922) Barreto, MarioEsse manual, de autoria de Mário Barreto (Rio de Janeiro, 1922), é uma publicação da “Revista Língua Portuguesa” - Emp. Industrial Editora “O NORTE” – em dois Tomos. A obra possui uma curiosa organização em forma de respostas a “questionamentos” feitos ao autor, como podemos observar, por exemplo, em: “Ao sr. Gaspar Coutinho declaro que é correcta a frase: [...]”(Cap. XVI, p. 11); “Ao sr. Valentim da Costa diremos que inda não tivemos tempo de ler o livro do professor Júlio Nogueira,— Manual orthographico brasileiro” (Cap. XVIII, p. 23) ou, como em, “Resposta a perguntas várias do sr. Francisco José da Costa: [...]” (Cap. XX, p. 45). O segundo tomo, o qual apresentamos aqui, reúne parte dos 48 capítulos totais do Manual (capítulos 15 ao 48). A partir da descrição e da análise de fragmentos de textos de autores como Fr. Luís de Sousa, Almeida Garrett, entre outros, o autor discorre sobre questões relativas ao Acusativo tácito (Cap. XV, p. 7); sobre questões verbais (Cap. XVI, p. 11) etc. Abordam-se, também, nos capítulos seguintes, outros aspectos da língua, tais como: frases elípticas, particípio, ortografia, orações impessoais com o verbo fazer e verbos transitivos e intransitivos. A obra é dedicada a Rui Barbosa a quem o autor chama de “glória das letras nacionais” (p. 5).Item Diccionario contemporaneo da lingua portugueza(Imprensa Nacional, 1881) Aulete, Francisco Júlio de CaldasEsse dicionário é um dos principais representantes da Lexicografia em Língua Portuguesa. Trata-se de uma obra que marca, segundo o próprio autor, uma ruptura na forma como se fazia Lexicografia até então. O autor, Caldas Aulete, observa que o intuito foi elaborar um “dicionário portátil para a maioria das pessoas que falam a língua portuguesa; um vocabulário que [...] contenha as palavras que são do domínio da conversação, de que boa parte não se encontra nos dicionários nacionais; os neologismos sancionados pelo uso e pela necessidade, e os termos técnicos, que, com o desenvolvimento da instrução pública, tem passado para a literatura e para a linguagem da conversação” (p. I). Essa obra, organizada em dois volumes, foi publicada em Lisboa em 1881 pela Imprensa Nacional. No volume 1 (Letras A a I), encontra-se um texto introdutório de Basilio de Castelbranco no qual se explicam algumas características da obra e esclarece que, após o falecimento de Caldas Aulete, o Dr. Antonio Lopes dos Santos Valente assumiu a coordenação do projeto e o conduziu até sua conclusão. Na sequência, encontra-se um magnífico texto do próprio Caldas Aulete dividido em cinco partes. Na primeira, intitulada Plano, o autor faz uma importante análise dos estudos lexicográficos daquela época. Para isso, analisa três dicionários de língua portuguesa - Roquette, Lacerda e Moraes - e tece algumas críticas a essas obras. Nas partes seguintes, discorre sobre a formação da língua portuguesa, sobre questões de ortografia, de pronúncia e significado. No segundo volume (Letras I a Z), encontram-se explicações sobre sinais de escrita e pontuação e algumas páginas sob o título de “Correções e Adições” nas quais se corrigem falhas ocorridas ao longo do dicionário e acrescentam-se informações e/ou lemas não contemplados na macroestrutura principal da obra.Item Diccionario da lingoa portugueza(Officina da Academia Real das Sciencias de Lisboa, 1793) Academia Real das Sciencias de LisboaO Diccionario da Lingoa Portugueza é uma obra publicada pela Academia Real das Sciencias de Lisboa em 1793 com o objetivo de “registrar vocábulos puramente portugueses em todas suas significações, [...] declarando-se, em cada uma delas, sua natureza, propriedade e força, juntamente com o uso regular ou anomalia das palavras e frases, fixadas pelos exemplos dos autores clássicos da língua” (p. IV). O presente exemplar (Tomo Primeiro - Letra A) traz uma mensagem à “Sua Majestade” Rainha de Portugal, como era costume à época, assinada pelo Presidente e pelos Socios da Academia das Sciencias. Na sequência, apresenta o Prólogo e um extenso texto introdutório intitulado “Planta para se formar o Diccionario da lingoa portuguesa” no qual se explicam os procedimentos lexicográficos adotados para a elaboração da obra. Ademais, apresentam-se alguns textos intitulados “Memorias e louvores da Lingoa Portugueza que se achão em diversos autores” com fragmentos de textos de Pe. Antonio Vieira, Raphael Bluteau, Miguel de Cervantes, entre outros. Oferece, ainda, sob o título “Aviso ao Leitor”, um pequeno texto no qual se apresenta o “Catálogo de Autores e Obras” que serviram como fonte para a coleta e confirmação dos usos de palavras e frases descritas no dicionário. Na macroestrutura da obra, contemplam-se, além das formas canônicas dos lemas (substantivo singular, verbos no infinitivo etc.), outras formas lematizadas como, por exemplo, as locuções adverbiais (a las mil maravilhas; a la uma; a toa etc.).Item Diccionario de synonymos da língua portugueza(Francisco Pastor, 1899) Brunswick, HenriqueO Diccionario de Synónymos da Lingua Portugueza é uma obra de referência, de autoria de Henrique Brunswick, publicada em Lisboa – Portugal – no ano de 1899 pela Editora de Francisco Pastor. Em suas mais de seiscentas páginas, a obra apresenta um prólogo, advertências, errata e índice. Além disso, nas últimas páginas encontra-se um manual de “novas normas ortográficas”. No Prólogo, salienta-se que o último estudo de sinônimos que se havia feito até então datava de 1860 e que seu autor, o erudito D. José de Lacerda, deu o nome de Ensaio ao seu trabalho, e o juntou à revisão que fizera do Diccionario da Lingua Portugueza de Eduardo de Faria. Salienta-se, também, que o Diccionario de Synónymos teve como objetivo, ainda que de forma separada, completar o Diccionario Illustrado da Lingua Portugueza que havia recém editado. No texto intitulado “Advertencia”, o autor apresenta uma orientação ao usuário de como encontrar a palavra que busca. Adverte o autor: “Procure no índice alfabético dos sinônimos que vai no fim do dicionário a palavra cuja sinonímia nos interessa; o número ou números correspondentes indicam a página ou páginas em que esse termo está tratado. Se não se encontrar o vocábulo que se procura, veja aquele que lhe é análogo; por exemplo: abstrahido, veja-se abstracção; louco, vide em loucura” (p. 7). Na microestrutura, apresenta-se a entrada em negrito seguida de seus possíveis sinônimos (Ex.: Abalo, tremor, trepidação.), em seguida, oferece-se, a modo de “definição”, algumas informações sobre cada lema. Na última parte da obra, apresenta-se o que se intitulou “A Reforma Ortográfica em meia dúzia de palavras” e faz-se um resumo das normas ortográficas daquele momento histórico.Item Diccionario dos verbos irregulares da Lingua Portugueza(Typ. Nacional, 1880) Rozário, Carlos José doO Diccionario dos Verbos Irregulares da Lingua Portugueza, de C. do R. (Carlos José do Rozário), publicado no Rio de Janeiro em 1880 pela Editora Typographia Nacional é uma obra que descreve uma extensa lista de verbos irregulares específicos da língua portuguesa. Inicialmente, o autor apresenta um pequeno texto dirigido ao leitor no qual se diz, talvez por sua formação em matemática e ciências físicas, ser “um compilador pouco adestrado, que muito tem a aprender”. Com isso, C. do R. não se coloca como autor do dicionário, apenas como compilador e rende homenagens aos que o ajudaram nessa tarefa. Na introdução, o autor desenvolve minuciosa explicação sobre os verbos abordando questões como a natureza e definição do verbo, o sujeito, o complemento, as modificações do verbo (pessoa, número, tempo, modo), sua conjugação e sintaxe. A microestrutura é composta pela entrada em maiúscula, uma informação gramatical e, entre parêntesis, o significado do verbo em forma de sinônimos e alguma remissão e/ou observação.Item Diccionario etymologico,prosodico e orthographico da lingua portugueza(1912) Bastos, J. T. da SilvaO Diccionario Etymologico, Prosodico e Orthographico da Lingua Portugueza foi organizado por J. T. da Silva Bastos e publicado pela Parceria Antonio Maria Pereira Livraria Editora em 1912. De acordo com o autor, o dicionário foi publicado “contendo grande cópia de novos termos e acepções”. O autor, no início do dicionário, sob o título de Anteloquio, comenta que “a Parceria Antonio Maria Pereira notando, por experiência de seu comércio, a falta de um dicionário de preço modico, mas em harmonia com os mais copiosos vocabulários da língua portuguesa encarregou-me desta tarefa [...]” (p. v). Afirma, ainda, o autor que as ciências avançam rapidamente e faz com que várias palavras sejam adicionadas no vocabulário do português e também que a língua é mutável “e assim entraram para o presente diccionario centenas de termos e de definições, ainda não registradas até agora, e outros que, devido à rápida difusão de sciencia e technica, ainda hontem desconhecidas, tomaram direito de cidade, em todos os paizes [...] que pela primeira vez figuram em dicionário portuguez.” (p. v). Em seguida, apresentam-se as abreviaturas e siglas usadas na obra. A microestrutura contempla a entrada em negrito, a divisão silábica com a sílaba tônica marcada em itálico, a informação gramatical e a definição. Apresenta, ainda, em alguns verbetes a informação etimológica (Computar [kon-pu-tar], v. tr. fazer o computo de; calcular. (Do lat. computare) (p. 348)). Acrescenta-se, ao final, um suplemento (Supplemento) no qual se incluem alguns outros verbetes não contemplados na nomenclatura da obra.Item Diccionario geographico, historico e descriptivo do Imperio do Brazil(J. P. Aillaud, 1845) Saínt-Adolphe, J.C.R. Milliet deItem Diccionario grammatical(Livraria Francisco Alves, 1906) Ribeiro, JoãoO Diccionario Grammatical é uma obra compilada por João Ribeiro e publicada em Belo Horizonte pela Livraria Francisco Alves em 1906. No Prólogo dessa edição (3ª), o autor esclarece que por solicitação da Editora, aceitou “melhorar e ampliar” a obra “sem prejuízo do plano primitivamente adotado”. O autor acrescenta que o plano primitivo era elaborar um dicionário “organizado para corresponder à necessidade que havia de reduzir em um só corpo, na ordem alfabética, por mais fácil, as matérias complementares do estudo da língua portuguesa, segundo as exigências dos novos programas de ensino” (p. v). A macroestrutura do dicionário está composta por lemas relacionados à gramática como, por exemplo, “acusativo, prefixo, adjetivo, adjunto, typos syntacticos divergentes” o que lhe confere características de um dicionário terminológico. Além disso, embora a proposta seja um dicionário gramatical, encontra-se como entrada também nomes de línguas como provençal (p. 274); turco (p. 311), tupi-guarani (p. 305), entre outros.Item Diccionario manual etymologico(P. Plantier) Coelho, Francisco AdolphoO Diccionario Manual Ethymologico da Lingua Portugueza, de F. Adolpho Coelho, publicado em Lisboa pela Editora P. Plantier, é uma obra de aproximadamente 1200 páginas nas quais se incluem, no exemplar que aqui apresentamos, o Prefácio intitulado “Prefação” em que o autor justifica a importância da obra para aquele momento histórico haja vista não haver até então uma obra que “aproveitasse de modo tão completo quanto possível todas as fontes da língua” (p. v). Na sequência, o autor tece algumas considerações sobre as partes que, segundo ele, deve-se considerar na obra. Discorre, então, sobre a terminologia usada, a ortografia, a pronúncia, a significação e a etimologia. Além disso, chama a atenção do leitor para o Supplemento – Addições, Omissões e Correcções – que é apresentado ao fim da obra. Nesse Supplemento, realizam-se algumas correções e se adicionam alguns verbetes. Após o prefácio, apresenta-se uma tabela de “Correspondências Ortográficas”. Com essa tabela, segundo o autor, “será fácil procurar no dicionário as palavras que se escrevem de vários modos e que nele se acham em geral com uma só forma ortográfica” (p. xi) e cita como exemplo as palavras apperceber/aperceber e touro/toiro. Apresenta-se, também, uma lista com as principais abreviaturas usadas no dicionário.Item Diccionario prosodico de Portugal e Brazil(1885) Carvalho, Antonio José de; Deus, João deO Diccionario Prosodico de Portugal e Brazil foi organizado por Antonio José de Carvalho e João de Deus e publicado pela Lopes & C.a - successores de Clavel & C.a. Este exemplar, pertencente à 5ª edição, foi publicado no Porto em 1895. O dicionário é direcionado “a todos os que desejam falar sem erros de pronúncia, tão vulgares entre as pessoas ainda razoavelmente instruídas” e “ao público em geral e em especial aos que estudam nas escolas a língua portuguesa”. Após a apresentação da obra, os autores incluem nesta edição (5ª) um texto intitulado Advertencia. Nesse texto, apresentam-se ao leitor as informações sobre como estão estruturadas as indicações sobre prosódia e salientam: “Só um mau ouvido ou um espírito muito preocupado pode confundir as primeiras vozes de este (pronome), éste (substantivo) e esta; as de pê (letra) e pé, e pes (plural de pé) [...]” (p. vii). Um dos pontos interessantes dessa parte do dicionário é a posição dos autores quanto à possível variação entre a prosódia do leitor e a descrita no dicionário; salientam os autores: “Se em algumas palavras o leitor achar indicada uma prosódia que não é a sua. Saiba também que em muitíssimos casos admitimos uma prosódia diferente, limitando-nos por brevidade a indicar a nossa preferida ou a que julgamos mais usual ou autorizada” (p. vi). O dicionário, além de mostrar uma ampla lista de unidades lexicais e seus respectivos significados, conta com o recurso de mostrar, entre parênteses a forma recomendada de pronunciar cada uma delas.Item Ensaio sobre alguns synonimos da língua portuguesa(Typographia da Academia R. Das Sciencias, 1824) Luiz, Francisco de S.A obra Ensaios sobre alguns Synonymos da Lingua Portugueza (2ª Edição, 1824), de D. Fr. Francisco de S. Luiz, publicada pela Academia Real das Sciencias de Lisboa buscou atender a um desejo de que houvesse um “Tratado dos sinônimos de Língua Portuguesa” (p. I). Na primeira parte da obra encontram-se um artigo extraído das Actas da Academia Real das Sciencias, datado de 03 de junho de 1822 em que se autoriza, a partir do Alvará emitido pela Rainha, a publicação da obra; um texto intitulado “Privilegios” e o Prefácio (Prefação). Neste, o autor explica seu método de trabalho, pois muitas vezes os autores clássicos e dicionários não continham informações suficientes que pudessem ajudá-lo em seu trabalho de identificação e análise dos sinônimos. Assim, estabeleceu que quando nos autores clássicos as diferenças entre os significados dessas palavras fossem claras, usaria esses autores; raras vezes, salienta o autor, foi possível encontrar. Então, procedeu-se à análise dos contextos nos quais apareciam as palavras a fim de estabelecer as relações de significação. O autor salienta, também, que “quando entendia que a significação das palavras correspondia exatamente à de outra língua, como a língua francesa, copiaram-se extratos dos próprios artigos, às vezes copiando-os formalmente de obras como Mrs. Girard, Roubaud e de outros autores” (p. vi). A macroestrutura não está organizada em ordem alfabética, entretanto, há dois índices remissivos – um organizado em ordem alfabética pela palavra entrada, ou seja, remete o leitor ao verbete; e outro de todas as unidades tratadas na obra. A microestrutura, por sua vez, apresenta-se da seguinte forma: palavra-entrada seguida de um ou mais sinônimos – uma explicação (definição) e uma abonação.Item Gallícísmos(1921) Freire, LaudelinoGallicísmos é uma obra organizada por Laudelino Freire e publicada pela S. A. Litho Typographia Fluminense no Rio de Janeiro no ano de 1921. Para o autor, o número elevado de galicismos presentes na língua portuguesa lhe estava “enxertando de vocábulos impuros, que lhe deslustrem o brilho e lhe pervertam a índole” (p. vii), o que o motivou à compilação de um conjunto de galicismos reunidos nessa obra. Na introdução do dicionário, o autor observa que julgou “conveniente incluir somente na lista dos galicismos os vocábulos meramente franceses que, sem necessidade alguma e desabusadamente, estão invadindo o idioma pátrio” (p. xiii) e chama a atenção para os galicismos léxicos, ortográficos, prosódicos, de gênero, de número e de acepção. Na sequência, apresentam-se os autores e obras citados e a nomenclatura do “dicionário”. Esta, organizada em ordem alfabética, apresenta um conjunto de entradas em negrito contemplando diferentes classes de palavras. Na microestrutura, encontra-se uma explicação sobre o lema, com abonação em certos casos bem como a recomendação da forma vernácula que deve ser usada em substituição ao galicismo, como podemos observar em: “Menu – É francesia que pode ser substituída pela palavra cardapio, consoante o alvitrou Castro Lopes” (p. 109). Laudelino Freire é implacável em suas observações sobre os galicismos, como podemos observar na atribuição de adjetivos como “bárbaro e estúpido” ao uso de “Estar ao desespero” (p. 68); “desnecessário” ao uso de “enveloppe” (p. 79); “deplorável” no caso de “imantar” (p. 99), “tolo” para o uso de “paveamento” (p. 120), entre outros.Item Grammatica descriptiva(Livraria Francisco Alves, 1914) Maciel, MaximinoA Grammatica Descriptiva é uma obra publicada pela Livraria Francisco Alves & Cia (Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte) e Aillaud, Alves & Cia (Paris, Lisboa) em 1914 e escrita pelo Dr. Maximino Maciel. Nesta edição (5ª) encontra-se o Prólogo da 2ª edição no qual o autor faz um histórico de suas obras e cita sua primeira publicação – a Gramática Analítica – publicada em 1887, além de algumas palavras sobre a 3ª edição bem como sobre a atual. O objetivo da Gramática Descritiva, de acordo com o autor, é: “(...) a sistematização orgânica dos fatos e normas próprios de uma língua, isoladamente considerada.” (p. 1). A gramática está dividida em quatro partes: Phonologia, Lexiologia, Syntaxilogia e Semiologia. Para o autor, a “Phonologia é o estudo da palavra como som, um produto orgânico do aparelho fonético. A Lexicologia é o estudo da palavra como organismo, isoladamente considerada. A Sintaxiologia é o estudo da palavra como função, coletivamente considerada. A Semiologia é o estudo da palavra como sinal, exteriormente representativo de uma ideia, conceito ou uma relação” (p. 5). A descrição gramatical é acompanhada de exemplos retirados de escritores da época. O autor assume que poucos exemplos são de sua autoria, pois, segundo ele, “É um dos maiores defeitos e até falta de critério formular o autor a regra e fazer o exemplo, o que largamente tem contribuído para o divorcio entre a grammatica e os phenomenos da lingua, quando aquella deve ser o codigo, o registro em que estes se achem consignados [...]” (p. vi). Ao término da gramática, o autor apresenta modelos de análise sintática e um “Breve retrospecto sobre o ensino de Língua Portuguesa” no qual discorre sobre a importância de nomes como Júlio Ribeiro, Pacheco Júnior, entre outros.Item Grammática expositiva(Weisfzflog Irmãos e Companhia, 1907) Pereira, Eduardo CarlosA Grammatica Expositiva é uma obra escrita por Eduardo Carlos Pereira e publicada pela Weiszflog Irmãos editora & Co. em 1907. É uma obra destinada aos 1º, 2º e 3º anos do gimnasio oficial. Inicia-se com uma Lista de autoridades clássicas citadas, seguida de um texto denominado “Explanações” no qual o autor argumenta sobre as divisões e indicações que propõe em seu livro. Segundo o autor, “primeiro buscou-se o resultante das duas correntes teóricas – moderna – que dá ênfase ao elemento histórico da língua e a tradicional, que mais se preocupa com o elemento lógico na expressão do pensamento” e conclui: “Ha verdade nas duas correntes: o erro está no exclusivismo de uma e de outra, ou, melhor, na confusão de ambas” (p. I). Em segundo lugar, buscou-se fugir da “terminologia gramatical abstrusa e cansativa” e não se rejeitaram “os neologismos correntes e apropriados” (p. II). Em terceiro lugar, amparou suas “teorias gramaticais na autoridade de mestres de reconhecida competência, como: F. Diez, A. Darmesteter, C. Ayer, Andrés Bello” entre outros, além do “grande número de gramáticos nacionais e portugueses” (p. II). O autor salienta que o 1º ano deve estudar sintaxe e concordância regular; o 2º fonologia, morfologia e etimologia e, o 3º, aprofundar nos estudos de sintaxe e estudar as figuras e vícios de linguagem. Na sequência, apresenta-se um texto denominado “Noções Preliminares” no qual se discorre sobre alguns conceitos como linguagem, palavra, sujeito e predicado. A obra aborda conteúdos como fonologia, fonética, morfologia, lexicologia, etimologia, sintaxe etc. Essa Gramática, segundo o autor, “satisfez-se o excelente princípio da pedagogia alemã: aguçar o intelecto e formar o carácter” (p. II).Item Grammatica histórica(Secção de Obras d’ “O Estado de S. Paulo”, 1919) Pereira, Eduardo CarlosA Grammatica Histórica, de autoria de Eduardo Carlos Pereira, publicada em 1919 – Seção de Obras d’O Estado de São Paulo – caracteriza-se como uma obra imprescindível para a história da língua portuguesa. O Prólogo dessa edição (2ª) traz um belíssimo texto assinado pelo autor, no qual se afirma, entre outras questões, que “Vehiculo da Idéa, é a palavra o mais bello e util apanagio da humanidade. Filha do homem, traz com o homem frisante analogia. Sua origem, como a do seu putativo genitor, tem o cunho do mysterio, perde-se na noite remota dos tempos, e offerece ás pesquisas dos sábios indecifrável enigma. Como elle ainda, ella nasce, cresce, adoece e morre (p. iii)”. Para tratar desse “mistério”, o autor divide sua obra em quatro capítulos mais a Introdução. Nesta, apresenta a organização de seu texto e explica que “A Grammatica tem intima relação com a Glottologia e com a Philologia, e todas com a Linguagem. Convém preliminarmente determinar essas relações, estudando, em succinto esboço, a natureza da Linguagem, o dominio e a historia da Glottologia e da Philologia” (p. 1). Após o citado esboço, inicia-se a Gramática propriamente dita. Esta se subdivide em Phonologia, Phonética, Morfologia, Etimologia e Sintaxe, cada uma delas se subdividem e se especificam. No final da obra, apresentam-se dois índices remissivos, um de caráter geral e outro analítico. Além das referências das principais obras consultadas e algumas opiniões sobre a obra.Item Grammatica portugueza(Teixeira & irmão, 1885) Ribeiro, JulioA Grammatica Portugueza, de Julio Ribeiro, publicada em São Paulo em 1885 (2ª edição) pela Teixeira e Irmãos Editores, é uma obra que visa “expor os usos da língua”, como podemos apreender das palavras do autor em seu Prefácio: “As antigas grammaticas portuguezas eram mais dissertações de metaphysica do que exposições dos usos da língua” (p. I). Nesta edição, o autor observa que abandonou definições abstratas e vagas usadas anteriormente e optou por definições mais claras e concretas. Constam, após o prefácio, os pareceres de três nomes importantes da época: Ruy Barbosa, Antônio José Viale e André Lefèvre. Na introdução, o autor afirma que “Gramática é a exposição metódica dos fatos da linguagem” e que “A gramática não faz leis e regras para a linguagem; expõe os fatos dela, ordenados de modo que possam ser aprendidos com facilidade” (p. 1). A partir desse conceito, divide sua obra em duas partes e cada uma está dividida pelo o que o autor denominou “Livros”. A primeira parte, intitulada Lexicologia, contem dois livros. No primeiro, aborda os “elementos materiais das palavras” (Fonética, Prosódia e Ortografia). O segundo está dedicado aos “Elementos mórficos das palavras”. Neste, o autor trata de questões como as classes de palavras e etimologia. A segunda parte, denominada “Sintaxe - generalidades”, dividida em quatro livros, aborda a “sintaxe léxica”, ou seja, a relação das palavras entre sim (1º livro); a “sintaxe lógica” que são as questões de coordenação e subordinação (2º livro); as “regras da sintaxe” (3º livro) e, ainda, o 4º e último livro no qual se discutem as regras de pontuação e acentuação. O autor apresenta, ainda, ao final de sua obra, uma seção denominada “Anexos”, na qual discorre sobre temas como: “Agente indeterminado em Romanico”, “O artigo portuguez”, “O grupo Kh”, entre outros.Item Grammatica portugueza dos lyceus(Livraria Civilisação de Eduardo da Costa Santos, 1887) Leite, Francisco José MonteiroA Grammatica Portugueza dos Lyceus de Francisco José Monteiro Leite, publicada no Porto em 1887 pela Livraria Civilisação de Eduardo da Costa Santos Editor, apresenta-se como uma obra “em que contém toda a doutrina exigida pelo último programa oficial organizado pelo Conselho Superior de Instrução Pública”. A Grammatica, pensada e elaborada para dois anos de curso, está organizada em duas partes: (i) Fonologia, Morfologia e Sintaxe, conteúdos relativos ao primeiro ano e; (ii) Noções de Etimologia, conteúdo relativo ao segundo ano. A primeira parte, dividida em três capítulos, aborda desde questões referentes à palavra, termo, vocábulo e frase, passando pela Fonologia, pelas classes de palavras até as questões de orações, concordâncias e regências. Na segunda parte, relativa ao segundo ano, apresenta algumas noções de etimologia que, segundo o autor, trata-se de um “estudo que deve ser rigoroso e consciencioso, sem o qual não se pode escrever com correção, propriedade e clareza” (p. 7). Além disso, apresenta uma seção sobre o que denominou “Sintaxe Figurada”, na qual discute, entre outros aspectos, questões sobre figuras de palavras e vícios de linguagem. Apresenta, também, um capítulo denominado “Suplemento à Phonologia” em que discorre sobre ortoépia e ortografia.