Letras Floridas

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Data

1920

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Editor

Leite Ribeiro & Maurillo

Resumo

Mais conhecido como pesquisador do folclore, Amadeu Ataliba Arruda Amaral Leite Penteado (Capivari, SP, 6 de novembro de 1865 – São Paulo, SP, 24 de outubro de 1929), foi também político atuante, membro da Liga Nacionalista (1917-1922), jornalista de O Estado de S. Paulo, colaborador das revistas A Vida Moderna e A Cigarra, fundador da Academia Paulista de Letras, imortal da Academia Brasileira de Letras. Os contatos estabelecidos na redação de A Cigarra abriram espaços para que Amadeu Amaral ingressasse no mundo das letras, de que dão mostras a obra Letras Floridas, publicada pela prestigiosa editora carioca Leite Ribeiro & Murillo, em 1920. O título do livro, a ilustração da capa e o prefácio do autor associam a literatura à amenidade, representação-clichê do campo literário que o identifica ao divertimento descompromissado, por oposição ao campo político, território das lutas pelo poder, no qual Amadeu Amaral, diga-se de passagem, sempre esteve envolvido enquanto opositor do Partido Republicano Paulista (PRP). As sete palestras coligidas em Letras Floridas foram todas apresentadas em ocasiões anteriores, como aquela sobre Raimundo Correa, que inaugura a Sociedade de Cultura Artística de São Paulo, em 6 de setembro de 1912, e na qual Amadeu Amaral, além de homenagear o poeta então esquecido, demonstrava afinidades eletivas com o Parnasianismo, nessa altura, escola literária em fase de decadência. Os demais temas abordados pelas palestras vêm ao encontro do engajamento de Amadeu Amaral com o projeto cívico-patriótico da Liga Nacionalista, a exemplo de “Árvores e poetas”, “A cigarra e a formiga” e “As promessas do escotismo”, a primeira, enaltecimento das árvores e defesa da ecologia, a segunda, pregação da literatura moralizante, representada pela fábula de La Fontaine, a terceira, apologia do escotismo como ferramenta eficaz no processo educativo da mocidade brasileira.
Fundada em dezembro de 1916, a Liga Nacionalista de São Paulo (LNSP) surgiu no contexto do nacionalismo que se desenvolveu no Brasil com a eclosão da Primeira Guerra Mundial. Em 1915, o ímpeto nacionalista que contaminara o país, dera origem, no Rio de Janeiro, à Liga da Defesa Nacional, cujos propósitos se desdobraram na capital paulista com a criação da Liga Nacionalista. Vinculada à Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, a Liga pregava o serviço militar obrigatório, a educação cívica patriótica e o voto secreto.

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