Vozes do ermo
Carregando...
Arquivos
Data
1876
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Mattos Moreira & Cia
Resumo
Maria Amália Vaz de Carvalho (Lisboa, 2 de fevereiro de 1847 – Lisboa, 24 de março de 1921), pseudônimo de Valentina Lucena, articulista de sucesso, tanto em Portugal quanto no Brasil, autora de vasta obra de caráter polígrafo que vai da poesia ao conto, da crônica ao estudo monográfico, primeira mulher a dar entrada na Academia das Ciências de Lisboa, redatora de periódicos femininos portugueses, como Voz Feminina, foi casada com o poeta parnasiano Gonçalves Crespo. Maria Amália estréia na poesia com o livro Vozes do Ermo, publicado em Lisboa, em 1876, pela editora de Matos Moreira & Cia. O volume tem prefácio de José Maria Latino Coelho (1825-1891), que discute a questão da sobrevivência da poesia, apontando o papel que cabe à mulher na garantia dessa sobrevivência. Dividido em duas partes, o livro traz composições marcadas por motivos caros ao ideário romântico, em particular a temática amorosa, que predomina na maior parte das composições (“O Sonho e a Realidade”), a religiosidade (“Confidências”, “Pecadora”), a presença da natureza (“Primavera”, “A Andorinha”, “O Campo”), a melancolia do sujeito poético diante da natureza (“Nostalgia do Impossível”). Vários poemas da antologia são dedicados a figuras femininas, tanto as da esfera familiar - a irmã, Maria do Carmo Vaz de Carvalho, a mãe (“Confidências”), a prima Aline de Gusmão (“Quadro Simples”) - quanto as do círculo de amigas - Eugênia Nunes Viseu (“Mocidade”), viscondessa de Castilho (“A Andorinha”), Ana Maria Ribeiro de Sá (“Júbilos), Heloise de Almeida e Albuquerque (“O Campo”), Margarida Street Lopes de Mendonça (“Primavera”). Last, but not least, o marido de Maria Amália, Gonçalves Crespo, não é deixado de fora desse panteão de homenageados (“O Romantismo”).