Maria da Fonte

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Data

2014-03-26

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Chardron

Resumo

Camilo Castelo Branco (Lisboa, 16 de março de 1825 – Vila Nova de Famalicão, 1 de junho de 1890) foi um dos escritores mais prolíficos da literatura portuguesa, tendo incursionado pelo romance, crônica, crítica literária, teatro, poesia e tradução. Relativamente à sua vida, sabe-se tão pouco a respeito dela, que muito cedo se criou a aura do “torturado de Ceide”, tornando inevitável ler na sua obra momentos da vida vivida. Mais conhecido como autor de romances e novelas sentimentais, Camilo incursionou também pela história, como no livro Maria da Fonte, publicado em 1ª. edição, em 1884 (a 2ª. saiu em 1901), e em 3ª , em 1908, com ilustrações, na “Coleção Lusitânia”, da editora Chardron, do Porto. No “Discurso Proemial”, datado de “São Miguel de Ceide, 21 de novembro de 1884”, o escritor conta que, ao folhear as páginas do livro do padre Casimiro José Vieira (1817-1895) - Apontamentos para a História da Revolução do Minho em 1846 (1883) -, reportou-se aos anos em que, na companhia do sacerdote minhoto, tomou parte na revolta popular chamada de Maria da Fonte, ocorrida na primavera de 1846. Foram essas lembranças, motivadas pela leitura da obra do padre Casimiro (cujo original Camilo teve acesso, por intermédio do padre Sena Freitas) que o levaram a escrever a sua versão da célebre revolta do Minho, na convicção de que “o dele (do padre Casimiro) e o meu são dois livros que se completam”. Dividida em quatro partes – “Marias da Fonte”, “Casimiro, o presbítero”, “O Miguelismo”, “Epistolário, pedreiros-livres, etc” -, às quais foi acrescentado um “Post-Scriptum”, a obra percorre a trajetória da guerra civil de 1846: a participação das mulheres iniciadoras na revolução, as atividades do padre Casimiro à frente do grupo de camponesas minhotas, o contexto da revolta, com o embate entre miguelistas e liberais, a fuga do padre Casimiro para Felgueiras, no norte do Porto, onde passou a escrever cartas enviadas, entre outros, para a rainha D. Maria II, e a elaborar a obra Protesto Contra a Sacrílega Invasão de Roma e a Apreciação da Liberdade Liberal (1871), na qual critica os maçons. Ciente de que a preocupação com o rigor histórico não o impediu de tomar partido na reconstituição da revolta de 1846, no “Post-Scriptum”, Camilo se penitencia dos lampejos de “jovialidades, ironias, risos histéricos”, que impregnam o seu trabalho. Como desculpa, alega que para ele era “penosíssima tarefa escrever este livro nostálgico sem o desafogo de umas eternas ligeirices e verduras que me suavizassem o assunto pesado de saudades”.

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