Religião
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ItemLe mysticisme en France au temps de Fénelon(Didier, 1865)Jacques Matter (1791-1864) foi inspetor-geral, pastor, escritor e professor de História Eclesiástica na Faculdade de Teologia Protestante de Estrasburgo. Nasceu em Alteckendorf, em 31 de maio de 1791. Estudou no ginásio Jean-Sturm, depois, no Seminário Protestante e, posteriormente, na Faculdade de Teologia. A fim de aprofundar seus conhecimentos partiu, em 1814, para Göttingen na Alemanha. Mais tarde, mudou-se para Paris, de 1815 à 1817. Em 1817, Matter defendeu duas teses importantes sobre História Antiga e, quatro anos mais tarde, obteve seu título de doutor em Teologia. Foi professor de História no Collège royal de Strasbourg, de 1818 à 1820. Em seguida, foi professor de filosofia no Seminário Protestante, de 1820 à 1843 e de 1846 à 1864. E, posteriormente, professor de História Eclesiástica na Faculdade de Teologia. Fundou algumas revistas pedagógicas, como L'instituteur primaire, le Visiteur des écoles e Le Manuel général d’instruction primaire, com o intuito de ajudar na formação de professores. Foi, também, Inspetor Geral de Bibliotecas. E seguida concentrou-se em suas pesquisas sobre doutrinas filosóficas esotéricas, criando assim a expressão “esotérisme” em francês, empregada no livro L’Histoire Critique du Gnosticisme (1828). Dentre suas principais obras figuram De l'affaiblissement des idées et des études morales, 1841; Le mysticisme en France au temps de Fénelon, 1865. É este que apresenta-se aqui, em sua segunda edição. O Misticismo na França no tempo de Fénelon pretende retraçar uma história do misticismo, sobretudo centrado na figura de François Fénelon (1651-1715), teólogo católico e escritor francês, autor de Les Aventures de Télémaque (1699) e Réfutation du père Malebranche (1687-1688). Percorre, assim, grande parte de seus textos importantes, como os Traité de l’éducation des filles (1687) e Traité du ministère des pasteurs (1688). Mas também alguns de seus opositores, como Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704), não sem assinalar as relações entre Fénelon e o quietismo de Madame Guyon (1648-1717).
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ItemNouvelles études d’histoire religieuse(Calmann Lévy, 1884)Joseph Ernest Renan (1823-1892) foi um escritor, historiador e filósofo francês. Estudante de teologia no Seminário de Issy de 1841 a 1843, formação que interrompeu face a uma crise religiosa, dedicou-se aos estudos do orientalismo, com uma tese de doutorado em filosofia consagrada à obra de Averroès em 1852 e com a publicação de uma Histoire générale et système comparé des langues sémitiques (1855). Nesse momento escreve inúmeros artigos para a prestigiosa Revue des Deux Mondes e para o Journal des débats. Em 1862, ao retornar de uma missão arqueológica à Fenícia, Síria, Galiléia e Palestina, é nomeado professor de hebreu do Collège de France, sendo suspenso pouco depois em virtude de suas afirmações polêmicas sobre Jesus. É quando decide publicar La Vie de Jesus (1863), texto de enorme repercussão – num período, aliás, de várias outras “vidas de Jesus” como as de Auguste Sabatier e Bernhard Weiss – em que busca retraçar a existência histórica de Jesus, facultando ao estudo dos textos bíblicos, do mesmo modo, a possibilidade de uma análise historico-crítica. A ela se seguiriam outros estudos dedicados ao cristianismo, como os sete volumes de Histoire des origines du christianisme (1863-1883). Nesse contexto, situam-se também estes Novos estudos de história religiosa, de 1884, em cujo prefácio defenderia a separação da religião do Estado moderno, para que aquela se torne algo livre, “tão individual como a literatura, a arte e o gosto” (p. ix). Serve-se, para isso, do modelo da Inglaterra e dos Estados Unidos na perspectiva de um “progresso geral das luzes”, quando as “crenças sobrenaturais serão minadas lentamente” (p.xiii), mas sem deixe de sobreviver uma religião em sentido elevado para além dos dogmas da Igreja: “os dogmas são passageiros, mas a piedade é eterna” (p. xx). Estes Novos estudos pretendem-se, contudo, mais amplos do que a sugestão do prefácio e abarcam inúmeros assuntos: desde o paganismo, as traduções da Bíblia, Joaquim de Fiore, Galileu, São Francisco de Assis – este por quem seria devoto e que teria tido, depois de Jesus, “a religião a mais imediata da natureza”(p.iii) – passando por três breves estudos dedicados a Port-Royal, além de textos sobre Espinosa, arte religiosa ou sobre o método experimental em religião, em que afirmaria terem as religiões dos tempos atuais encontrado refúgio no coração, tornando-se poesia e sentimento (p. 11).
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ItemA propos d'histoire des religions(Emile Nourry, 1911)Alfred Loisy (1857-1940) foi um renomado padre e teólogo francês. Ex-seminarista do Grand Séminaire de Chalons-en-Champagne, foi aluno de filosofia e, em seguida, professor do Institut Catholique de Paris, onde, desde cedo, esteve encarregado do ensino do texto bíblico. Doutor em teologia com uma tese sobre a história do cânone do Antigo Testamento, publicou La composition et l’interprétation historique des Livres Saints em 1892, em que já afirmaria a importância do método histórico-crítico na interpretação das escrituras. Em virtude disso, foi obrigado a afastar-se do Instituto, ao que seguiu a sua indicação, através de amigos, para um posto na École Pratique de Hautes Études em Paris. É nesse momento que publica L’Évangile et l’Église (1902), obra de enorme repercussão — há um exemplar na Casa Fernando Pessoa, por exemplo —, e uma das responsáveis pelo que se chamou de “crise modernista”. Loisy seria, como consequência, excomungado em 1908, conforme decreto promulgado pelo Santo Ofício: “todo mundo sabe que o padre Alfred Loisy, morador da diocese de Langres, ensinou e publicou teorias que arruínam o fundamento da fé cristã...” Foi posteriormente nomeado para a cátedra de História das religiões do Collège de France, que ocupará até 1933, período de numerosa produção exegética: de livros como La Naissance du christianisme (1933) e Les Origines du Nouveau Testament (1936), dentre outros. A respeito de História das religiões reúne cinco artigos anteriormente publicados por Loisy. O primeiro deles provém de um debate com o livro Orpheus (1909) de Solomon Reinach, a propósito da definição de religião a partir da ideia de tabu ou de um sistema de proibições. O segundo, também suscitado pela publicação de Reinach, dedica-se à popularização e ao ensino de história das religiões em ambiente escolar, face, duplamente, a uma neutralidade que poderia ser da ordem da negação religiosa e a um direito da “criança que crê de não ser violentamente despojada de uma fé que é parte integrante de sua vida moral”(p.20). O terceiro artigo percorre as noções de magia, ciência e religião, buscando semelhanças e diferenças entre elas. No caso da magia e da religião, afirma, por exemplo, que ambas são ritos tradicionais que supõem uma força misteriosa, mas possuem relação diversa com o organismo social ao qual pertencem (p.173). O quarto capítulo investiga a personalidade de Jesus em resposta a uma enquete do Hibbert journal de 1909 intitulada “Jesus ou Cristo” e baseada numa pergunta de Robert Richford Roberts sobre se o Jesus histórico não seria incompatível com o Cristo da teologia. O quinto capítulo, por fim, discute o livro O mito do Cristo do filósofo alemão Arthur Drews, segundo o qual Jesus não teria existido historicamente.
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ItemManuale di patrologia(Ulrico Hoelpli, 1919)Nesta obra P. G. Franceschini apresenta um manual de patrologia – isto é, um guia para a compreensão da vida e obra dos padres -, em que pretende realizar um estudo acerca da literatura produzida pela Igreja Católica desde a sua antiguidade. Aqui, Franceschini procura analisar a produção literária patrística desde o período designado pré-Niceno (ou seja, antigo, anterior ao século VI d.C), considerado o período áureo da literatura patrística, bem como sua subsequente decadência. A obra é dividida em três partes, além da introdução. Na “Introduzione” (“Introdução”), o autor procura justificar a necessidade de se estudar a antiga literatura cristã, questionar sua cientificidade, discutir os termos “Padre” e “Patrologia” dentro do paradigma católico, realizar uma primeira abordagem do que seria a literatura patrística, além de apresentar uma breve bibliografia de seus principais autores consultados e a divisão histórica da literatura em questão, na qual se fundamentará sua exposição. Na Parte Prima, (Primeira parte), Franceschini introduz o período literário pré-Niceno, buscando, a partir de quatro capítulos, subdivididos em diversas outras seções e acrescidos de alguns apêndices, abordar a literatura dos tempos primitivos imediatamente seguidos aos Apóstolos, tratando de padres e livros apócrifos do antigo e novo testamentos, dos apóstolos cristãos do século II, das relações entre gnosticismo e S. Irineu, e do início da vicência teológica. Na Parte Seconda (“Segunda parte”), o autor dissertará sobre o período áureo da literatura patrística. Dividida em quatro capítulos, também subdivididos e por vezes acrescidos de apêndices, a segunda parte procura introduzir os principais nomes da literatura cristã, apresentando uma breve bio-bibliografia de cada um, com local de nascimento, papeis desempenhados por eles na igreja, seus pensamentos e produções. Aqui, o autor tratará dos escritores de escola eclesiástica, dos grandes padres e teólogos gregos, orientais e ocidentais e de alguns escritores tidos como menores. Na terceira e última parte (“Parte terza”), Franceschini apresentará o último período e a decadência da literatura patrística, valendo-se de um esquema análogo aos anteriores. Nesta parte, o autor discorrerá sobre escritores orientais e latinos e sobre os poetas cristãos. A obra é uma referência para o estudo da literatura patrística, oferecendo um rico aparato bibliográfico com seus mais ilustres representantes.
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ItemOrpheus : histoire générale des religions(Alcide Picard, 1922)Salomon Reinach foi um arqueólogo francês e especialista em história das religiões, que nasceu em Saint-Germain-en-Laye em 29 de agosto de 1858 e faleceu em Boulogne-Billancourt em 4 de novembro de 1932. Iniciou seus estudos na École Normale Supérieure antes de ingressar na escola francesa de Atenas, em 1879. Devido ao seu grande interesse por filosofia, traduziu o Ensaio sobre o livre árbitro de Schopenhauer, em 1877. Em 1880 publicou um Manual de filologia clássica e, em 1886, a Gramática Latina. Em 1887 foi nomeado assistente no Museu Nacional de Antiguidades em Saint-Germain-en-Laye, onde seria o curador assistente de 1893-1902 e diretor de 1902 até a sua morte. Ele organizou as salas do museu, multiplicou catálogos e inventários e compilou os diretórios das estátuas gregas e romanas, das pinturas da Idade Média e do Renascimento, e os vasos gregos e etruscos. Em 1902 criou o curso de história geral da arte em vinte e cinco lições destinado à Escola do Louvre. Sempre foi um grande defensor e propagador da cultura. A obra Orpheus Histoire Générale des Réligions, publicada pela primeira vez em 1907, discorre sobre a história da religião ao redor do mundo. Desde as primeiras manifestações religiosas até a consolidação do cristianismo, o autor traça um panorama do desenvolvimento religioso a fim de explanar como se deu a religião em cada continente de forma distinta, ressaltando, ainda, aspectos culturais de cada região, e como, a partir dessa perspectiva, originaram-se os costumes religiosos que diferenciam os povos.