La religion romaine : d’Auguste aux Antonins

Thumbnail Image
Data
1906
Autores
Boissier, Gaston
Journal Title
Journal ISSN
Volume Title
Publisher
Hachette
Resumo
Marie-Louis-Antoine-Gaston Boissier (1823-1908) foi um historiador e filólogo francês. Graduado em Letras em 1846, foi professor de retórica durante seis anos nos colégios de Angoulême e de Nîmes, antes de lecionar no liceu Charlemagne, em Paris. Alcançou o título de Doutor em Letras, em 1857. Lecionou literatura francesa e latina na École Normale Supérieure. Em 1869, foi indicado para a cátedra de professor de poesia latina no Collège de France. Entre suas principais publicações, destacam-se Cicéron et ses amis (1865, traduzido em português pela editora Renascença em 1946), La religion romaine d’Auguste aux Antonins (1874) e L’Opposition sous les Césars (1875). Tais obras o fizeram ingressar na Académie Française em 1876. Em 1886, tornou-se membro da Académie des inscriptions et Belles-lettres. Administrou o Collège de France de 1892 à 1895, quando foi eleito secretário permanente da Academia francesa. Fez também parte da Real Academia dinamarquesa de Ciências e Letras.
A Religião romana, de Augusto aos Antoninos retraça o caminho do que Boissier chamaria de uma passagem da incredulidade à devoção dos romanos. A partir de uma constatação simples, a ausência de discussão religiosa nas cartas de Cícero, ao contrário de Marco-Aurélio, onde os nomes dos deuses seriam a todo tempo evocados, Boissier pretende investigar essa “revolução” rumo a um século II, período em que quase todos os filósofos teriam se tornado crentes. Passa, assim, numa primeira parte, pela compreensão do que teria sido a religião romana no século de Augusto, a partir da investigação, dentre outros textos, do livro sexto da Eneida de Virgílio, que narra a descida de Enéias aos infernos e que tomaria de empréstimo lendas populares da Grécia e de Roma: Cérbero, Caronte, Minos e Radamanto, o Tártaro e o Eliseu (p.296). Para chegar ao período após Augusto, em sua segunda parte, com um quadro das religiões estrangeiras que chegaram em Roma como fruto das conquistas, como o mitraísmo, e sua tendência a unir-se num culto geral ou compartilhar um fundo comum com a religião romana – com um respeito, por exemplo, por seus deuses (cf. p.386) – fundo com purificações e expiações, o culto de Ceres e de Baco, de que estariam excluídos o judaísmo e o cristianismo.
Este segundo tomo de A Religião romana, de Augusto aos Antoninos dá prosseguimento ao que Boissier chamou de uma passagem da incredulidade à devoção dos romanos. Assim, uma primeira parte, que é a continuação do toma anterior, trata ainda da religião no período pós-Augusto e está dividida em cinco capítulos. Eles percorrem: a filosofia romana do período; o ensinamento de Sêneca; as possíveis relações entre Sêneca e São Paulo, com destaque à correspondência apócrifa entre ambos e à possível influência religiosa na filosofia de Sêneca, quando perguntaria se “Sêneca tomou de empréstimo suas doutrinas a São Paulo?”, ao que responde negativamente; a filosofia romana depois de Sêneca; e o que chamaria de teologia romana, quando abordaria também o estoicismo e as doutrinas de Apuleio. A segunda e última parte, intitulada “A sociedade romana no tempo dos Antoninos”, pretende apresentar um quadro social do período, com capítulos dedicados às classes nobres, em que descreve, por exemplo, a crença na astrologia e na magia; às mulheres, cuja servidão e reclusão relativiza sobretudo a partir da importância do casamento na sociedade romana (p.199); às classes populares e suas associações, cujas festas, divindades mas também cujo estatuto como sociedade política nos apresenta; e aos escravos.
Description
Obra em 2 tomos
6.ed.
Palavras-chave
Filosofia antiga, Roma - Religião
Citação