La religion d'Israël
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Data
1908
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Resumo
Alfred Loisy (1857-1940) foi um renomado padre e teólogo francês. Ex-seminarista do Grand Séminaire de Chalons-en-Champagne, foi aluno de filosofia e, em seguida, professor do Institut Catholique de Paris, onde, desde cedo, esteve encarregado do ensino do texto bíblico. Doutor em teologia com uma tese sobre a história do cânone do Antigo Testamento, publicou La composition et l’interprétation historique des Livres Saints em 1892, em que já afirmaria a importância do método histórico-crítico na interpretação das escrituras. Em virtude disso, foi obrigado a afastar-se do Instituto, ao que seguiu a sua indicação, através de amigos, para um posto na École Pratique de Hautes Études em Paris. É nesse momento que publica L’Évangile et l’Église (1902), obra de enorme repercussão — há um exemplar na Casa Fernando Pessoa, por exemplo —, e uma das responsáveis pelo que se chamou de “crise modernista”. Loisy seria, como consequência, excomungado em 1908, conforme decreto promulgado pelo Santo Ofício: “todo mundo sabe que o padre Alfred Loisy, morador da diocese de Langres, ensinou e publicou teorias que arruínam o fundamento da fé cristã...” Foi posteriormente nomeado para a cátedra de História das religiões do Collège de France, que ocupará até 1933, período de numerosa produção exegética: de livros como La Naissance du christianisme (1933) e Les Origines du Nouveau Testament (1936), dentre outros. A religião de Israel relata a história da religião judaica de seu surgimento até o período cristão, percorrendo as práticas de seu culto e suas crenças face a outras religiões da antiguidade, tanto quanto compreendendo as suas transformações ao longo do tempo. Para isso, Alfred Loisy se serve, ainda uma vez, de uma “crítica das fontes”, observando como vários dos livros do Antigo Testamento não deveriam ser considerados como escritos homogêneos, mas “compilações anônimas, baseados em fontes anteriores, de origem diversa”(p.10). Dividido em seis capítulos intitulados, respectivamente, “as fontes”, “as origens”, “o iaveísmo antigo”, “o profetismo”, “o judaísmo”, “o messianismo”, analisa, assim, o texto bíblico, testemunhos históricos do período e outros textos, como O livro das guerras de Iavé. Para afirmar, dentre tantas coisas, que o culto monoteísta judaico não teria procedido de cultos politeístas (p.66). Ou que pode ter havido uma herança do totemismo na representação da serpente na qual teria se transformado o cajado de Moisés (pp.81-82). Observa, igualmente, ritos como o da circuncisão, que teria sido praticada anteriormente no Egito como símbolo de pureza religiosa (p.89). Por fim, estabelece vínculos entre o profetismo judaico e o cristão, não sem percorrer e explicitar a constituição dos diferentes grupos judaicos (fariseus, saduceus, essênios) e a relação deles com o cristianismo.
Descrição
2.ed., rev. et augm.