Critíca Literária
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Navegando Critíca Literária por Autor "Steinlen"
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Item Vers les temps meilleurs(Leroux, Auguste, 1906) France, AnatoleJacques Anatole François Thibault, mais conhecido como Anatole France, foi um dos maiores escritores franceses da época da Terceira República. Nasceu em Paris, em 16 de abril de 1844, e faleceu em Saint-Cyr-sur-Loire, em 12 de outubro de 1924. Foi considerado também um dos mais importantes críticos literários de sua época. Seu pai, François Noël Thibault, homem modesto e simples, possuía uma livraria especializada em livros e documentos sobre a Revolução Francesa, frequentada por muitos escritores e estudiosos. Dessa forma, Anatole France cresceu em um ambiente bastante erudito, o que despertou seu gosto pelos livros. Apresentando um íntimo conhecimento do período revolucionário, deu a muitos de seus romances e contos tal plano de fundo. De 1853 à 1862, estudou nas instituições Sainte-Marie e Stanislas, na França; sofreu bastante preconceito por ser pobre em um meio rico, mas se tornou muito conhecido pelos seus escritos. Desde o início dos anos 1860, trabalhou para várias revistas e livreiros, mas sua carreira literária começou com a poesia e foi um dos discípulos do poeta francês Leconte de Lisle. Ele foi considerado um dos escritores de maior e mais significativa consciência de seu tempo por envolver em seus escritos muitas causas sociais e políticas do início do século XX. Em 1876, tornou-se supervisor da Biblioteca do Senado, cargo que ocupou até sua renúncia em 01 de fevereiro de 1890. Em 1887, tornou-se crítico literário da prestigiada revista Le Temps. Foi eleito para a Academia francesa em 23 de janeiro de 1896, onde ocupou a poltrona 38. Tornou-se um escritor reconhecido, influente e rico. Na França, comprometeu-se com muitas causas. Possui vários discursos denunciando o genocídio na Armênia e apoiava Archag Tchobanian, escritor e poeta armênio. Juntou-se a Emile Zola, com quem se reconciliou no início dos anos 1890 durante o caso Dreyfus, conflito social e político que aconteceu na Terceira República (regime republicano que vigorou na França de 1870 à 1940). Em 1909, partiu para a América do Sul com intuito de fazer uma turnê de conferências sobre o escritor francês François Rabelais, porém, esse tema é substituído durante a viagem que fez por Lisboa, Recife, Rio de Janeiro, Montevidéu e Buenos Aires, por palestras sobre suas próprias obras e sobre a literatura contemporânea. No início da Primeira Guerra Mundial, escreveu textos relativos à guerra e aos patriotas, mas se arrepende. Em seguida, denuncia a loucura da guerra desejada pelo sistema capitalista no contexto da União e declara: "nós acreditamos morrer pela pátria, mas morremos pela indústria". Defendeu uma paz amigável entre os franceses e alemães e isso despertou a indignação e hostilidade da população, o que lhe rendeu cartas de insultos e ameaças de morte. Foi contra o Tratado de Versalhes e assinou o protesto do grupo Clarté (um grupo de estudantes comunistas), intitulado "Contra a paz injusta" e publicado no jornal francês L'Humanité, em 22 de julho de 1919. Foi premiado em 1921 com o Prêmio Nobel de Literatura pelo conjunto de sua obra. Em 1922, todas as suas obras (opera omnia) foram objeto de uma condenação papal (decreto da Congregação do Santo Ofício 31 de maio de 1922). Quando sua morte foi anunciada, em 12 de outubro de 1924, o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Painlevé, declarou: "O nível de inteligência humana caiu naquela noite.” No decorrer de sua vida, Anatole France fez inúmeros discursos, Vers Les Temps Meilleurs, publicado em 1906, reúne os discursos e alocuções feitos por Anatole France em reuniões da Ligue des Droits de l’Homme, Libre Pensée e outras associações para as quais o autor prestou apoio e contribuição, e encerram o período de 28 de novembro 1898 a 24 de fevereiro de 1906. Suas declarações indicam um compromisso humanista e socialista sincero. Este volume nos faz reviver um homem que, apesar de acadêmico, foi um combatente laico e racionalista. Seu maior discurso: "O grande valor humano é o próprio homem. Para reforçar o valor do globo terrestre, precisamos primeiro colocar o homem em evidência. Para explorar o solo, as minas, a água, todas as substâncias e todas as forças do planeta, é preciso o homem, todos os homens, a humanidade, toda a humanidade. A plena exploração da terra exige o trabalho combinado de homens brancos, amarelos e negros. Reduzindo, diminuindo, lutando contra uma parte da humanidade, estamos agindo contra nós mesmos (...)” É como afirma seu editor no prefácio da obra, seus discursos “são a manifestação mais clara da generosidade de coração, a bela visão de espírito, do sentido político daquele que se aprazia outrora a escarnecer o diletantismo”.