Critíca Literária
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Item De l'Allemagne(Michel Lévy, 1860) Heine, HeinrichChristian Johann Heinrich Heine foi um poeta alemão que ficou conhecido como “o último dos românticos”. Nasceu no seio de uma família judaica sob o nome de Harry, na cidade alemã de Düsseldorf em 13 de dezembro de 1797 e faleceu em Paris no dia 17 de fevereiro de 1856. Grande parte de sua obra foi musicada por célebres compositores, tais como Robert Schumann, Brahms, Hugo Wolf e Richard Wagner. Seu pai, um comerciante judeu em território alemão, enviou o filho à casa do irmão Salomon, um rico banqueiro de Hamburgo, quando os negócios iam mal. Seu tio financiou seus estudos e encorajou-o a iniciar uma carreira comercial, porém, logo mostrou um certo desinteresse pela área, e foi estudar Direito, primeiro na Universidade de Bonn, em seguida, na Universidade de Göttingen, e formou-se na Universidade de Berlin. Em 1825, considerando as inúmeras proibições e restrições aos judeus em muitos estados alemães, decidiu converter-se ao cristianismo luterano e assumiu o nome de Christian Johann Heinrich, nomeando-se a si próprio Heinrich Heine. Logo descobriu seu amor pela literatura e, em 1821, estreou como poeta com a publicação do livro de poemas intitulado "Gedichte". Em 1831, acreditando que encontraria na capital francesa maior liberdade de expressão e maior compreensão de suas ideias, Heine trocou a Alemanha por Paris onde recebeu influência dos socialistas utópicos, porém, tamanho desconforto seus escritos causaram nas autoridades alemãs que Heine foi considerado subversivo. Suas obras foram, durante muito tempo, vetadas na Alemanha e Heinrich foi proibido de retornar a seu país natal, permanecendo, então, exilado na França. Lá, o autor trabalhou como correspondente do jornal liberal alemão Allgemeine Zeitung, e em seus escritos procurava de alguma forma divulgar a cultura alemã. Além de poemas, Heine escreveu ensaios críticos sobre cultura, arte, literatura e teatro como se vê na obra-prima De l'Allemagne. Publicado pela primeira vez na França em 1834, esta obra é um ensaio crítico, dividido em dois volumes, e escrita pelo poeta a fim de difundir a cultura alemã na França. Nela, o poeta narra a história da escola romântica alemã e também da religião e da filosofia na Alemanha. Nos três primeiros capítulos do primeiro tomo, o autor fala sobre as lutas entre religião e filosofia e o desenvolvimento desses aspectos na Alemanha da época e explica a evolução intelectual que ocorreu no país nesse período. O autor dá uma breve, porém penetrante, visão das crenças, religiões e filosofia cultivados desde a idade média até Hegel, passando por Martinho Lutero e Kant. O autor traz à tona aspectos centrais da literatura alemã e seus principais poetas românticos e fala ainda do despertar político da nação.Item L'Évolution de la poésie lyrique en France au dix-neuvième siècle: leçons professées a la Sorbonne(Hachette, 1895) Brunetière, FerdinandFerdinand Brunetière foi um historiador de literatura e crítico literário francês. Nasceu em Toulon, na região Provença-Alpes-Costa Azul, em 19 de julho de 1849 e faleceu em 9 de dezembro de 1906, em Paris, aos 57 anos. Filho de um inspetor-geral da Marinha, Brunetière mudou-se rapidamente da sua cidade natal, passando sua infância em Fontenay-le-Comte. Não tendo concluído a escola normal superior, passou a dar aulas particulares em instituições privadas. Em 1875 ele colaborou para a revista La Revue des Deux Mondes, veio a ser secretário editorial em de 1877 à 1892 e tornou-se diretor em 1893. Em 1886 tornou-se conferencista na Escola Normal Superior, foi condecorado em 1887 à Legião de Honra e, em seguida, tornou-se professor da Sorbonne. Em 08 de junho de 1893 foi eleito membro da Academia Francesa, ocupando a cadeira 28. Em 1897 lecionou nos Estados Unidos e se converteu ao catolicismo em 1900. Brunetière era essencialmente um classicista racionalista do século XVII e se opôs diversas vezes às correntes literárias de seu tempo escrevendo artigos críticos contra Gustave Flaubert, Emile Zola. Ele era também contra o cientificismo dominante da época. Curiosamente, Ferdinand defendeu uma teoria da evolução de gêneros literários, inspirado nas teorias de Darwin. A obra L'Évolution de la poésie lyrique en France au dix-neuvième siècle: leçons professées a la Sorbonne, publicada em 1895, foi redigida a partir de um curso dado por Ferdinand Brunetière na Universidade Sorbonne. Dividido em dois tomos, o primeiro é composto por um capítulo inicial no qual encontramos os objetivos, métodos e espírito do curso que será narrado pelo professor, mais oito capítulos nos quais o autor irá descrever a origem do lirismo até sua transformação causada pelo romance. Ainda, no primeiro volume, Brunetière traz à tona grandes poetas, tais como Chateaubriand, André Chénier, Lamartine, Victor Hugo; discorre sobre suas poesias, influências e a evolução dos aspectos poéticos presente em cada autor. Brunetière não trata apenas de poesia, mas também da sociedade, do indivíduo pertencente a ela e de aspectos filosóficos que envolveram cada época.Item La psychologie de Stendhal(Félix Alcan, 1918) Delacroix, Henri JoachimHenri Joachim Delacroix foi filósofo e um dos psicólogos franceses mais importantes do começo do século XX. Nasceu em 2 de dezembro de 1873 em Paris e faleceu em 3 de dezembro de 1937. Dedicou boa parte de sua obra à análise dos fenômenos religiosos, mas ocupou-se, também, do estudo da linguagem e da arte. Cursou filosofia na Sorbonne de 1891 à 1894. Foi conferencista de 1901 à 1902 na Universidade de Montpellier, e posteriormente, em 1919, na Faculdade de Letras de Paris. A partir de 1928 foi denominado decano da Faculdade de Letras da Sorbonne, onde tentou estabelecer relações cordiais entre alunos e professores. Foi também membro do Conseil supérieur de l’instruction publique (uma antiga instancia do sistema educativo francês) e presidente da Federação das sociedades de ciências filosóficas, históricas e jurídicas. Delacroix é autor de inúmeros livros sobre psicologia, entre eles La Psychologie de Stendhal, publicado em 1918, obra na qual expõe os pensamentos de Stendhal, sua ideologia, o que o autor escreveu sobre o amor, o sentimento amoroso e também suas considerações pela arte. Por meio da obra desse escritor Henri narra a história da psicologia francesa no século XIX.Item Le génie latin(A. Lemerre, 1913) France, AnatoleJacques Anatole François Thibault, mais conhecido como Anatole France, foi um dos maiores escritores franceses da época da Terceira República. Nasceu em Paris, em 16 de abril de 1844, e faleceu em Saint-Cyr-sur-Loire, em 12 de outubro de 1924. Foi considerado também um dos mais importantes críticos literários de sua época. Seu pai, François Noël Thibault, homem modesto e simples, possuía uma livraria especializada em livros e documentos sobre a Revolução Francesa, frequentada por muitos escritores e estudiosos. Dessa forma, Anatole France cresceu em um ambiente bastante erudito, o que despertou seu gosto pelos livros. Apresentando um íntimo conhecimento do período revolucionário, deu a muitos de seus romances e contos tal plano de fundo. De 1853 à 1862, estudou nas instituições Sainte-Marie e Stanislas, na França; sofreu bastante preconceito por ser pobre em um meio rico, mas se tornou muito conhecido pelos seus escritos. Desde o início dos anos 1860, trabalhou para várias revistas e livreiros, mas sua carreira literária começou com a poesia e foi um dos discípulos do poeta francês Leconte de Lisle. Ele foi considerado um dos escritores de maior e mais significativa consciência de seu tempo por envolver em seus escritos muitas causas sociais e políticas do início do século XX. Em 1876, tornou-se supervisor da Biblioteca do Senado, cargo que ocupou até sua renúncia em 01 de fevereiro de 1890. Em 1887, tornou-se crítico literário da prestigiada revista Le Temps. Foi eleito para a Academia francesa em 23 de janeiro de 1896, onde ocupou a poltrona 38. Tornou-se um escritor reconhecido, influente e rico. Na França, comprometeu-se com muitas causas. Possui vários discursos denunciando o genocídio na Armênia e apoiava Archag Tchobanian, escritor e poeta armênio. Juntou-se a Emile Zola, com quem se reconciliou no início dos anos 1890 durante o caso Dreyfus, conflito social e político que aconteceu na Terceira República (regime republicano que vigorou na França de 1870 à 1940). Em 1909, partiu para a América do Sul com intuito de fazer uma turnê de conferências sobre o escritor francês François Rabelais, porém, esse tema é substituído durante a viagem que fez por Lisboa, Recife, Rio de Janeiro, Montevidéu e Buenos Aires, por palestras sobre suas próprias obras e sobre a literatura contemporânea. No início da Primeira Guerra Mundial, escreveu textos relativos à guerra e aos patriotas, mas se arrepende. Em seguida, denuncia a loucura da guerra desejada pelo sistema capitalista no contexto da União e declara: "nós acreditamos morrer pela pátria, mas morremos pela indústria". Defendeu uma paz amigável entre os franceses e alemães e isso despertou a indignação e hostilidade da população, o que lhe rendeu cartas de insultos e ameaças de morte. Foi contra o Tratado de Versalhes e assinou o protesto do grupo Clarté (um grupo de estudantes comunistas), intitulado "Contra a paz injusta" e publicado no jornal francês L'Humanité, em 22 de julho de 1919. Foi premiado em 1921 com o Prêmio Nobel de Literatura pelo conjunto de sua obra. Em 1922, todas as suas obras (opera omnia) foram objeto de uma condenação papal (decreto da Congregação do Santo Ofício 31 de maio de 1922). Quando sua morte foi anunciada, em 12 de outubro de 1924, o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Painlevé, declarou: "O nível de inteligência humana caiu naquela noite.” Anatole France deixou um grande legado em suas obras, entre as composições, estão peças de teatro, poesia, prosa, biografias e também críticas sociais e literárias. Entre as obras de crítica literária, está Le Genie Latin, publicada em 1913, que se constitui de diversos prefácios em que o autor fala sobre obras como o antigo romance grego Daphnis et Chloé e de seu autor, Longo. Ainda aborda características literárias das obras dos seguintes autores: La Reine de Navarre, Paul Scarron, Jean de La Fontaire, Moliére, Jean Racine, Alain-René le Sage, L'Abbé Prevost, Bernardin de Saint-Pierre, Chateaubriand, Xavier de Maistre, Benjamin Constant, Sainte-Beuve e Albert Glatigny.Item Le théâtre du peuple : essai d'esthétique d'un théâtre nouveau(Hachette, 1913) Rolland, RomainRolland Romain foi um escritor, biógrafo e professor francês que nasceu em Clamecy, em 29 de janeiro de 1866, e faleceu em 30 de dezembro de 1944 na comuna francesa de Vézelay. Até os quatorze anos morou e estudou em Clamecy e, em 1880, sua família mudou-se para Paris. Lá, frequentou o Lycée Saint-Louis e, posteriormente, o Louis-le-Grand. Em 1886 foi admitido na Escola Normal Superior, onde estabelece uma ligação próxima aos escritores André Suarès e Paul Claudel. Em 1889 torna-se professor associado de história. De 1889 a 1891 viveu em Roma, onde atuou como membro da Escola Francesa de Roma, um instituto francês de pesquisas na área de história, arqueologia, ciências humanas e sociais. Nesse período, descobriu obras-primas de arte italiana que foram decisivas na construção de seu pensamento. Em 1892 retorna a Paris e começa a reunir uma série de materiais para sua tese de doutorado. Nos anos seguintes, lecionou história nos colégios Henri-IV e Louis-le-Grand. Em 1895 obteve o título de doutor em Letras com uma tese sobre as origens do teatro lírico moderno. Em 1900, organizou, em Paris, o primeiro congresso de história da música. A partir de 1904 passou a ensinar história da música na Sorbonne, mas renunciou ao cargo em 1912 para se dedicar à carreira literária. Em 1915 foi laureado com o Prêmio Nobel da Paz. Seu legado de obras é vasto e engajado. Sua obra pioneira, intitulada Le Theatre Du Peuple, é um rico ensaio que apresenta um panorama da história do teatro, da Revolução Francesa ao teatro de Bussang de Maurice Pottecher, o “primeiro teatro do povo”. Nesta obra, Rolland faz uma série de propostas a fim de estabelecer o que foi verdadeiramente o teatro popular e chamar a atenção para o que o autor considera “uma máquina de guerra contra uma sociedade caduca e obsoleta”.Item Littérature russe(Armand Colin, 1900) Waliszewski, KazimierzKazimierz Waliszewski Klemens (1849-1935) foi um escritor e historiador polonês. Estudou em Varsóvia e em Paris, doutorou-se em direito em 1875, por meido do estudo do tema sobre as condições dos estrangeiros sob o direito romano e francês. Em seguida, interessou-se pela história da Rússia e seus grandes nomes políticos, tais como Ivan, o Terrível; Pedro, o Grande, e Catarina II. Sua biografia sobre Catarina II, O Romance da Imperatriz Catarina II da Rússia, publicado em 1893, foi agraciado com um prêmio da Academia Francesa. A obra Littérature russe, dividida em doze capítulos e publicada em 1900, narra, a partir de um panorama histórico dos acontecimentos que marcaram a Rússia, o desenvolvimento da literatura no país. Iniciando com a literatura presente na Idade Épica, Waliszewski fala da poesia popular, provérbios, enigmas e do caráter religioso na literatura dessa época e, ainda, destaca nomes como o grego Máximo, Pierre, o grande e Ivan, o terrível. Em seguida, o autor discorre sobre o renascimento, a criação da língua russa, a fundação do teatro russo, o romantismo na Rússia e a evolução intelectual e política que ocorreram na época e, também, como sucedeu o realismo. Indo mais a fundo na literatura russa, o autor explana sobre desenvolvimento nacional literário e do movimento de emancipação da literatura local, ou seja, como consolidou a literatura no país a partir de influências de obras e escritores estrangeiros até aportar na literatura contemporânea.Item Panorama de la littérature italienne contemporaine(Kra, 1928) Crémieux, BenjaminBenjamin Crémieux foi um crítico literário e romancista francês. Nasceu em 01 de dezembro de 1888 em Narbonne, uma cidade do sudoeste da França, e morreu em 14 de abril de 1944, em Buchenwald, campo de concentração situado no leste da Alemanha. Levou por toda a vida a memória de suas origens judaicas, que se refletiram em seus escritos, como seu primeiro romance biográfico, Le Premier de la classe, publicado em 1921, no qual relata a adolescência em Narbonne e os estudos no colégio Victor Hugo. Doutorou-se em Letras e sua carreira acadêmica é de um brilhantismo intelectual irrefutável. Foi responsável por missões diplomáticas, mas também era um apaixonado por literatura. Em 1924 publicou na Nouvelle Revue Française o primeiro estudo conhecido sobre a obra de Proust. Na mesma época ele torna Pirandello conhecido ao público francês, traduzindo as peças mais importantes do dramaturgo italiano. A partir disso, desempenha diversos trabalhos como crítico literário, sendo a literatura italiana moderna o objeto de sua predileção. Em 1928 publica a obra Panorama de la littérature italienne contemporaine, na qual, como afirma o autor, aborda a literatura italiana de ontem e de hoje, escrita pela visão de um “bárbaro”, endereçada primeiramente a não italianos. Descrevendo o panorama, Benjamin considerou todo o valor estético e a contribuição italiana para a história da literatura europeia desde 1870, servindo-se de diferentes métodos – informações, descrições, comparações, críticas – para recapitular anos de contato com a literatura italiana, uma de suas grandes paixões.Item Physique de l'amour : essai sur l'instinct sexuel(Mercure de France, 1925) Gourmont, Remy deRémy de Gourmont foi um escritor, poeta, crítico e dramaturgo francês. Nasceu em 4 de abril de 1858 em Bazoches-au-Houlme e faleceu em Paris em 27 de setembro de 1915. Em 1866, seus pais, o conde Auguste-Marie de Gourmont e a condessa Mathilde de Montfort, o enviaram para o colégio interno Lycée de Coutances, onde permaneceu até 1876. Em 1876, mudou-se para Caen, cidade situada no noroeste da França, e lá iniciou seus estudos em Direito, obtendo, em 1879, o diploma de bacharel. Em 1881, Rémy conseguiu um emprego ligado à Biblioteca Nacional e colaborava com revistas como Le Monde e Le Contemporain. Entre 1882 e 1886, publicou diversos livros históricos populares. Em 1889, Remy de Gourmont juntamente com Alfred Vallette, Dumur Louis, Ernest Raynaud, Jules Renard, Albert Samain, fundou a revista francesa Mercure de France, com a qual ele colaboraria durante vinte e cinco anos. Esta colaboração marcaria profundamente a personalidade da revista, à qual o nome de Gourmont permanece inextricavelmente ligado. Na mesma época, Gourmont é afetado por um tipo de lúpus cuja progressão só poderia ser interrompida por meio de cauterização extremamente dolorosa, que o desfigurava e comprometia a sua vida social e amorosa. Psicologicamente abalado, permaneceu muito tempo enclausurado em sua casa e, quando voltou a sair, foi somente para ir aos escritórios da Mercure e, uma vez por ano, saía de férias por algumas semanas e ia a Coutances. Depois disso, para ele não havia mais do que trabalho e livros. Publicou quase exclusivamente na Mercure de France, um vasto e abundante trabalho, que consistia em romances, peças de teatro, livros de poesia e, especialmente, ensaios que demonstram sua profunda erudição. Em 1905, com André Gide, ele assumiu a administração da revista L'Ermitage. A saúde de Gourmont continuou a declinar, começou a sofrer de ataxia locomotora e se tornou cada vez mais incapaz de andar. Ficou profundamente deprimido pela eclosão da I Guerra Mundial e morreu em Paris em 1915. Entre as obras que publicou na Mercure de France está Physique de l’amour, um ensaio sobre o instinto sexual, que foi publicado pela primeira vez em 1903. Partindo de uma discussão do instinto sexual presente nos animais, o autor estabelece uma relação com a sexualidade do homem em um plano único dentro do que concebe ser a “sexualidade universal”. Além disso, sua obra é também uma dissecação anatômica do corpo humano, sobretudo do corpo da mulher. Embora o autor ridicularize possíveis comparações antropomórficas existentes entre animais e homens com uma pitada de humor negro, afirma que descrever os animais e seu comportamento é também aprender um pouco mais sobre nós mesmos.Item Promenades philosophiques(Mercure de France, 1916) Gourmont, Remy deRémy de Gourmont foi um escritor, poeta, crítico e dramaturgo francês. Nasceu em 4 de abril de 1858 em Bazoches-au-Houlme e faleceu em Paris em 27 de setembro de 1915. Em 1866, seus pais, o conde Auguste-Marie de Gourmont e a condessa Mathilde de Montfort, o enviaram para o colégio interno Lycée de Coutances, onde permaneceu até 1876. No mesmo ano mudou-se para Caen, cidade situada no noroeste da França. Lá, iniciou os estudos em Direito, obtendo, em 1879, o diploma de bacharel. Em 1881, Rémy conseguiu um emprego ligado à Biblioteca Nacional. No mesmo ano, já colaborava com revistas, tais quais Le Monde e Le Contemporain. Entre 1882 e 1886, publicou diversos livros históricos populares. Em 1889, Remy de Gourmont, juntamente com Alfred Vallette, Dumur Louis, Ernest Raynaud, Jules Renard, Albert Samain, funda a nova revista francesa Mercure de France, com a qual colaborará durante vinte e cinco anos. Esta colaboração irá marcar profundamente a personalidade da revista, à qual o nome de Gourmont permanece inextricavelmente ligado. Na mesma época, Gourmont é afetado por um tipo de lúpus cuja progressão só poderia ser interrompido através de cauterização extremamente dolorosa, que o desfigurava e comprometia a sua vida social e amorosa. Psicologicamente abalado, permaneceu muito tempo enclausurado em sua casa, e quando ele voltou a sair, foi somente para ir aos escritórios da Mercure, e uma vez por ano saía de férias por algumas semanas e ia para Coutances. Depois disso, para ele, não havia mais do que trabalho e livros. Ele publicou quase exclusivamente na Mercure de France, um vasto e abundante trabalho, que consistia em romances, peças de teatro, livros de poesia e, especialmente ensaios que demonstram sua profunda erudição. Em 1905, com André Gide, ele assumiu a administração da revista L'Ermitage. A saúde de Gourmont continuou a declinar e ele começou a sofrer de ataxia locomotora e se tornou cada vez mais incapaz de andar. Ficou profundamente deprimido pela eclosão da I Guerra Mundial e morreu em Paris de congestão cerebral em 1915. Entre as obras que publicou na Mercure de France estão as Promenades Philosophiques, publicada pela primeira vez em 1905. Sob um panorama filosófico, Remy de Gourmont, tanto em prosa como em verso, é um pessimista por natureza, que permite, nessa obra, que sua sensibilidade fale mais alto do que sua inteligência. Nela, resume suas impressões e observações, esforçando-se, não sem muita arbitrariedade, por generalizá-las. Sua filosofia é sobretudo fisiológica: para ele, o mundo é ruim, pois sua vida também é. Ele faz uma terrível representação e afirma que se os homens não se sentirem como ele, eles estão loucos. Contudo, o otimismo é de fato bastante difundido. Enquanto houver vida, há esperança. Para ele, certamente as literaturas e filosofias, mesmo aquelas que visam fazer as pessoas rirem, e até aquelas que exaltam a vida, são geralmente pessimistas. Há um fundo trágico no teatro de Molière e um fundo sombrio nos aforismos de Nietzsche. O completo otimismo é complacente e só é compatível com uma espécie de insensibilidade e estupidez animal: só os idiotas riem constantemente e estão constantemente felizes por viver. Mas o pessimismo completo não pode se desenvolver dentro de certos organismos deprimidos: suas manifestações extremas são patologias ligadas às doenças cerebrais.Item Promenades philosophiques : [2. série](Mercure de France, 1920) Gourmont, Remy deRémy de Gourmont foi um escritor, poeta, crítico e dramaturgo francês. Nasceu em 4 de abril de 1858 em Bazoches-au-Houlme e faleceu em Paris em 27 de setembro de 1915. Em 1866, seus pais, o conde Auguste-Marie de Gourmont e a condessa Mathilde de Montfort, o enviaram para o colégio interno Lycée de Coutances, onde permaneceu até 1876. No mesmo ano mudou-se para Caen, cidade situada no noroeste da França. Lá, iniciou os estudos em Direito, obtendo, em 1879, o diploma de bacharel. Em 1881, Rémy conseguiu um emprego ligado à Biblioteca Nacional. No mesmo ano, já colaborava com revistas, tais quais Le Monde e Le Contemporain. Entre 1882 e 1886, publicou diversos livros históricos populares. Em 1889, Remy de Gourmont, juntamente com Alfred Vallette, Dumur Louis, Ernest Raynaud, Jules Renard, Albert Samain, funda a nova revista francesa Mercure de France, com a qual colaborará durante vinte e cinco anos. Esta colaboração irá marcar profundamente a personalidade da revista, à qual o nome de Gourmont permanece inextricavelmente ligado. Na mesma época, Gourmont é afetado por um tipo de lúpus cuja progressão só poderia ser interrompido através de cauterização extremamente dolorosa, que o desfigurava e comprometia a sua vida social e amorosa. Psicologicamente abalado, permaneceu muito tempo enclausurado em sua casa, e quando ele voltou a sair, foi somente para ir aos escritórios da Mercure, e uma vez por ano saía de férias por algumas semanas e ia para Coutances. Depois disso, para ele, não havia mais do que trabalho e livros. Ele publicou quase exclusivamente na Mercure de France, um vasto e abundante trabalho, que consistia em romances, peças de teatro, livros de poesia e, especialmente ensaios que demonstram sua profunda erudição. Em 1905, com André Gide, ele assumiu a administração da revista L'Ermitage. A saúde de Gourmont continuou a declinar e ele começou a sofrer de ataxia locomotora e se tornou cada vez mais incapaz de andar. Ficou profundamente deprimido pela eclosão da I Guerra Mundial e morreu em Paris de congestão cerebral em 1915. Entre as obras que publicou na Mercure de France estão as Promenades Philosophiques 2, datada de 1908. Dividida em duas partes, na primeira o escritor disserta a respeito do que denomina como Lei de Constância Intelectual, na qual discorre sobre a inteligência humana e sua capacidade de expansão. A segunda parte apresenta uma reflexão do lugar do homem na natureza, compreende ideias e comentários do autor a respeito de nomes consagrados na história da humanidade, como Boscovich e Leonardo da Vinci e seus pensamentos, e traz à tona discussões sobre aspectos relacionados a questões humanas.Item Vers les temps meilleurs(Leroux, Auguste, 1906) France, AnatoleJacques Anatole François Thibault, mais conhecido como Anatole France, foi um dos maiores escritores franceses da época da Terceira República. Nasceu em Paris, em 16 de abril de 1844, e faleceu em Saint-Cyr-sur-Loire, em 12 de outubro de 1924. Foi considerado também um dos mais importantes críticos literários de sua época. Seu pai, François Noël Thibault, homem modesto e simples, possuía uma livraria especializada em livros e documentos sobre a Revolução Francesa, frequentada por muitos escritores e estudiosos. Dessa forma, Anatole France cresceu em um ambiente bastante erudito, o que despertou seu gosto pelos livros. Apresentando um íntimo conhecimento do período revolucionário, deu a muitos de seus romances e contos tal plano de fundo. De 1853 à 1862, estudou nas instituições Sainte-Marie e Stanislas, na França; sofreu bastante preconceito por ser pobre em um meio rico, mas se tornou muito conhecido pelos seus escritos. Desde o início dos anos 1860, trabalhou para várias revistas e livreiros, mas sua carreira literária começou com a poesia e foi um dos discípulos do poeta francês Leconte de Lisle. Ele foi considerado um dos escritores de maior e mais significativa consciência de seu tempo por envolver em seus escritos muitas causas sociais e políticas do início do século XX. Em 1876, tornou-se supervisor da Biblioteca do Senado, cargo que ocupou até sua renúncia em 01 de fevereiro de 1890. Em 1887, tornou-se crítico literário da prestigiada revista Le Temps. Foi eleito para a Academia francesa em 23 de janeiro de 1896, onde ocupou a poltrona 38. Tornou-se um escritor reconhecido, influente e rico. Na França, comprometeu-se com muitas causas. Possui vários discursos denunciando o genocídio na Armênia e apoiava Archag Tchobanian, escritor e poeta armênio. Juntou-se a Emile Zola, com quem se reconciliou no início dos anos 1890 durante o caso Dreyfus, conflito social e político que aconteceu na Terceira República (regime republicano que vigorou na França de 1870 à 1940). Em 1909, partiu para a América do Sul com intuito de fazer uma turnê de conferências sobre o escritor francês François Rabelais, porém, esse tema é substituído durante a viagem que fez por Lisboa, Recife, Rio de Janeiro, Montevidéu e Buenos Aires, por palestras sobre suas próprias obras e sobre a literatura contemporânea. No início da Primeira Guerra Mundial, escreveu textos relativos à guerra e aos patriotas, mas se arrepende. Em seguida, denuncia a loucura da guerra desejada pelo sistema capitalista no contexto da União e declara: "nós acreditamos morrer pela pátria, mas morremos pela indústria". Defendeu uma paz amigável entre os franceses e alemães e isso despertou a indignação e hostilidade da população, o que lhe rendeu cartas de insultos e ameaças de morte. Foi contra o Tratado de Versalhes e assinou o protesto do grupo Clarté (um grupo de estudantes comunistas), intitulado "Contra a paz injusta" e publicado no jornal francês L'Humanité, em 22 de julho de 1919. Foi premiado em 1921 com o Prêmio Nobel de Literatura pelo conjunto de sua obra. Em 1922, todas as suas obras (opera omnia) foram objeto de uma condenação papal (decreto da Congregação do Santo Ofício 31 de maio de 1922). Quando sua morte foi anunciada, em 12 de outubro de 1924, o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Painlevé, declarou: "O nível de inteligência humana caiu naquela noite.” No decorrer de sua vida, Anatole France fez inúmeros discursos, Vers Les Temps Meilleurs, publicado em 1906, reúne os discursos e alocuções feitos por Anatole France em reuniões da Ligue des Droits de l’Homme, Libre Pensée e outras associações para as quais o autor prestou apoio e contribuição, e encerram o período de 28 de novembro 1898 a 24 de fevereiro de 1906. Suas declarações indicam um compromisso humanista e socialista sincero. Este volume nos faz reviver um homem que, apesar de acadêmico, foi um combatente laico e racionalista. Seu maior discurso: "O grande valor humano é o próprio homem. Para reforçar o valor do globo terrestre, precisamos primeiro colocar o homem em evidência. Para explorar o solo, as minas, a água, todas as substâncias e todas as forças do planeta, é preciso o homem, todos os homens, a humanidade, toda a humanidade. A plena exploração da terra exige o trabalho combinado de homens brancos, amarelos e negros. Reduzindo, diminuindo, lutando contra uma parte da humanidade, estamos agindo contra nós mesmos (...)” É como afirma seu editor no prefácio da obra, seus discursos “são a manifestação mais clara da generosidade de coração, a bela visão de espírito, do sentido político daquele que se aprazia outrora a escarnecer o diletantismo”.