Manuel de l'histoire de la littérature française
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Data
1898
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Editor
Ch. Delagrave
Resumo
Ferdinand de Brunetière (1849-1906) foi um importante escritor de história e de crítica literária francês, tendo não só publicado artigos como desempenhado papeis executivos na Revue de Deus Mondes a partir de 1875. Além disso, foi professor de língua e literatura francesas na Sorbonne, uma das mais célebres e tradicionais universidades do país. Configurando-se como um defensor do Classicismo racionalista do século XVII, Brunetière opõe-se muitas vezes às escolas vigentes à época, como o Romantismo, o Simbolismo e até ao Naturalismo. Para o autor, a arte e a moral não poderiam ser separadas, e nisso fundamenta suas críticas a Baudelaire e seus demais sucessores do Parnasse, literatos que reclamavam a gratuidade da arte. Brunetière, conhecido como « o Boileau do século XIX » por suas tendências marcadamente classicistas, recebeu o prêmio de Legião de Honra em 1877 e seis anos mais tarde passou a integrar a Académie Française. Apesar de sua postura racionalista, o autor se converte ao catolicismo em 1895, afirmando que a ciência não poderia explicar tudo o que existe e acontece neste mundo. A presente obra trata da primeira edição do seu Manuel de l’histoire de la littérature française, publicado em 1898. A obra, de relevância internacional, procurou elaborar um estudo sobre os movimentos literários na literatura francesa entre os anos de 1515 e 1830. O próprio autor esclarece nos « Avertissements » que esta obra se configura como um estudo introdutório para a elaboração de uma outra mais ampla e detalhada, motivo pelo qual, aqui, o autor se debruçará somente sobre alguns pontos particulares. Nesta produção, o autor substitui a habitual divisão do texto em séculos e gêneros, procedimento comum em obras desse caráter, por uma divisão em épocas literárias [époques littéraires], pois, para ele, seria estranho datar períodos literários se o mesmo não se faz com períodos da física ou da química; bem como estabelecer diferenças categóricas entre gêneros como se faz com as espécies da natureza. O livro vem, portanto, divido em três partes : Livre prémier, Livre II e Livre III. No Livre prémier, intitulado Le moyen âge, que aborda os anos compreendidos entre 842 e 1498, o autor elabora um estudo da formação da língua francesa, bem como da evolução da epopeia e do surgimento e manutenção dos cancioneiros, e discute acerca das obras e contribuições de Alfred de Villon e de Philippe de Commynes. O Livre II, intitulado L’âge classique, por sua vez, vem dividido em três capítulos: La formation de l’idéal classique (de 1498 a 1610), que comporta as três primeiras épocas do período clássico e trata, dentre vários outros assuntos, do renascimento da poesia, das origens do teatro clássico, da formação da Pléiade e das obras de Villon, Ronsard, du Bellay ; La nationalisation de la littérature (de 1610 a 1722), que compreende a quarta, a quinta e a sexta épocas e trata da formação da sociedade preciosista, da fundação da Académie Française, das origens do jansenismo, da comédia e do burlesco, do início da ópera francesa, bem como da obra de diversos e ilustres intelectuais, como Malherbe, Corneille, René Descartes, Blaise Pascal, La Rochefoucauld, Molière, Jean Racine, La Fontaine, Boileau e do célebre Salão da Madame de Lambert ; e La déformation de l’idéal classique (de 1720 a 1801), que compreende as três últimas épocas e trata da elaboração da Encyclopédie , com seus altos e baixos, do gênio cristão na literatura, do fim da tragédia, e de obras de autores como Montesquieu, Marivaux, Voltaire e de Diderot, que contribuíram com o ousado projeto da Encyclopédie, bem como de Jean-Jacques Rousseau, André Chénier, Condorcet, entre outros. O Livre III, intitulado L’Âge moderne, que estuda os anos compreendidos entre 1801 e 1875, vem também dividido em três épocas: na primeira aborda as produções de Chateaubriand, Madame de Staël, Béranger, Stendhal, Lamartine, Prosper Mérimée ; na segunda, trata da obra de Balzac, Michelet, Victor Hugo, Geoge Sand e Sainte-Beuve ; e na terceira, das produções de Théophile Gauthier, Leconte de Lisle, Gustave Flaubert, Ernest Renan, Taine, Charles Baudelaire, Alexandre Dumas Filho, além de traçar um panorama de influências alemãs na literatura francesa.