Selecta classica

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Data

1914

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Editor

Francisco Alves

Resumo

João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes (Laranjeiras, SE, 24/08/1860 – Rio de Janeiro, RJ, 13/04/1934) tornou-se mais conhecido como gramático e autor de seletas escolares e manuais de história do Brasil. Dentre a longa e variada relação de obras didáticas do estudioso sergipano, ocupa lugar de destaque a Seleta Clássica, cuja 1ª. edição é de 1905, sendo a 3ª. de 1914, publicada no Rio de Janeiro, pela editora Francisco Alves. A publicação da antologia em 1905 no Brasil não deixa de ser projeto audacioso, já pela inexistência de obra congênere, fartamente anotada sobre fatos idiomáticos, na bibliografia portuguesa e brasileira, como também pela quase inexistência de textos medievais e clássicos literários e históricos indispensáveis a uma obra didática destinada a servir de complemento aos estudos superiores de língua portuguesa. Pesquisador atento quanto aos trabalhos que apareceram em Portugal, no intervalo da 2ª. para a 3ª edição da Seleta clássica, João Ribeiro não poderia deixar de incorporar, como informa na “Advertência”, as novas edições de obras antigas, dentre elas, o Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende, Crônica do Condestabre, de Mendes dos Remédios, Peregrinações de Mendes Pinto, de Brito Rebelo, à nova edição da obra. O propósito da Seleta Clássica abrangia espaço de tempo que partia do período medieval ou “anticlássico” da linguagem e da literatura portuguesa (século XI), adentrava o “período clássico”, contemplando autores quinhentistas (século XVI) e seiscentistas (século XVII) e terminava no século XVIII. O período “anticlássico” compreende os nobiliários ou livros de linhagem (Livro Velho, Lenda de Gaia, Batalha de Salado, Nobiliário do Conde D. Pedro), crônicas e livros de piedade (Crônica dos Vicentes, Vida de S. Isabel, etc), romances (A História Troiana, Demanda do Santo Graal, etc) primeiros historiadores (D. Duarte, Leal Conselheiro, infante D. Pedro, Virtuosa Benfeitoria, etc). O período clássico abrange os quinhentistas, dentre eles, Garcia de Resende, Retrato de D. João II, Gil Vicente, Sermão aos Padres, Bernardino Ribeiro, Menina e Moça, Camões, El-rei Seleuco. Entre os seiscentistas figuram, para só mencionar alguns nomes, Frei Luís de Sousa, Vida de dom frei Bartolomeu dos Mártires, Francisco Rodrigues Lobo, Corte na Aldeia, Antônio Vieira, Sermões, Dom Francisco Manuel de Melo, Carta de Guia dos Casados. No século XVIII, subdividido entre árcades e acadêmicos, destacam-se, entre os primeiros, Filinto Elísio, entre os segundos, Ribeiro dos Santos e Padre Antônio de Figueiredo. O maior brilho desta época foi, porém, devido aos seus poetas, que pouco se subordinaram às Academias e Arcádias, como Antonio José, o Judeu, Tomás Antônio Gonzaga, Nicolau Tolentino, Xavier de Matos e Bocage. Este longo período lingüístico e literário condizia com as exigências do método histórico-comparativo inaugurado na Alemanha, no século XIX, e que cedo chegou entre nós com a reforma do ensino de línguas, especialmente da materna, sob a orientação de Fausto Barreto, catedrático do Colégio Pedro II. Como antologia didática voltada para o ensino da língua e literatura portuguesas, o critério de organização da Seleta Clássica bem como a natureza dos textos escolhidos são bem elucidativos dos principais objetivos que orientavam, na época, a tarefa educativa, quais sejam, clareza e lógica na exposição do pensamento, inclusão de um corpus de textos de autores brasileiros, valorização da autoridade inquestionável da fonte-geratriz portuguesa.

Descrição

Com annotações philologicas, grammaticaes, em complemento das doutrinas expostas no curso superior da Grammatica Portugueza do mesmo autor
3.ed., muito melhorada

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