Os Lusíadas de Luis de Camões comentados por Augusto Epiphanio da Silva Dias

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Data

1916

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Companhia Portugueza

Resumo

Epifânio da Silva Dias (Lisboa, 7 de abril de 1841 – Lisboa, 30 de novembro de 1916), estudioso da literatura latina e da obra de Luís de Camões, é considerado um dos principais camonistas do seu tempo. Entre 1864 e 1881, foi professor de latim, grego, português e inglês nos liceus de Santatém, Porto e Lisboa, ingressando em 1911 na recém-criada Faculdade de Letras de Lisboa, onde ensinou até 1913, data em que se jubilou. Durante o período de magistério, Epifânio aprofundou os seus conhecimentos pedagógicos e didáticos, merecendo destaque a tradução do alemão para o português da Gramática latina do filólogo dinamarquês J. N. Madvig, publicada em 1872. Além da Filologia Clássica e da Filologia Romântica contemporâneas, o pesquisador português dedicou-se ao estudo da Matemática e das Ciências Naturais. A sua adesão ao ideário republicano e as posições anticatólicas valeram-lhe ataques de detratores influentes, dentre os quais o padre José Maria Rodrigues. Quando da publicação em 27 de dezembro de 1894 de um decreto que instituía nova Reforma da Instrução Secundária, com a exclusão do Grego do currículo dos liceus, Epifânio da Silva manifestou sua discordância em vários artigos publicados no jornal O País, de Lisboa, chegando a criticar violentando os autores da Reforma. No final do ano de 1896, Epifânio respondia judicialmente à queixa apresentada pelo diretor geral da Instrução Pública, o conselheiro José de Azevedo Castelo, em vista das ofensas recebidas. A defesa de Epifânio esteve a cargo do advogado Eduardo Alves de Sá, que mediante brilhante defesa levou o Tribunal da Relação de Lisboa a absolver o filólogo. Uma vez que Eduardo Alves não aceitou pagamento pelos serviços prestados, Epifânio da Silva prometeu dedicar-lhe um futuro trabalho, como prova pública de gratidão. Esta a origem da célebre edição d’Os Lusíadas comentada por Epifânio da Silva Dias, consagrada à memória de Eduardo Alves de Sá (invocado na Dedicatória), e cuja primeira edição foi publicada em 1910. A segunda, melhorada, e em dois tomos, saiu em 1916 e 1918, pela Companhia Portuguesa Editora, no Porto. A edição d’Os Lusíadas não era o primeiro trabalho de Epifânio Dias no domínio da edóctica. Antes dela, já publicara uma edição crítica e anotada das Obras de Cristóvão Falcão (Porto, 1893) e uma edição do Esmeraldo de Situ Orbis de Duarte Pacheco Pereira (Lisboa, 1905). A edição d’Os Lusíadas, no entanto, foi o seu mais importante trabalho filológico e edóctico. Tendo-se tornado raridade bibliográfica, a Comissão Brasileira, designada pelo Ministério da Educação e Cultura para organizar as comemorações do IV Centenário da Publicação d’Os Lusíadas (1572-1972), deliberou reeditar a 2ª. edição da obra de Epifânio da Silva, em edição fac-similar e num único volume. No estabelecimento do texto do poema, Epifânio tomou por base as chamadas duas edições de 1572, considerando como 1ª. edição aquela que apresenta na portada o bico do pelicano voltado para a esquerda do leitor. No rodapé da edição de Epifânio estão registradas as diferenças entre o seu texto e o das edições de 1572. Voltado para um público mais amplo, e não apenas para especialistas, o texto da 2ª. edição d’Os Lusíadas foi submetido à atualização ortográfica, conforme grafias mais usuais na época, como também à introdução de sinais gráficos (apóstrofe, hífen, aspas) e pontuação. Os comentários em rodapé que acompanham cada instância do poema, onde se explicam suas fontes literárias e historiográficas, referências mitológicas, geográficas e astronômicas, dentre outros, constituem a grande riqueza d’Os Lusíadas. Em contrapartida, os fatores estéticos de ordem retórica e estilística, como também a interpretação do poema e de seus episódios mais relevantes, não mereceram a atenção do filólogo Epifânio da Silva Dias.

Descrição

2.ed., melhor.
A biblioteca possui o tomo I

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