Souvenirs
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Data
1883
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Editor
Librairie des Bibliophiles
Resumo
Madame de Caylus (1673-1729) foi uma escritora e memorialista francesa. Sobrinha de Madame de Maintenon e filha de um tenente-general das forças navais, foi, desde os sete anos de idade, endereçada aos cuidados de sua tia. Aos treze anos casa-se com um oficial de alta nascença, Jean- Anne, Conde de Caylus, com quem teve dois filhos. Madame de Caylus teria ficado famosa por sua beleza, doçura e inteligência, que rendiam todos que a conheciam. Foi a ela que Racine compôs o prólogo de Esther, de modo que Madame de Caylus teria inclusive interpretado diante da Corte e a pedido do rei diversos personagens dessa tragédia, e notadamente, o seu papel principal. Provavelmente durante os últimos quinze anos de sua vida, ela lançou ao papel, com a ajuda de seu filho, as anedotas e narrativas às quais não ousou chamar de “Memórias”, mas que, ao conselho do filho, modestamente intitulou Souvenirs. Para Voltaire, estas memórias são como um verdadeiro retrato – um quase documento - da corte de Luís XIV: o manuscrito teria caído nas mãos de Voltaire e de Diderot, sendo atribuído ao primeiro a edição, publicação e elaboração do prefácio e das notas da primeira edição. De acordo com Sainte-Beuve, aclamado crítico literário francês do século XIX, “sua pena corre com abandono, com negligência; mas essas negligências são as mesmas que fazem a facilidade e o charme da conversa (...) ela toma de cada pessoa o traço dominante e agarra o que se deve fazer ver em cada um”. Os souvenirs vêm apresentados em forma de boa conversa, de simples relato, sem que se houvesse preocupação com leitores futuros. Esse caráter relativamente informal, íntimo, confere aos fatos e anedotas delineados uma maior veracidade, transformando-os em retratos dos costumes e das ideias, não só de sua autora, mas também da época e da própria sociedade em que ela vivia.
Descrição
Bibliothèque des Dames; 7