Vultos e factos

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Data
1896
Autores
Figueiredo, Affonso Celso de Assis
Journal Title
Journal ISSN
Volume Title
Publisher
Domingos de Magalhães
Resumo
Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior, visconde de Ouro Preto, (Ouro Preto, MG, 31 de março de 1860 – Rio de Janeiro, RJ, 11 de julho de 1938), professor, historiador, jornalista, político, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, é autor de vasta produção bibliográfica, que inclui Vultos e fatos, lançada em 1892, e reeditada em quarta edição em 1896, pela prestigiosa editora Livraria Moderna, de Domingos de Magalhães, no Rio de Janeiro. O número das edições atesta o sucesso do livro, para o qual concorreram o prestígio e a influência de Afonso Celso, escritor de nome consolidado entre os leitores da época, com expressivo número de obras publicadas. O fato de um dos textos da primeira parte da obra relatar o exílio de D. Pedro II, então falecido, também contribuiu para que as edições rapidamente se esgotassem. A iniciativa da prefeitura de Ouro Preto de publicar em separado uma edição do capítulo referente ao imperador banido pelas forças republicanas, para distribuição nas escolas e entre as famílias do município, permite aferir a presença ainda forte do monarquismo no Brasil. O depoimento de Afonso Celso, que com o pai acompanhou durante vinte meses a trajetória de exilado de Pedro II, é marcado pelo profundo afeto e respeito em relação ao ex-imperador. A experiência do exílio teve como efeito converter o então jovem político que, de opositor do governante, ao tempo da monarquia, quando chegou a atacá-lo ferozmente na imprensa e na tribuna, passou a dedicar-lhe “ilimitada veneração”. Doenças, a falta de vestuários adequados para enfrentar o inverno na Europa, a morte da imperatriz Teresa Cristina, a ausência de cartas do Brasil, o abandono e a solidão do imperador são aspectos que pontuam o relato de Afonso Celso sobre a família imperial no exílio, quadro da queda do Império brasileiro na perspectiva do privado. Ao lado do retrato de D. Pedro os demais “chefes e ex-chefes de Estado”, que Afonso Celso teve o privilégio de conhecer de perto, parecem figuras menores, no registro das “particularidades” desses “pastores de homens”, na forma de notas breves. Gestos, expressões fisionômicas, o modo de vestir e de andar são detalhes que compõem o perfil dos “vultos” da primeira parte do livro - Máximo Santos, Lourenço Latorre, Mitre, Sarmiento, Avellaneda, Julio Roca, Chester Artur, Nicolás Pierola, D. Carlos I, Sadi Carnot, Guilherme II -, álbum de fotografias, em que o corpo é tomado como expressão da alma. Os “fatos” que integram os capítulos da segunda parte – Os mórmons, O lenço da condessa, Subindo o Jequitinhonha, Oberammergau, Valsa fantástica – resultam das viagens nacionais e internacionais do viajante-cronista. Ora Afonso Celso está nos Estados Unidos, em visita aos mórmons de Salt Lake City, para conhecer a seita que, com base na Bíblia, prega a poligamia, ora na Europa, no relato da representação da paixão de Cristo, que a cada dez anos acontece na Baviera, ora no Brasil, navegando pelo rio Jequitinhonha ou apreciando as belezas da cachoeira Tombo da Fumaça, em Minas Gerais. Três textos integram os “apensos”: o primeiro refere-se ao manuscrito redigido por uma senhora sobre a viagem da família real, o segundo e o terceiro expõem impressões sobre Deodoro e Floriano Peixoto, antes e depois de 1889.
Description
4. ed., corrigida e aumentada de alguns capítulos
Palavras-chave
Literatura Brasileira, Memórias
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