Lívio Xavier

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Lívio Xavier: Sobre o acervo


Como parte do propósito de possibilitar aos pesquisadores e demais interessados o amplo acesso a fontes de pesquisa, a Biblioteca Digital da Unesp apresenta aqui as obras raras do acervo Lívio Xavier, colecionadas ao longo da sua vida, e que incluem títulos significativos publicados desde o início do século XIX. Tais obras integram um conjunto bibliográfico maior, composto de 4038 títulos e outras séries documentais sob a responsabilidade do Centro de Documentação e Memória da Unesp – Cedem.

O Acervo Lívio Xavier é composto por livros, fotografias e documentos que bem caracterizam a militância política e a trajetória profissional deste notável representante da política e da cultura de nosso país. De seu arquivo destacam-se a vasta e variada Biblioteca, a correspondência com personalidades da vida pública brasileira e internacional, os documentos da Liga Internacionalista e inúmeros artigos publicados em importantes veículos da imprensa escrita. Inicialmente depositado no Centro de Documentação do Movimento Operário Mário Pedrosa – Cemap (1988), foi transferido para o Cedem em 1994. A partir de 2002 o acervo passou a ser propriedade da Unesp.

Advogado e jornalista, Lívio Barreto Xavier nasceu na cidade de Granja, Estado do Ceará, em 1900. Após cursar os primeiros estudos em sua cidade natal e em Fortaleza, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde fez o preparatório para a Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, curso que concluiu em 1924.

Filiou-se ao PCB em 1927, e já no ano seguinte foi um dos signatários do manifesto que criticava a falta de democracia interna da organização, exigindo a convocação de uma conferência para discutir o assunto. Com a negativa dos dirigentes do partido, optou por deixar a agremiação juntamente com outros que haviam assinado o documento.

No final dos anos 20, correspondendo-se com Mário Pedrosa – então residente na Alemanha – tornou-se o principal interlocutor da oposição de esquerda no Brasil, ao lado de Rodolpho Coutinho. Manteve também estreito contato com o dirigente oposicionista francês Pierre Naville, a partir de 1928, e fundou, com outros companheiros os grupos comunistas Lenine e a Liga Comunista Internacionalista, dos quais se afastaria quando abandonou a militância partidária em 1935.

Por decisão pessoal de Trotsky, tornou-se responsável pela edição de suas obras no Brasil.

Como advogado, desde os anos 30 militou na área trabalhista, atuando no Sindicato dos Jornalistas, dos Ferroviários da Sorocabana e dos Gráficos, até sua aposentadoria como Procurador da Justiça do Trabalho.

Mestre da crítica literária no jornalismo, Lívio Xavier atuou principalmente em O Estado de S. Paulo, editando por muitos anos a coluna Revista da Revistas. Publicou também os livros Infância na Granja, obra autobiográfica, Dez Poemas, coletânea de poesias, o Elmo de Mambrino, coletânea de críticas e Tempestade sobre a Ásia, este em 1934, sob o pseudônimo de L. Mantsô, abordando problemas da revolução nos países asiáticos. Traduziu obras importantes, como um compêndio da Enciclopédia das Ciências Filosóficas, de Hegel, em 1936, O Príncipe e Escritos Políticos, de Maquiavel, Ética de Espinosa, Minha Vida, de Trotsky, e muitos outros.

Faleceu em dezembro de 1988, legando um rico material para o conhecimento da memória e da história dos movimentos sóciopolíticos e culturais brasileiros do século XX.

Antonio Celso Ferreira
Professor Titular em História do Brasil
Coordenador do Centro de Documentação e Memória da Unesp – Cedem

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Submissões Recentes

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    Jornal do Médico, 1978, n 2
    (Editora Jornalística Criart Ltda., 1978-07) Órgão Oficial do Sindicato dos Médicos de São Paulo
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    Despertar, 1961, n. 6
    (1961-12-17) Celma, Michel
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    Despertar, 1961, n. 4
    (1961-12-03) Celma, Michel
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    (J. M. Dent & Sons LTD., 1915) Bacon, Francis
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    (George Allen and Unwin LTD., 1916) Russell, Bertrand
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    Les Pensée de Pascal: Étude et analyse par Fortunat Strowski
    (Mellottée, 1963) Blaise, Pascal
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    Théatre
    (Librairie de L. Hachette, 1860) Goethe, Johann Wolfgang von
    Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832) foi um dos mais importantes escritores da Alemanha e do Romantismo europeu. Nasceu em 28 de agosto de 1749 em Frankfurt am Main, Alemanha. Oriundo de família abastada, foi educado em sua casa primeiramente por seu pai e depois por tutores. Dentre as disciplinas que lhe foram ensinadas constaram latim, grego, francês, inglês, italiano, ciências, religião e desenho. Fez, além disso, aulas de violoncelo, piano, esgrima, dança e equitação. Seu contato com a literatura deu-se desde a infância; sua família tinha uma biblioteca com mais de dois mil livros. Influenciado pelo pai, Goethe estudou Direito na Universidade de Leipzig de 1765 à 1768. Em 1769, publicou Neue Lieder, sua primeira antologia de poemas. Estudou na Universidade de Estrasburgo, na Alsácia, de 1770 à 1771. Em 1772, obteve o título de Doutor e retornou para Frankfurt para ser nomeado advogado da Câmara Imperial. Já magistrado em Wetzlar, escreveu o poema Geistesgrus, em 1773, que foi traduzido por Madame de Staël. Em 1774, publicou Die Leiden des jungen Werthers (Os sofrimentos do jovem Werther), obra que o tornou conhecido em toda a Europa. Nesse período, Goethe começa a escrever sua obra mais conhecida, Fausto. Publicaria depois textos importantes como: Die Wahlverwandschaften (As afinidades eletivas, 1809), Wilhelm Meisters Lehrjahre (Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister, 1807) e Italienische Reise (Viagem à Itália). Este volume reúne uma primeira parte do teatro de Goethe, traduzido do alemão para o francês por Jacques Porchat, professor de Direito, Retórica e Literatura Latina na Académie de Lausanne. Trata-se das peças Die Laune des Verliebten (1768), peça em um ato que foi escrita em versos alexandrinos rimados; Die Mitschuldigen (1769), comédia em três atos e versos alexandrinos rimados; Prometeu (1774), um fragmento; Jery und Bätely, um singspeil, espécie de opereta; Götz von Berlichingen mit der eisernen Hand (1773), drama escrito em prosa; Egmont (1775), tragédia em cinco atos; Clavijo (1774), tragédia publicada em prosa que remete ao livro Mémoires de Beaumarchais, escrito por Pierre Augustin Caron de Beaumarchais (1732-1799) e Stella (1776), tragédia escrita em prosa. (Volume 1)
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    Histoire de la Révolution de 1848
    (Garnier, 1859) Lamartine, Alphonse de
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    Trabalhadores asiaticos
    (Typographia do Novo Mundo, 1897) Mendonça, Salvador de
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    História de Portugal
    (Bertrand, 1880) Martins, J. P. Oliveira
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    Oeuvres de Virgile
    (Cormon : Blanc, 1838) Virgile
    Contemplando a obra de um dos autores latinos de maior influência ocidental desde a antiguidade, este livro apresenta as três principais produções do poeta romano Virgílio (70 a.C – 19 a.C) em edição polilíngue: aqui, deparamo-nos com as Bucólicas (curtos diálogos entre pastores sobre o modelo da poesia pastoral, com alusões a eventos políticos contemporâneos, dividida em dez partes), as Geórgicas (inicialmente considerada um tratado sobre a agricultura, tangenciando temas mais vastos como guerra, paz, morte e ressurreição, dividida em 4 cantos) e a Eneida (epopeia que narra a trajetória de Enéias, ancestral mítico do povo romano, desde a queda de Tróia até sua chegada em terras romanas, dividida em 12 cantos) traduzidas do latim para o francês, para o espanhol, para o italiano, para o alemão e para o inglês. Além disso, o leitor encontrará textos introdutórios em língua latina, contendo informações biográficas, bibliográficas e editoriais sobre o aedo.
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    Voyages en Suisse et en Italie
    (Hachette, 1862) Goethe, Johann Wolfgang von
    Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832) foi um dos mais importantes escritores da Alemanha e do Romantismo europeu. Nasceu em 28 de agosto de 1749 em Frankfurt am Main, Alemanha. Oriundo de família abastada, foi educado em sua casa primeiramente por seu pai e depois por tutores. Dentre as disciplinas que lhe foram ensinadas constaram latim, grego, francês, inglês, italiano, ciências, religião e desenho. Fez, além disso, aulas de violoncelo, piano, esgrima, dança e equitação. Seu contato com a literatura deu-se desde a infância; sua família tinha uma biblioteca com mais de dois mil livros. Influenciado pelo pai, Goethe estudou Direito na Universidade de Leipzig de 1765 à 1768. Em 1769, publicou Neue Lieder, sua primeira antologia de poemas. Estudou na Universidade de Estrasburgo, na Alsácia, de 1770 à 1771. Em 1772, obteve o título de Doutor e retornou para Frankfurt para ser nomeado advogado da Câmara Imperial. Já magistrado em Wetzlar, escreveu o poema Geistesgrus, em 1773, que foi traduzido por Madame de Staël. Em 1774, publicou Die Leiden des jungen Werthers (Os sofrimentos do jovem Werther), obra que o tornou conhecido em toda a Europa. Nesse período, Goethe começa a escrever sua obra mais conhecida, Fausto. Publicaria depois textos importantes como: Die Wahlverwandschaften (As afinidades eletivas, 1809), Wilhelm Meisters Lehrjahre (Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister, 1807) e Italienische Reise (Viagem à Itália). Este volume compreende os relatos de Goethe de suas viagens à Suíça entre junho e julho de 1775, e setembro de 1779 a janeiro de 1780, e à Itália, partindo de Karlsbad na Alemanha em 1786 chegando Nápoles em 1787, e à Sicília, para retornar a Weimar no ano seguinte. Escritos sob forma epistolar, em Roma, fixaria a data de um segundo nascimento, de um verdadeiro renascimento pessoal: “ah, mas aquilo a que aqui dou expressão, eu já o sabia há tempos, há tanto tempo quanto o que venho suportando viver sob um céu ruim, e me agrada bastante sentir essa alegria excepcional, da qual deveríamos desfrutar sempre, na condição de uma eterna necessidade natural” (cf. Viagem à Itália, trad. de Sergio Tellaroli, Companhia das Letras, 1999, p. 31-32).
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    Oeuvres de Vergniaud, Guadet, Gensonné
    (Achille Faure, 1867) Vergniaud, Pierre Victurnien
    Vergniaud (1759-1794)foi um dos principais chefes dos girondinos nas assembleias legislativas, o mais eloquente de seus oradores. Exercia a função de advogada em Bordeaux quando começaram os primeiros acontecimentos ligados à Revolução Francesa. Eleito deputado, uniu-se ao partido dos girondinos, contudo sempre com certa independência. Mostrava-se hostil à realeza e votou a favor da morte de Luís XIV. Em seguida, tentou opor-se aos excessos dos jacobinos, o que abriu caminho para uma acusação dos girondinos. Foi condenado ao cadafalso em 1794. Esta obra trata da história de Vergniaud, seguida de breves capítulos sobre Guadet e Gensonné. Eis a disposição da edição: Introduction historique - Sur l' émigration - Projet d' adresse au peuple français - Sur la guerre - Sur l' amnistie descrimes commis à Avignon - Sur le serment civique des prêtres - Sur la situation de la -France - Appel au camp - Contre la tyrannie de la Commune - Sur l'appel au peuple - Sur la conspiration du 10 mars - Réponse aux accusations de Robespierre contre les Girondins - Sur la Constitution - Guadet – Gensonné.
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    Gedichte
    (J. G. Cotta, 1858) Goethe, Johann Wolfgang von
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    Histoire de la société française pendant le directoire
    (Charpentier, 1899) Goncourt, Edmond et Jules de
    "Edmond de Goncourt (1822-1896) e Jules de Goncourt (1830-1870) são dois irmãos e escritores franceses que publicaram diversas obras juntos. Iniciaram na vida literária em 1851, quando começaram a escrever um diário em vários tomos até a morte de Jules, em 1870, quando seria continuado por Edmond. Tais volumes representam, atualmente, um importante documento histórico da vida social, literária e política da França do século XIX. Também colaboraram com os jornais L’Éclair e Paris. Publicaram diversos romances, La Lorette, um dos primeiros romances com tons naturalistas, Germinie Lacerteux, o mais notório deles, entre outros. No domínio histórico, o século XVIII, que compreende a Revolução Francesa, foi o século favorito de ambos, com estudos como Histoire de la société française pendant la Révolution (1854), Portraits intimes du XVIII siècle (1857-1858), Madame du Barry (1860), Madame de Pompadour (1878), L’art du XVIII siècle (1859) e La femme au XVIII siècle (1862). Após a morte de Jules, em 1870, Edmond publicou ainda alguns livros: La Fille Élisa (1877), Les Frères Zemganno (1879), La Faustin (1882) e Chérie (1884). E aos domingos após a morte de seu irmão, Edmond reunia escritores e artistas da época. Dentre eles, os primeiros membros da Académie Goncourt, que anualmente atribui o prêmio Goncourt, o mais prestigioso da França. História da sociedade francesa durante o Diretório relata a história social de um período da Revolução Francesa chamado de Diretório. Trata-se de uma forma de governo utilizada pela Primeira República francesa que se estendeu de 1795 a 1799, e de caráter menos democrático, com a adoção do sufrágio censitário e criação de duas câmaras: o Conselho dos Quinhentos e o Conselho dos Anciãos. Diferentemente da perspectiva política, os irmãos Goncourt dedicam-se neste livro, entretanto, a “pintar os costumes, as almas, a cor das coisas, a vida e a humanidade” (p.v), através da consulta a jornais, brochuras, mas também autógrafos, gravuras, desenhos, “monumentos íntimos do que uma época deixa para trás para servir de confissão e ressurreição” (p.vi). Assim, percorrem o amor, que veem a partir de uma espiritualismo coetâneo aos romances de Jean-Jacques Rousseau e Bernardin de Saint-Pierre, a banalização dos divórcios (p.177), o desaparecimento de toda ideia moral do casamento, o “encorajamento à libertinagem”. Do mesmo modo, abrangem desde a moda feminina e masculina, o culto do corpo, o ateísmo, a vida dos teatros e da ópera, no intuito de oferecer um quadro completo dos costumes franceses do período."
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    Catecismo pozitivista ou sumaria expozição da religião da humanidade
    (Séde Central da Igreja Pozitivista do Brazil, 1895) Comte, Auguste