Navegando por Assunto "Teologia"
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Item Biblia sacra secundum vulgatam clementinam(Friderici Pustet, 1920)Item Critique du jugement, suivie des Observations sur le sentiment du beau et du sublime(Librairie Philosophique de Ladrange, 1846) Kant, Immanuel"Immanuel Kant nasce a 22 de abril de 1724 em Königsberg, na Prússia Oriental ― grande centro comercial à época e cidade universitária relativamente cosmopolita ―, nela vindo a falecer a 12 de fevereiro de 1804, aos 79 anos, idade já avançada para a expectativa de vida de então. De família simples de artesãos, Kant frequentou uma escola pietista, o Collegium Fridericianum [Colégio Fredericiano]. Na juventude matriculou-se na Universidade de Königsberg, na qual seu interesse por clássicos latinos foi aos poucos cedendo lugar à filosofia. Introduzido na obra de Isaac Newton [1642-1727] por seu professor Martin Knutzen [1713-1751], Kant publica sua primeira obra em 1747: Pensamentos acerca da verdadeira estimação das forças vivas [Gedanken von der wahren Schätzung der lebendigen Kräfte], tentativa de crítica a uma disputa que ocorria entre as filosofias naturais leibniziana e newtoniana. Dentre os diversos trabalhos que Kant publicou durante sua vida de professor de filosofia na Universidade de Königsberg, seus trabalhos mais famosos são as chamadas três Críticas: a Crítica da Razão Pura [com duas edições parcialmente distintas, publicadas em 1781 e em 1787], a Crítica da Razão Prática [publicada em 1788] e a Crítica da Faculdade do Juízo [publicada em 1790]. Immanuel Kant [a maior figura do chamado “Iluminismo” ou “Esclarecimento” [Aufklärung], juntamente com o escocês Davi Hume] tornou-se figura central na filosofia moderna, a importância de sua obra refletindo-se ainda hoje sobre a metafísica, a ética, a epistemologia, a estética, a filosofia política. A Kritik der Urteilskraft, Crítica da Faculdade do Juízo [título da única versão integral em português da obra, hoje existente] ou Crítica do Juízo [título de versão parcial da obra em português] é a terceira e última das três grandes Críticas kantianas: a Crítica da Razão Pura [com duas edições parcialmente distintas, em 1781 e em 1787]; a Crítica da Razão Prática, de 1788; e, justamente, a Crítica da Faculdade do Juízo, de 1790. Ao publicá-la, seu autor, Immanuel Kant, contava 66 anos. Esta terceira Crítica, da qual uma longa e primeira “Introdução” [justamente conhecida como Erste Einleitung ou “Primeira Introdução”] fora deixada de lado pelo próprio Kant, só tendo vindo a público nos anos 20 do século passado, divide-se propriamente em “Prólogo”, “Introdução”, “Primeira Parte” e “Segunda Parte” [a esta última soma-se um importante e relativamente longo “Apêndice”]. Fonte de discussão entre os especialistas é o fato de Kant abordar dois objetos aparentemente inconciliáveis para, por assim dizer, compor as duas metades de uma mesma obra. Com efeito, na “Primeira Parte” da Crítica da Faculdade do Juízo ele trata do belo e do sublime, do gênio e das artes, ou, em suma, grande parte daquilo que a partir de meados do século XVIII passou a constituir o domínio preferencial de investigação da desde então chamada “estética”; na “Segunda Parte” desta terceira Crítica, por outro lado, ele aborda o chamado “juízo teleológico”, a relação entre mecanismo e finalidade na natureza, ou, em suma, grande parte daquilo que a partir do início do século XIX passou a constituir o domínio preferencial de investigação da desde então chamada “biologia”. Seja como for com as discussões a respeito da unidade conceitual, metodológica, composicional da obra, o conceito que melhor fundamente e explique ― vis-à-vis as duas anteriores ― o contributo específico desta terceira Crítica será o de “finalidade”, “conformidade a fim” / “conformidade a fins” ou “teleoformidade” [Zweckmässigkeit], já tratado por Kant na “Introdução” da obra, assim como na chamada “Primeira Introdução”. Com a publicação da Crítica da Faculdade do Juízo encerra-se o período de construções basilares de todo o kantismo, cuja produção, contudo, estender-se-ia por ainda oito anos, ao longo de várias e importantes obras e opúsculos."Item L'évangile et l'Eglise(L'auteur, 1904) Loisy, AlfredAlfred Loisy (1857-1940) foi um renomado padre e teólogo francês. Ex-seminarista do Grand Séminaire de Chalons-en-Champagne, foi aluno de filosofia e, em seguida, professor do Institut Catholique de Paris, onde, desde cedo, esteve encarregado do ensino do texto bíblico. Doutor em teologia com uma tese sobre a história do cânone do Antigo Testamento, publicou La composition et l’interprétation historique des Livres Saints em 1892, em que já afirmaria a importância do método histórico-crítico na interpretação das escrituras. Em virtude disso, foi obrigado a afastar-se do Instituto, ao que seguiu a sua indicação, através de amigos, para um posto na École Pratique de Hautes Études em Paris. É nesse momento que publica L’Évangile et l’Église (1902), obra de enorme repercussão — há um exemplar na Casa Fernando Pessoa, por exemplo —, e uma das responsáveis pelo que se chamou de “crise modernista”. Loisy seria, como consequência, excomungado em 1908, conforme decreto promulgado pelo Santo Ofício: “todo mundo sabe que o padre Alfred Loisy, morador da diocese de Langres, ensinou e publicou teorias que arruínam o fundamento da fé cristã...” Foi posteriormente nomeado para a cátedra de História das religiões do Collège de France, que ocupará até 1933, período de numerosa produção exegética: de livros como La Naissance du christianisme (1933) e Les Origines du Nouveau Testament (1936), dentre outros. O Evangelho e a Igreja tem como ponto de partida refutar as teses do teólogo protestante alemão Adolf von Harnack sobre a essência do cristianismo, conforme apresentadas sob forma de conferências em Das Wesen des Christentums (1900) e cuja doutrina principal seria a de que a centro do Evangelho consistiria unicamente na fé em Deus: “só o Pai e não o Filho é parte integrante da pregação evangélica de Jesus”. Para Alfred Loisy, diferentemente, tal essência deve ser buscada não apenas numa espécie de Evangelho de Jesus, ou no que teria sobrado dele, mas na tradição cristã primitiva como um todo: “Se uma fé, uma esperança, um sentimento, um impulso de vontade dominam o Evangelho e se perpetuaram na Igreja dos primeiros tempos, aí estará a essência do cristianismo, mesmo com as reservas que possamos fazer a respeito da autenticidade literal de algumas palavras ou modificações mais ou menos perceptíveis que o pensamento de Jesus deve ter sofrido ao ser transmitido de geração em geração” (p.xxii). Empreende, assim, uma cuidadosa crítica textual, mas em busca também do movimento religioso de que os textos evangélicos teriam sido a “expressão parcial” (p.6). Observa a coloração messiânica de algumas das narrativas do Evangelho, dentre as quais, as da infância do Cristo. Ou a noção de uma esperança coletiva de que se revestiria o anúncio do reino dos céus fundado na escatologia (p.41e ss.) Contesta a dimensão psicológica que Harnack atribuiria à ideia evangélica de filho de Deus. Toda essa atenção aos textos, à sua situação histórica, tanto quanto a afirmação da permeabilidade desses textos a opiniões e costumes contemporâneos a eles, constituíram a razão da polêmica de L’Évangile et l’Église. É possível pressenti-la em momentos em que Loisy, com notável clareza, explicita: “Jesus foi, sobre a terra, o grande representante da fé. Ora, a fé religiosa só pode se apoiar em símbolos mais ou menos imperfeitos” (p.105). Ou em outros, em que situaria, como Ernest Renan, o lugar histórico e religioso de Jesus: “não deixa de ser verdade que Jesus recolheu e deu vida ao melhor do capital religioso de Israel, e que não o transmitiu como um simples depósito que bastaria apenas aos crentes de todas as idades vigiar, mas como fé viva” (p.125). Não deixam de surpreender, contudo, frases que, descontextualizadas pelos leitores de Loisy, foram a causa da proibição do livro, como: “Jesus anunciava um reino, e foi a Igreja que surgiu”. (p.153) Ou ainda: “se o fim do mundo tivesse chegado nos anos que se seguiram à publicação do Apocalipse, o desenvolvimento eclesiástico não teria acontecido, e a Igreja mal teria existido” (p.161). Elas sugerem o caráter de um desenvolvimento doutrinal ilegítimo, elaborado pela Igreja, que Loisy estaria longe de afirmar e contra o qual se manifestaria em Autour d’un petit livre (1903). Ao contrário, para ele haveria algo de bastante positivo na “condição perpetuamente cambiante da inteligência e das vidas humanas” (p.210), às quais o historiador das religiões deve estar atento. Dedica-se, portanto também ao estabelecimento do culto católico (da Virgem, dos santos, das relíquias), que será matéria da última parte de seu livro.Item La Religion(Librairie Internationale; A. Lacroix; Verboeckhoven, 1864) Feuerbach, Ludwig"Ludwig Andreas von Feuerbach nasceu em 28 de julho de 1804 em Landshut, na região da Bavária, na Alemanha, e faleceu no dia 13 de setembro de 1872 em Rechenberg, também na Alemanha. Terceiro filho do ilustre jurista Paul Johann Anselm Ritter von Feuerbach, entra para a Faculdade de Teologia da Universidade de Heidelberg em 1823. Contudo, um ano após Feuerbach obtém a permissão de seu pai para transferir-se para Berlim com o pretexto de continuar a estudar teologia sob a orientação dos teólogos Friedrich Daniel Ernst Schleiermacher e Johann Neander, embora seu objetivo fosse na verdade estudar a filosofia de Hegel, sua paixão crescente. Em 1825, Feuerbach transfere-se para a faculdade de filosofia. Tempos depois, ao defender sua dissertação latina, De ratione una, universali, infinita [Sobre a razão una, universal, infinita], começou a fazer exposições acerca da história da filosofia moderna. O auge de sua carreira como escritor literário foi quando publicou Das Wesen des Christentums [A Essência do Cristianismo], em 1841. Como consequência de uma crise financeira mundial em 1859, a fábrica que apoiava a publicação de seus trabalhos faliu. No ano seguinte, muda-se com a família para a aldeia de Rechenberg, próxima de Nuremberg, local onde viveu até o final de sua vida. A Religião. Morte ― Imortalidade ― Religião, volume publicado na França em 1864, não é, como tal, uma obra propriamente dita de Feuerbach, mas a tradução, para o francês, de pensamentos e posições do autor alemão sobre tais temas. Neste sentido, o volume em questão poderá reportar-se em especial às seguintes obras de Feuerbach, publicadas originalmente em alemão: Gedanken über Tod und Unsterblichkeit aus den Papieren eines Denkers [Pensamentos sobre Morte e Imortalidade a partir dos Papéis Avulsos de um Pensador; 1830] e Das Wesen der Religion [A Essência da Religião; 1846]. A publicação destes Gedanken über Tod und Unsterblichkeit, por sinal, a qual se deu anonimamente, mas foi logo atribuída a Feuerbach, afastou-lhe toda simpatia no mundo acadêmico, face à substancial defesa do ateísmo que nela era feita. O tradutor francês responsável pela composição do presente livro, Joseph Roy, um estudioso do autor alemão, não indica, formalmente, a que obra original de Feuerbach corresponda o presente título em francês, suas quarenta e quatro páginas introdutórias reportando-se não só ao próprio pensador alemão, mas a polêmicas causadas por algumas de suas obras na França. Seja como for, o conteúdo do volume obedece às seguintes divisões: um “Prefácio” do tradutor [p. I-XLIV]; “Catolicismo ― Protestantismo [―] Teologia” [p. 45-84]; “Essência da religião” [p. 85-172; esta seção do livro reparte-se em sessenta e quatro subdivisões [I-LXIV], umas maiores, outras menores, sem interligação estrita, parecendo, em verdade, formar um conjunto de fragmentos selecionados pelo tradutor]; “Morte e imortalidade” [p. 173-289, subdividida em duas partes]; “Observações” [p. 291-304] e “Pensamentos diversos” [p. 305-351]. Podendo-se dividir a atividade filosófica de Feuerbach em três períodos ― hegeliano [entre 1828 e 1838], humanístico [até 1845] e naturalístico [de 1845 até a publicação de seus últimos escritos, em 1866] ―, vê-se que o conteúdo da presente obra ― provavelmente calcado nos escritos: Pensamentos sobre Morte e Imortalidade a partir dos Papéis Avulsos de um Pensador e A Essência da Religião ― pertence ao primeiro e ao segundo deles, formando parte importante da temática à qual se debruçara o autor. Recordar-se-á, em eventual reforço ao interesse dos tópicos abordados na presente obra, a influência que Feuerbach exerceu sobre Marx, especialmente por meio de sua obra: “Über Philosophie und Christentum” [Sobre Filosofia e Cristianismo; 1839], que, não contemplada no volume em questão, nele, contudo, encontra forte ressonância."Item Le problème de Jésus(Ernest Flammarion, 1914) Guignebert, CharlesCharles Guignebert (1867-1939) foi um historiador francês, especialista em história do cristianismo, abordada sob a perspectiva e os métodos de Alfred Loisy, tendo, como este, contribuído para a crise modernista. Aluno de Ernest Renan, foi professor na Université de la Sorbonne de 1906 a 1937 após defender uma tese de doutorado sobre Tertuliano em 1902. Foi autor de livros como Jésus (1933), Le Monde juif vers le temps de Jésus (1935) e Le Christ (1943). O problema de Jesus interessa-se, como já o fizera Renan, pelo Jesus histórico, e pergunta-se desde o início pela realidade ou construção de sua figura. Retraça, para isso, uma história de questionamento do Jesus histórico, partindo de racionalistas do século XVIII como Bruno Bauer ou Albert Kalthoff, responsável por uma teoria que veria nos evangelhos sobretudo um movimento social influenciado pelo apocalipse judeu. Representariam, segundo Guignebert, uma “construção em que se encontram expostos, sob a forma simbólica de uma espécie de biografia, as primícias de um movimento social de tendência messiânica, que evolui rapidamente na direção de uma organização religiosa” (p. 55). No segundo capítulo, trata de alguns sistemas de reconstrução do cristianismo sem Jesus ou, por assim dizer, de explicações do nascimento e propagação do cristianismo com abstração da figura do Jesus histórico, como o de Arthur Drews, autor de O mito do Cristo (1909). Por fim, o terceiro capítulo, intitulado “A historicidade de Jesus”, tenta responder a alguns dos argumentos desses “negacionistas”. Contra Kalthoff, por exemplo, pergunta-se porque uma religião concebida como revolta social pregaria justamente valores como o amor fraterno e a caridade (p.125) ou porque os próprios judeus não teriam negado a existência de Jesus (p. 148).Item Oeuvres choisies de Fénelon(Hachette, 1872) Fénelon, François de Salignac de La MotheFrançois Fénelon (1651 – 1715) foi um arcebispo católico, teólogo, poeta e escritor francês, que se tornou notório pela obra As aventuras de Telêmaco, publicada no ano de 1699. Nascido em família nobre, Fénelon foi logo direcionado para a carreira eclesiástica, em que ocupou diversas posições no decorrer de sua vida. Seus escritos tinham, na maioria das vezes, um motivo pedagógico, fosse no tocante à educação moral de crianças para a vida, fosse na conduta dos adultos, ou educação religiosa de pessoas de todas as idades. A harmonia e eloquência de seus escritos, aplicadas a uma argumentação racional, porém suave e simplificada, fizeram de suas obras verdadeiras referências para educadores da idade moderna. A presente obra, originalmente publicada em quatro tomos, mas aqui reunida em dois volumes, tratará de alguns dos maiores escritos de Fénelon. O primeiro tomo apresenta quatro textos: dentre eles, uma Notice sur Fénelon, uma breve introdução à vida e à obra do autor, e Les aventures de Télemaque, sua mais célebre produção, um romance que mescla epopeia e tratado moral e político, em que o autor retoma a peregrinação de Telêmaco, filho de Ulisses, em busca de seu pai. No segundo tomo, o leitor encontrará o livro dividido em nove capítulos: o último deles é dedicado à produção poética do autor; os demais são textos de caráter diverso. Dentre eles: Dialogues des morts, obra elaborada com fins pedagógicos, quando Fénelon se tornou o preceptor do infante Duque de Borgonha; trata-se de uma coletânea de fábulas em que o autor imagina que personalidades históricas do passado dialogariam sobre sua conduta em vida; De L'éducation des filles, sua primeira obra significativa, foi solicitada pela duquesa de Beauviller para orientá-la na educação de suas filhas; e Dialogues sur l’éloquence, três diálogos em que o autor realiza, à maneira do diálogo platônico, uma discussão acerca da eloquência. Já no segundo volume, os tomos de número três e quatro. No terceiro tomo, compreendido entre as páginas 1 e 444 do arquivo digital, estão dispostos escritos de cunho religioso, dentre eles algumas correspondências e seu célebre tratado De l’éxistence de Dieu, em que, a partir do espetáculo da natureza e do Discurso do Método de Descartes, o autor busca provar a existência de Deus. Já no quarto tomo, encontramos dez capítulos, dentre os quais: Sermons et entretiens de divers sujet, uma coletânea de sermões discursados em diversos lugares e circunstâncias, o Examen de conscience sur les devoirs de la royauté, em que o autor elabora uma espécie de direcionamento da consciência de um rei, além de algumas correspondências elaboradas pelo autor em suas missões religiosas.