Navegando por Assunto "Stendhal - Correspondência"
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Item Souvenirs d'égotisme - autobiographie et lettres inédites(G. Charpentier, 1892) StendhalStendhal (1783-1842) foi um escritor realista francês que se tornou célebre, sobretudo, por seus romances O vermelho e o negro e A Cartuxa de Parma. Suas obras buscavam retratar fielmente a sociedade da época; suas personagens foram construídas a partir de um realismo psicológico, de modo que o lado subjetivo de suas personagens viesse acuradamente retratado. Além de escritor, Beyle ainda teria desempenhado, durante o império de Napoleão, o cargo diplomático de cônsul da França na Itália, local pelo qual nutriu grande paixão durante toda a sua vida. Além de seus romances, de qualidade comprovadamente inquestionável, Stendhal ainda nos presenteou com sua tríade autobiográfica, composta pelas obras Vie de Henry Brulard, Journal intime e Souvenir d’égotisme, em que o autor fala de sua vida pessoal, profissional, de seus sonhos, sensações, dos projetos, das questões financeiras, de sucessos, de fracassos amorosos, de pensamentos, de eventos diversos que influenciaram em maior ou menor sua existência. A presente obra, Souvenirs d’égotisme, foi escrita no decorrer do ano de 1832, publicada postumamente no ano de 1892 e figura entre suas obras de cunho autobiográfico. Nela, o autor procurou elaborar um livro de memórias que reconstruísse os eventos que marcaram sua vida entre os anos de 1821, quando retorna a Paris, após passar um longo período em Civita-Vecchia, na Itália, e 1830, momento em que é enviado em missão a Trieste. Aqui, o autor se dedicou à escrita de seu cotidiano, enquanto desempenhava cargos diplomáticos na Itália, mas também de suas paixões, desilusões, anseios e de seus pensamentos a respeito de vários aspectos da vida. Nessa obra, o autor busca manter de maneira rígida seu compromisso com a verdade: são memórias, críticas ao seu próprio estilo de escrita, que ele às vezes julga desajeitado, tudo sem realizar nenhum tipo de revisão, como de costume em suas obras autobiográficas. E é justamente essa espontaneidade que confere ao seu texto a verdade por ele almejada: aqui, Stendhal, despojado de qualquer vontade ou necessidade de maquiar ou falsificar as coisas, fala abertamente de suas relações amorosas, geralmente passageiras e moralmente questionáveis. Em suma, ainda que a partir de sugestões, o autor fala de sua depressão. O livro está dividido em duas partes: na primeira, subdividida em doze capítulos, encontramos os cadernos referentes ao diário do autor, aquilo a que propriamente se chamou de Souvenirs d’égotisme; na segunda, por sua vez, encontramos uma coletânea de cartas trocadas entre Beyle e diversos destinatários – dentre eles seu primo, Conde Daru, Métilde, uma de suas grandes paixões, sua tia Pauline, Louis Crozet, Paul de Musset, Honoré de Balzac, entre outros. A obra ainda conta com um prefácio, elaborado pelo estudioso da obra stendhaliana Casimir Stryienski, que trata da acolhida, não apenas das obras do autor, mas sobretudo de sua própria presença nos grandes salões intelectuais de sua época.