Navegando por Assunto "Poesia Francesa - Século XVI"
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Item Réflexions sur la poésie(Desaint et Saillant, 1747) Racine, LouisLouis Racine (1692-1763) foi um poeta francês do período iluminista e filho do grande escritor de tragédias Jean Racine. Sua paixão e consequente descoberta de vocação para a poesia teve início na juventude, mas o autor foi precocemente dissuadido por Boileau de seguir carreira literária pois, para este, “desde que o mundo é mundo, não se viu um grande poeta filho de um grande poeta”, ou seja, o talento para o verso não havia, até então, se manifestado em duas gerações seguidas, e dificilmente o faria. Em 1719 Louis Racine se tornou um membro da Académie des Inscriptions, mas não chegou a integrar a Académie Française: devido às suas opiniões jansenistas, Cardinal de Fleury, então chefe-ministro da corte de Luis XV, bloqueou sua entrada na congregação. La Grâce (poema em quatro cantos, publicado em 1720) e Réligion (poema em seis cantos, publicado em 1742), suas obras mais importantes, foram inspiradas por uma piedade sincera e escritos em verso de clareza uniforme e excelência. Seus outros trabalhos ainda incluem epístolas, odes - entre os quais a Ode sur l'Harmonie (1736) -, Mémoires (1747) em que trata das memórias do pai, e uma tradução em prosa do Paraíso Perdido, de Milton. Louis Racine foi caracterizado por Voltaire como "o bom versificador Racine, filho do grande poeta Racine." Em Réflexions sur la poésie, obra em dois tomos, Louis Racine elabora um ensaio sobre o fazer poético, fortemente influenciado pela escola clássica e pelos ensinamentos de Boileau: na obra, o autor defende a imitação da natureza e dos clássicos (greco-romanos) e rechaça e poesia renascentista e humanista de Ronsard e do século XVI, afirmando que "o prazer da poesia, tal como a pintura, é produzido em nós por imitação [...]”. Os dois tomos são compostos por treze capítulos, alguns subdivididos por artigos e estes, por sua vez, em parágrafos. No primeiro tomo, que aborda os seis primeiros capítulos, Louis Racine discorre sobre a essência e o estilo da poesia, a linguagem figurada, a perífrase, a metáfora, a comparação, o estilo figurado, a língua poética, a versificação (em que trata da harmonia mecânica, da rima, da harmonia imitativa), da imitação dos costumes e dos caráteres e da verdade na poesia. Neste primeiro momento, o autor busca enfatizar a importância da versificação e das figuras retóricas – como a perífrase e as metáforas - , preconizando que a natureza teria inspirado seu surgimento e viabilizado o estilo e a ousadia das ideias veiculadas por elas, mas a arte as teria tornado mais harmoniosas e poéticas, mais submetidas aos limites da versificação. No segundo tomo, por sua vez, o autor tratará da poesia didática, da uniformidade nela reprovada e da ficcção em seu conteúdo; da reflexão da imitação, em três tragédias francesas, de obras de Eurípides, sendo elas Andromaque, Iphigénie e Phèdre et Hippolyte; de um estudo sobre o Paraíso Perdido, de Milton; do espírito e do gênio na poesia e da fortuna dos poetas e das obras poéticas.