Navegando por Assunto "Literatura francesa - Século XVII"
Agora exibindo 1 - 2 de 2
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Item Oeuvres de Jean Racine(Furne, Jouvet e Cie, 1869) Racine, JeanJean Racine (1639-1699) foi um matemático, historiador, poeta e um dos maiores dramaturgos que a França já vira nascer em seus domínios. Órfão aos três anos de idade, Racine foi criado por sua avó, Marie des Moulins, em um convento, para onde se mudara quando ficara viúva. Na instituição, o convento de Port-Royal des Champs, que se localizava nas proximidades de Paris, e cujos internos eram integrantes do movimento jansenista –, sob a tutela dos monges, o jovem foi apresentado aos estudos latinos e gregos. Foi justamente nesse período que o autor teve seu primeiro contato com as produções dos grandes clássicos greco-latinos, algumas das quais ele viria a retomar em sua carreira. Após os 18 anos, Racine foi enviado a Paris para estudar Direito na Université de Harcourt. Ali, relacionou-se com algumas pessoas envolvidas com teatro, momento em que se sente inclinado a testar suas habilidades como dramaturgo. Sua primeira peça, Amasie, não obteve sucesso de público; já sua segunda obra, uma tragédia intitulada La Thébaïde, foi produzida por Molière no ano de 1864 e abriu para o autor incipiente as portas para a carreira de dramaturgo. Sua Andromaque (1667) foi também produzida pelo colega, mas em seguida, Racine rompeu com ele os laços profissionais e pessoais e passou a liderar um grupo chamado Compagnie Bourgogne que, para ele, tinha mais habilidades para a tragédia do que o grupo de Molière. Seguiram-se, então, suas famosas produções. O autor ainda fora nomeado historiógrafo pelo rei Luís XIV. Racine possuía um estilo próprio, que prestou grande contribuição à literatura francesa: suas obras eram escritas em versos alexandrinos, de uma harmonia, simplicidade e elegância notáveis. A presente obra, Oeuvres de Racine, vem, portanto, reunir toda a sua produção dramatúrgica, composta por 11 tragédias – La Thébaïde (1664), tragédia em cinco atos, que traz como tema a luta e morte do filho de Édipo, bem como a de sua filha, Antígona; Alexandre le Grand (1665), uma tragédia em cinco atos em que, baseado na obra de Quinto Cúrcio Rufo, historiador romano que viveu no período clássico, Racine apresenta a conturbada história de amor vivida por Alexandre e a princesa indiana Cleófila; Andromaque (1667), tragédia em cinco atos, em que Racine, baseando-se na Andrômaca de Eurípedes e no livro 3 da Eneida de Virgílio, retoma as consequências da Guerra de Troia, em que Heitor, marido de Andrômaca e filho de Príamo, foi morto por Aquiles e seu filho, Astiánax, escapou de um destino similar nas mãos de Ulisses; trata-se de uma de suas mais célebres produções; Britannicus (1669), tragédia em cinco atos que trata da história de Agripina, mãe do grande imperador romano Nero, arrependida de conferir poder ao filho quando este passa a ser influenciado por Narciso, um conselheiro de má índole; Bérénice (1670), tragédia em cinco atos, que reconta a história da relação do imperador romano Tito com Berenice, a filha de Agrippa I; Bajazet (1672), tragédia em cinco atos, baseado em fatos contemporâneos à sua época, Racine escolhe o Império Otomano e dele retira a história do sultão Murad IV, que teve seus irmãos e potenciais inimigos, Bajazet e Orcan, executados; Mithridate (1673), tragédia em cinco atos, que conta a história de Mitrídates VI, um inimigo do Império Romano que cometeu suicídio após ser traído pelo próprio filho; Iphigénie (1674), que se constitui da versão raciniana dos eventos que envolvem a oferta de Ifigênia em sacrifício aos deuses; Phèdre (1677), baseada na obra Hipólito, de Eurípedes, em que aborda o tema da paixão da mulher por seu marido e filhos; Esther (1689), tragédia em três atos, baseado no livro bíblico de Ester; e Athalie (1691), última tragédia raciniana e também retirada de livro bíblico, que conta a história de Atália após ficar viúva e passar a governar em nome do marido – e uma comédia – Les Plaideurs (uma adaptação da obra As Vespas, de Aristófanes, 1668), além dos seus Cantiques spirituels, quatro poemas de influência jansenista, que foram posteriormente musicados por Jean-Baptiste Moreau, dentre outros. A obra ainda conta com um Essai sur la vie et les ouvrages de Racine, no qual, como indica o próprio título, L.S. Auger elabora um pequeno estudo sobre a vida e as obras racinianas.Item Pensées de Pascal(Ch. Delagrave, 1887) Pascal, BlaiseBlaise Pascal (1623-1662) foi um dos mais importantes físicos, matemáticos, filósofos moralistas e teólogos franceses de todos os tempos. Desde a juventude, descobriu sua vocação para os estudos físicos e matemáticos e, dessa forma, sua família se muda para Paris para viabilizar os estudos do único filho. Dentre as suas contribuições para Matemática, destacam-se a Geometria Projetiva e a Teoria das Probabibilidades, entre outras. Já na Física, Pascal contribuiu para o estabelecimento dos estudos sobre a pressão atmosférica e a mecânica dos fluidos. No entanto, a partir de 1654, após vivenciar uma experiência religiosa, Pascal abandona quase que completamente a ciência para se dedicar à filosofia e à teologia. A obra Pensées de Pascal é um dos poucos textos escritos no século XVII cujos manuscritos originais chegaram aos dias atuais. Ainda que inacabada, a obra se configura como o trabalho teológico mais importante de seu idealizador e se constitui de um exame lógico em defesa da fé e da religião cristãs, cujo requinte e eloquência conquistaram a admiração de críticos e historiadores renomados, como Sainte-Beuve e Will Durant. Como já dito, a obra ficou inacabada dada a morte prematura de seu idealizador. Após seu falecimento, foram encontrados os manuscritos daquilo que se tornou as Pensées: muitas folhas com pensamentos isolados, dispostas em uma ordem provisória, porém contundente. A proposta de Pascal era a de escrever um livro que explicasse as razões para se acreditar na revelação feita pela religião cristã. Para o autor, só se poderia encontrar a paz interior e a verdadeira bondade em Deus. A publicação póstuma, ainda incompleta, das Pensées, foi realizada pela família e amigos de Port Royal em 1670. A versão completa e definitiva só viria a ser conhecida no século XIX, garantida pela conservação dos manuscritos e editada pelo filósofo Victor Cousin.