Navegando por Assunto "Literatura francesa - Correspondência - Século XIX"
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Item Cinq lettres sur Ernest Renan(Perrin et Cie., 1904) Brunetière, FerdinandHistoriador da literatura e crítico francês, Brunetière (1849-1906) segue uma brilhante carreira universitária ensinando, inicialmente, na Escola Normal Superior, depois, na Sorbonne a partir de 1886. Ao mesmo tempo, colabora com a Revue des Deux Mondes, da qual se tornou diretor em 1893. Critica seus contemporâneos sem nenhuma complacência e, em 1883, na obra Le Roman Naturaliste, condena a empreitada de Zola e seu “materialismo científico” e o que ele chama de seu desprezo pelos valores morais e pelo Belo. Segundo as convicções de Brunetière, não se pode dissociar a arte e a moral. Assim, julga com muita severidade Baudelaire e todos os seus sucessores do Parnasso, que afirmam a gratuidade da arte. Como historiador da literatura, manifesta o mesmo dogmatismo: ele encontra no princípio da evolução o método rigoroso de uma crítica sistemática. Seduzido pelas teorias de Darwin, considera os gêneros literários como espécies vivas submetidas às ações da vida. As cinco cartas a Ernest Renan foram publicadas no jornal Ouest-Eclair, em 1904 e nelas Brunetière manifesta o esforço de Renan para aplicar à história das religiões os métodos científicos da filologia e da linguística, refletindo, assim, seu espírito científico e positivista.Item Le mendiant ingrat : (journal de l’auteur) 1892-1895(Mercure de France, 1923) Bloy, LéonLéon Bloy (1846-1917) foi um romancista, panfletário e ensaísta francês. Filho de um maçom e de uma mãe devota ao catolicismo, Bloy demonstra desde a infância uma forte inclinação à tristeza e à melancolia: sua mãe com frequência o encontrava sentado em sua cama, em um quarto escuro, chorando por horas a fio sem um motivo aparente. Sua passagem pela escola foi breve, dada a sua indisciplina. Apesar do interesse e dos esforços do pai em encaminhar o filho para a carreira de funcionário público, Bloy se volta para a pintura, o desenho e a escrita, sem nenhum tipo de mestre ou orientação qualquer. Em 1867, em uma viagem a Paris, o autor conhece o aclamado poeta Barbey d’Aurevilly, fato que alteraria todo o rumo de sua vida. O poeta se tornaria, então, seu grande amigo e mestre, sob a influência do qual Bloy se converteria ao catolicismo dois anos mais tarde. As reuniões oferecidas por Aurevilly colocaram o autor, ainda principiante, em contato com renomados escritores e críticos de sua época, dentre eles Paul Bourget, François Coppée e Joris-Karl Huysmans. Após sua conversão ao catolicismo, Bloy elege como referência as obras de Joseph de Maistre, Louis de Bonald, Ernest Hello et Blanc de Saint-Bonnet, que o conduzirão, na religião, a um catolicismo ardente, na política, à monarquia e na literatura, ao panfleto. Léon Bloy se casou, em 1890, com Jeanne Molbech, com quem teve três filhos. Suas principais obras são Le Salut par les Juifs, Exégèse des lieux communs, La Femme pauvre e Les dernières colonnes de l’Église. Seu romance Le Dédespéré se destaca por possuir uma grande carga autobiográfica: como o próprio autor comenta em sua introdução para o journal Le mendiant ingrat, Le désespéré conta a primeira e mais terrível parte de sua vida. Seus escritos são repletos de um poderoso fervor sobrenatural e de um ardor verbal ímpar, cuja autenticidade dificulta sua inserção em uma escola literária específica, vigentes em seu tempo, seja o romantismo, seja naturalismo ou mesmo o simbolismo. A presente obra, Le mendiant ingrat se configura como um journal, isto é, um diário, em que o autor trata não só dos acontecimentos do seu dia a dia, mas também de algumas reflexões acerca de suas inclinações, tanto na religião quanto na literatura e, enfim, na vida. Podem-se encontrar, ainda, algumas cartas escritas a amigos, que abordam os acontecimentos relatados. A obra, escrita em dois tomos – o primeiro referente aos anos de 1892 e 1893, e o segundo aos de 1895 e 1895-, e que ele dedica às suas filhas, conta com escritos elaborados entre os anos de 1892 e 1895, além de uma introdução nada convencional em que o autor se confessa um « mendigo ingrato ».