Navegando por Autor "Schwob, Marcel"
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Item Moeurs des diurnales : traité de journalisme(Mercure de France, 1918) Schwob, MarcelItem Vies imaginaires(G. Charpentier et E. Fasquelle, 1896) Schwob, MarcelMarcel Schwob (1867 –1905) foi um jornalista, ensaísta, biógrafo, tradutor, dramaturgo, crítico de arte e escritor francês judeu cuja estética se aproximou à dos simbolistas. Destacou-se na produção de narrativas curtas, influenciando grandes nomes da literatura mundial, como Jorge Luis Borges. Apesar de pouco conhecido nos dias de hoje, Schwob se destacava em seu círculo pela qualidade de suas produções. A presente obra, Vies imaginaires, é uma das precursoras da biografia imaginativa na literatura: este gênero se constitui da união de um material cuja existência fora atestada pela história com a glosa do autor, que deixa fluir sua imaginação para conferir dados biográficos inventados a esse material. Em suma, a intenção desse gênero é desconstruir os limites entre o que é verdade e ficção, o que é história e fantasia. Schwob teoriza sobre esse gênero no prefácio de sua obra, explicando que às informações científicas dos historiadores, prefere-se aqui a visão artística do idealizador da nova biografia. Essa obra constitui-se de uma coletânea de biografias fictícias idealizadas pelo autor. Aqui, Schwob elabora uma biografia imaginária de algumas das maiores personalidades que o mundo vira nascer, mas sobre as quais pouco ou nada se sabe, valendo-se de uma linguagem ora poética, ora irônica, mas constantemente fantasiosa. Figuram vinte e duas biografias, algumas delas pertencentes às mais célebres personalidades da história; outras, a pessoas praticamente ou totalmente desconhecidas nos dias atuais. A saber: Empédocles (filósofo pré-socrático grego), Heróstato (incendiário grego, responsável pela destruição do templo de Artemis em Éfeso), Lucrécio (filósofo latino), Petrônio (escritor satírico romano), Crates de Tebas (filósofo grego), Clodia (uma das três filhas de Appius Claudius Pulcher, um político romano), Frei Dolcino (frade da Igreja Católica, que no século XIV foi condenado à morte pela Inquisição, por ter suas ideias consideradas heréticas pela Santa Sé), Cecco Angiolieri (um dos desenvolvedores do soneto e um dos fundadores do grupo Dolce Stil Nuovo), Paolo Uccello (pintor renascentista florentino), Gabriel Spenser (ator elisabetano), Pocahontas (índia powhatan que se casou com o inglês John Rolfe), Cyril Tourneur (dramaturgo jacobita, célebre durante o reinado de Jaime VI da Escócia e I de Inglaterra), William Phips (líder militar, capitão de navio e caça-tesouros inglês), Le capitaine Kidd (William Kidd, pirata escocês), Walter Kennedy (pirata inglês), Le major Stede Bonnet (pirata barbadiano, também conhecido como "O pirata cavalheiro"), M. Burke et Hare (assassinos), Septima (escrava africana), Sufrah (mágico oriental), Alain le Gentil (servo do rei Carlos VIII), Nicolas Loyseleur (religioso virtuoso), Katherine la Dentelliére (uma garota amorosa). A obra se configura, portanto, como um convite a um sobrevoo pela história da humanidade, recontado do ponto de vista literário e imaginativo. Acerca das eventuais excentricidades conferidas às personalidades de que trata o livro, o autor comenta em seu prefácio que “as ideias dos grandes homens são o patrimônio comum da humanidade: cada um deles só possui realmente suas bizarrices”.