Serões no campo
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Data
1877
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Editor
Mattos Moreira & Cia
Resumo
Maria Amália Vaz de Carvalho (Lisboa, 2 de fevereiro de 1847 – Lisboa, 24 de março de 1921), pseudônimo de Valentina Lucena, articulista de sucesso, tanto em Portugal quanto no Brasil, autora de vasta obra de caráter polígrafo que vai da poesia ao conto, da crônica ao estudo monográfico, primeira mulher a dar entrada na Academia das Ciências de Lisboa, redatora de periódicos femininos portugueses, como Voz Feminina, foi casada com o poeta parnasiano Gonçalves Crespo. Ao estrear na poesia aos vinte anos, Maria Amália é saudada por personalidades literárias do porte de Fialho de Almeida, Ramalho Ortigão, Camilo Castelo Branco e Guerra Junqueira. Em 1877, ainda, a escritora portuguesa lança em Lisboa, pela Livraria Editora de Matos Moreira e Cia, o livro Serões no Campo, volume que reúne, na primeira parte, um conjunto de contos românticos e edificantes e, na segunda, ensaios. O primeiro conto, “Um Justo”, conta a história do bondoso padre Gabriel; o segundo, “Alice”, trata das desilusões de uma esposa leviana, abandonada pelo marido depois de uma aventura imprudente; o terceiro, “A Enjeitada”, narra a vida atribulada de Maria, filha bastarda, abandonada na roda, por seus progenitores, depois resgatada por eles, e que consegue superar todas as adversidades, vindo a se casar com um fidalgo. As constantes interpelações à “leitora”, ao longo de “A Enjeitada”, assim como a carta enviada pela protagonista à professora, Mrs. Wilson, contendo longas passagens sobre a educação das mulheres, revelam que as narrativas eram destinadas ao público feminino. Os ensaios da segunda parte – “A Mulher Antiga e a Mulher Cristã”, “A Atriz”, “Madame de Sevigné”, “À Morte de Georges Sand” e “Castilho” – com exceção do último, em homenagem à morte de Antônio Feliciano de Castilho (1800-1875), discutem a educação feminina e defendem a evolução da condição social da mulher, ainda que numa perspectiva tradicionalista.