Gregorio de Mattos

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Data
1894
Autores
Araripe Junior, Tristão de Alencar
Journal Title
Journal ISSN
Volume Title
Publisher
Fauchon & Cia
Resumo
No cenário da crítica literária brasileira oitocentista, Tristão de Alencar Araripe Júnior (Fortaleza, CE, 27 de junho de 1848 – Rio de Janeiro, RJ, 29 de outubro de 1911) forma com Sílvio Romero e José Veríssimo a chamada “trindade crítica” da época positivista e realista. Ao contrário de Romero e Veríssimo, Araripe Júnior não chegou a escrever uma história da literatura brasileira, embora tivesse intenção de fazê-lo, como se depreende do título geral – “Literatura Brasileira” – que acompanha, dentre outros, os volumes relativos a José de Alencar e Gregório de Matos, “perfis literários” publicados pelo editor Fauchon, em 1894. Gregório de Matos veio a público no Jornal do Brasil, entre os meses de fevereiro e março de 1893, ganhando edição em livro no ano seguinte. Ambos os “perfis literários” - José de Alencar e Gregório de Matos - foram inspirados no evolucionismo de Herbert Spencer e no determinismo de Hippolyte Taine, matrizes da crítica literária da época, às quais Araripe Júnior recorre, mas igualmente mantém certa distância, dado que em relação à tríade taineana prefere o “meio” à raça. A escolha por Gregório de Matos justifica-se, segundo o prefácio “Prevenção”, pelo fato de “Boca do Inferno” ter sido, até então, um dos poetas mais incompreendidos e estigmatizados pela crítica, embora à luz da teoria da “obnubilação brasílica”, a poesia de Gregório esteja na origem da brasilidade. Referida na nota 3 do estudo em pauta, mas já exposta no ensaio “Ponto de vista para o estudo da literatura brasileira”, publicado na revista A Vida Moderna, em 1886, a tese da “obnubilação brasílica” explica o processo de diferenciação psicológica e literária sobre o indivíduo, determinado pelo impacto do clima sobre a mentalidade européia. Segundo Araripe, ninguém melhor do que Gregório de Matos para ilustrar a transformação do estrangeiro quando pisava o solo americano: uma vez chegando à América, após sua estada em Portugal, o poeta baiano adquiriu “uma nova alma”, e sob a influência do meio onde passa viver, torna-se o pioneiro da literatura brasileira.
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