Dave, VictorRémy, LéonLassalle, Ferdinand2013-11-082013-11-081904000072293342939http://bibdig.biblioteca.unesp.br/handle/10/6590"Ferdinand Lassalle (1825-1864) foi um economista alemão e um dos fundadores do socialismo em seu país. Filho de um rico comerciante de origem judaica cujo sobrenome era “Lassal”, frequentou as universidades de Berlin e de Breslau, onde foi discípulo de Hegel, e se tornou Doutor em Filosofia. Viveu em Paris, onde mudou seu sobrenome para “Lassalle” no período de elaboração de sua tese sobre Heráclito, quando conheceria Pierre-Joseph Proudhon e Heinrich Heine, este responsável por introduzi-lo no meio político e intelectual. Em 1848, em Düsseldorf, pronunciou um discurso em que convocou a resistência armada contra o governo, o que lhe custou seis meses de prisão. Sobre esse episódio escreveu Karl Marx, com quem Lassalle esteve desde então em contato, no jornal Neue Rheinische Zeitung em 11 de fevereiro de 1849.Após o cárcere, Lassalle voltou a seus estudos e publicou um trabalho chamado Die Philosophie Herakleitos des Dunklen von Ephesus. Mais tarde, publicaria System der erworbenen Rechte (1861), sobre os direitos adquiridos em que se pronunciaria pela abolição da herança e pela propriedade coletiva. Lassalle teria sido, igualmente, um dos teóricos da “lei de ferro dos salários”, segundo a qual o salário líquido tenderia a longo prazo ao nível mínimo necessário à subsistência e à capacidade produtiva do trabalhador, ao contrário da crença no aumento automático dos salários em períodos de pleno emprego num sistema econômico liberal. Em Capital e trabalho, escrevendo contra uma burguesia “que teria de pensar e aprender de outro modo que não através do jornal”, Ferdinand Lassalle expõe teorias científicas que serviram de base a seu socialismo, ao mesmo tempo em que critica de forma vigorosa as teses de alguns economistas como Fréderic Bastiat e Franz Hermann Schulze-Delitzsch, cujos nomes foram excluídos do título desta edição, conforme constava na primeira tradução francesa publicada vinte anos antes: Capital et travail ou M. Bastiat-Schulze (de Delitzsch), Libraire du Progrès, 1880. Contra Bastiat, economista e político liberal francês, defensor do livre comércio e dos direitos do indivíduo, Lassalle observa o caráter pouco científico de vários de seus conceitos, como os necessidade, esforço e satisfação trazidos já no segundo capítulo do livro Les harmonies économiques (1850). A Schulze-Delitzsch, economista e membro do partido progressista prussiano, Lassalle seria mais direto, tratando algumas de suas ideias como “grotesca ignorância”. Retoma-as ponto a ponto ao longo de todo o livro, demonstrando a fragilidade de conceitos, como o de “liberdade do trabalho”, uma vez dissociado de noções como matéria prima, capital e subsistência (p.50), ou a confusão de outros: “capital” em economia política ou em economia privada (p.123), por exemplo. “Tagarelice pueril” ou “tagarelice” seriam, aliás, termos com que se referiria com frequência à exposição de ideias de Schulze, diante de conceitos tomados de forma imprecisa, como o de “troca”, e desprovidos de uma dimensão social: “o senhor não desconfia que o trabalho atual se caracteriza precisamente por isto: cada um produz aquilo que não consegue utilizar?” (p.69, grifos do autor), desigualdade esta que seria fonte de riqueza e miséria."Suivi du Procès de haute trahison intenté à l'auteur / traduit de l'allemand par Victor Dave et Léon RemyfrCapital (Economia)TrabalhoCapital et travailLivro/storage/bd/cedem/livros/capital-et-travail/