Ribeiro, João2013-11-082013-11-081905000071052341252http://bibdig.biblioteca.unesp.br/handle/10/6631João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes (Laranjeiras, SE, 24/08/1860 – Rio de Janeiro, RJ, 13/04/1934) tornou-se mais conhecido como gramático e autor de manuais de história do Brasil, enquanto pouco se estudou as ideias estéticas do pesquisador sergipano, apresentadas na obra Páginas de estética, publicada em Lisboa, pela Clássica Editora de António Maria Teixeira, 1905. Na coletânea de vinte pequenos textos que saíram na imprensa, Ribeiro reuniu ensaios em que defende ideias antagônicas em relação ao nacionalismo, como irá fazer em A língua nacional, de 1921. O exaltador de José de Alencar, que se manteve distante em relação a Portugal no terreno da língua, revela-se em Páginas de estética um apaixonado pelos clássicos, como mostram as epígrafes de autores nacionais e estrangeiros que dão o tom dos ensaios. A paixão pelos clássicos não se limita, no entanto, ao terreno da literatura, mas abrange extensa gama de críticos e filósofos de várias nacionalidades, a partir dos quais João Ribeiro fundamenta suas reflexões, expostas em “Os clássicos”, “Como versar os clássicos?” e “Como entender os clássicos”. Já em “Teorias da arte”, na contramão de Zola, para quem a obra de arte é “um canto na natureza visto através de um temperamento”, Ribeiro mostra-se partidário das ideias de Arno Holtz, que vê a arte não como “soma”, e sim “diferença” em relação à natureza. O crítico sergipano mostra-se igualmente reticente em relação aos esquemas racionalistas em relação à literatura e à arte, nos ensaios “Da Beleza na arte” e “Mistérios da arte”. Avesso ao caráter redutor dos esquemas dualistas, João Ribeiro expõe suas reflexões acerca do conceito de graça, que chama de “zona temperada e tranquila”, entre “os extremos do riso e das lágrimas”, ancorado no pensamento de Schiller e Georges Brandes. O oposto da graça, o humor, também é objeto de um artigo de Ribeiro, que o complementa em outro, acerca da comicidade em Gil Vicente. O último ensaio da coletânea, “Literatura Comparada”, sintetiza o enfoque comparatista que percorre as Páginas de estética. Ao final do livro, sob a rubrica “Notas”, vários ensaios são ampliados e complementados com informações que atualizam e esclarecem pontos dos textos anteriormente publicados em jornais.ptLiteratura portuguesa - História e críticaEstéticaPaginas de estheticaLivro/storage/bd/cedem/livros/paginas-de-esthetica/