Castelo Branco, Camillo2013-11-082013-11-081887000004962245552http://bibdig.biblioteca.unesp.br/handle/10/6929Camilo Castelo Branco, visconde de Correa Botelho (Lisboa, Portugal, 16 de março de 1825 – Vila Nova de Famalicão, Portugal. 1 de junho de 1890), romancista, cronista, dramaturgo, historiador, poeta, foi um dos autores mais prolíferos da literatura portuguesa do século XIX. Numa sociedade que não dispunha de um número expressivo de leitores, nem os direitos autorais estavam ainda reconhecidos, Camilo teve que escrever muito, razão pela qual é o primeiro escritor português a viver do seu ofício. Em geral, a crítica tem distribuído a produção camiliana em duas categorias: a novela passional e a novela satírica de costumes. Dentro da segunda categoria enquadra-se o romance A queda d’um anjo, publicado em 1865, e cuja edição definitiva, revista e corrigida pelo autor, saiu em 1887, pelas editoras Heitor & Lallemant, de Lisboa, e Campos & Cia, do Rio de Janeiro, com ilustrações de Ernesto Condeixa. A dedicatória a Antônio Rodrigues Sampaio, registrada na primeira edição, e a “Advertência da Segunda Edição”, de 1873, foram incorporadas à edição de 1887. Na advertência da segunda edição, Camilo diz-se frustrado quanto à intenção moral da obra: “O autor cuidou, quando escreveu esta novela, que alguma intenção moralizadora se transluzia na contextura da história. Hoje, por lhe haver dito um amigo franco, está persuadido que o seu livro não morigerou; mas também não escandalizou ninguém”. De fato, a moralidade, um dos compromissos da literatura romântica, dá lugar, em A queda d’um anjo, à sátira e à ironia concentradas na figura do herói da novela, Calisto Elói (o anjo, em sentido irônico, referido no título da obra). Rico fidalgo da região de Miranda, Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda vive apegado ao passado de Portugal, pois que para ele a sociedade em que vive é marcada pela degenerescência social e moral. Leitor contumaz de velhos livros de história, genealogia, literatura dos séculos XVII, clássicos latinos e gregos, o modo de vida e a maneira de vestir-se de Calisto são o retrato de sua visão passadista. Casado por conveniência com a prima Teodora, o casal vive de forma exageradamente regrada uma vida sem divertimentos nem conforto. Eleito deputado, Benevides vai sozinho para Lisboa, quando vem a conhecer uma bela viúva brasileira, por quem se apaixona, passando a viver e a ter filhos com ela. A queda de Calisto Elói manifesta-se no adultério e em outras mudanças de hábitos, ideias e no interesse pela língua francesa e a literatura românticas (antes desprezadas). A drástica transformação por que passa a personagem constitui a passagem do antigo para o moderno, na qual se concentra a dicotomia que percorre a obra, a por em xeque a usual classificação da produção camiliana no interior do Romantismo.Literatura portuguesa.A queda d'um anjoLivro/storage/bd/bar/livros/a-queda-d-um-anjo