Magalhães, Domingos deFigueiredo, Affonso Celso de Assis2013-11-082013-11-08189600002013032781http://bibdig.biblioteca.unesp.br/handle/10/68114. ed., corrigida e aumentada de alguns capítulosAfonso Celso de Assis Figueiredo Júnior, visconde de Ouro Preto, (Ouro Preto, MG, 31 de março de 1860 – Rio de Janeiro, RJ, 11 de julho de 1938), professor, historiador, jornalista, político, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, é autor de vasta produção bibliográfica, que inclui Vultos e fatos, lançada em 1892, e reeditada em quarta edição em 1896, pela prestigiosa editora Livraria Moderna, de Domingos de Magalhães, no Rio de Janeiro. O número das edições atesta o sucesso do livro, para o qual concorreram o prestígio e a influência de Afonso Celso, escritor de nome consolidado entre os leitores da época, com expressivo número de obras publicadas. O fato de um dos textos da primeira parte da obra relatar o exílio de D. Pedro II, então falecido, também contribuiu para que as edições rapidamente se esgotassem. A iniciativa da prefeitura de Ouro Preto de publicar em separado uma edição do capítulo referente ao imperador banido pelas forças republicanas, para distribuição nas escolas e entre as famílias do município, permite aferir a presença ainda forte do monarquismo no Brasil. O depoimento de Afonso Celso, que com o pai acompanhou durante vinte meses a trajetória de exilado de Pedro II, é marcado pelo profundo afeto e respeito em relação ao ex-imperador. A experiência do exílio teve como efeito converter o então jovem político que, de opositor do governante, ao tempo da monarquia, quando chegou a atacá-lo ferozmente na imprensa e na tribuna, passou a dedicar-lhe “ilimitada veneração”. Doenças, a falta de vestuários adequados para enfrentar o inverno na Europa, a morte da imperatriz Teresa Cristina, a ausência de cartas do Brasil, o abandono e a solidão do imperador são aspectos que pontuam o relato de Afonso Celso sobre a família imperial no exílio, quadro da queda do Império brasileiro na perspectiva do privado. Ao lado do retrato de D. Pedro os demais “chefes e ex-chefes de Estado”, que Afonso Celso teve o privilégio de conhecer de perto, parecem figuras menores, no registro das “particularidades” desses “pastores de homens”, na forma de notas breves. Gestos, expressões fisionômicas, o modo de vestir e de andar são detalhes que compõem o perfil dos “vultos” da primeira parte do livro - Máximo Santos, Lourenço Latorre, Mitre, Sarmiento, Avellaneda, Julio Roca, Chester Artur, Nicolás Pierola, D. Carlos I, Sadi Carnot, Guilherme II -, álbum de fotografias, em que o corpo é tomado como expressão da alma. Os “fatos” que integram os capítulos da segunda parte – Os mórmons, O lenço da condessa, Subindo o Jequitinhonha, Oberammergau, Valsa fantástica – resultam das viagens nacionais e internacionais do viajante-cronista. Ora Afonso Celso está nos Estados Unidos, em visita aos mórmons de Salt Lake City, para conhecer a seita que, com base na Bíblia, prega a poligamia, ora na Europa, no relato da representação da paixão de Cristo, que a cada dez anos acontece na Baviera, ora no Brasil, navegando pelo rio Jequitinhonha ou apreciando as belezas da cachoeira Tombo da Fumaça, em Minas Gerais. Três textos integram os “apensos”: o primeiro refere-se ao manuscrito redigido por uma senhora sobre a viagem da família real, o segundo e o terceiro expõem impressões sobre Deodoro e Floriano Peixoto, antes e depois de 1889.ptLiteratura BrasileiraMemóriasVultos e factosLivro/storage/bd/cedem/livros/vultos-e-factos/