Volcoens de lama

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Data
1898
Autores
Castello Branco, Camillo
Journal Title
Journal ISSN
Volume Title
Publisher
Chardron
Resumo
Camilo Castelo Branco (Lisboa, 16 de março de 1825 – Vila Nova de Famalicão, 1 de junho de 1890) foi um dos escritores mais prolíficos da literatura portuguesa, tendo incursionado pelo romance, crônica, crítica literária, teatro, história, poesia e tradução. Relativamente à sua vida, sabe-se tão pouco a respeito dela, que muito cedo se criou a aura do “torturado de Ceide”, tornando inevitável ler na sua obra momentos da vida vivida. A personalidade literária de Camilo domina a segunda geração romântica em Portugal, podendo ser considerado seu representante típico, quer pela extensão de sua obra, quer pelo vasto público que conquistou. A partir da década de 1870-1880, o êxito de Eça de Queirós e a evolução do realismo para o naturalismo com Zola obrigaram o consagrado escritor romântico a um reajustamento aos padrões da nova escola literária, tal como acontece no último romance de Camilo editado em 1886, Vulcões de Lama, cuja segunda edição saiu em 1898, pela editora Chardron, do Porto. Esperava-se que a obra viesse a ter o mesmo sucesso que A Brasileira de Prazins, de 1882, mas as expectativas se frustraram. O título do romance – Vulcões de Lama - é justificado na introdução, onde o autor observa que a comparação entre as “paixões férvidas de alguns homens aos vulcões” não corresponde nesse caso ao símile dos vulcões Etna, Hecla e Vesúvio, e sim aos de Java, “vulcões de lama que expluem o seu o seu lodo sobre as coisas e as pessoas, primeiro emporcalhando-as, depois asfixiando-as na sua esterqueira espaçada”. À sugestão e justificativa do título corresponde um enredo sombrio, povoado de figuras vis, de mesquinhas traições e vinganças que circundam a história de dois amores: Hilário/Balbina e Artur/Doroteia. A intriga do romance provém de uma história verídica contada a Camilo pelo historiador Pinho Leal, à qual o escritor introduziu algumas alterações. Em Vulcões de Lama, ao contrário do que acontece em Eusébio Macário, nem todas as personagens são repugnantes, embora haja o uso premeditado de alguns ingredientes naturalistas. Por sua vez, a salvação moral do estouvado Artur contraria as regras da estética naturalista, para a qual não era possível haver final feliz, ainda mais quando envolvia o filho de um Padre e de uma adúltera, produto de uma educação defeituosa.
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