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Obras selecionadas dos acervos das bibliotecas da Unesp e de suas coleções especiais.
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Item 1905(Librairie de l'Humanité, 1923) Trotski, LeãoItem À marjem da história(Chardron, 1909) Cunha, Euclides daItem O Abolicionismo(Abraham Kingdon, 1883) Nabuco, JoaquimItem Abrégé de l'origine de tous les cultes(Henri Agasse, 1895) Dupuis, Charles-FrançoisItem Adresse inaugurale de l'Association internationale des Travailleurs(Librairie de l'Humanité, 1921) Marx, KarlItem Advancement of learning, The(J. M. Dent & Sons LTD., 1915) Bacon, FrancisItem Alcools : Poèmes, 1898-1913(Nouvelle Revue Française, 1920) Apollinaire, GuillaumeGuillaume Apollinaire (1880-1918) foi um poeta, dramaturgo, contista, novelista, crítico de arte e ensaísta radicado na França. Nascido em uma família da alta nobreza polonesa, Apollinaire viaja muito durante toda a sua infância, mas passa a maior parte do tempo em Roma. No ano de 1900, o poeta muda-se para Paris – centro das artes e da literatura europeia da época -, onde vivencia toda a efervescência cultural do período. Tendo recebido grande inluência da escola simbolista, Apollinaire tornou-se um dos maiores expoentes e defensores dos movimentos de vanguarda do início do século XX, publicando manifestos em apoio ao Futurismo e ao Cubismo. O poeta não se fundamentava em nehuma teoria - como Oscar Wilde com seu Projeto Estético -, mas em um simples princípio: o ato de criar deveria ser proveniente da imaginação, da intuição, pois deveria se aproximar o máximo possível da vida, da natureza, que para o autor era como uma fonte pura. Para o poeta, entretanto, essa “imitação” da natureza deveria ser entrecortada por uma realidade própria do poema, realidade responsável por transformar seu conteúdo em verdade. Apesar de ter publicado novelas de teor erótico, configurando-se inclusive como um entusiasta e divulgador da obra erótica de Sade, até então marginalizada na França, foi com a obra Alcools que o poeta atingiu o reconhecimento da imprensa e do público, estabelecendo assim a sua reputação no meio artístico e tornando-se um dos mais célebres membros do Montparnasse e de Montmartre. A obra, publicada em 1913, se constitui de uma coletânea de 50 poemas escritos entre o período de 1898 e 1913, e não apresenta um esquema preciso de organização. O título Alcools, que a princípio era Eau de vie, só é definido em vias de publicação e aborda o valor metafórico do álcool. Esse título inicial, Eau de vie (“água da vida”, que em francês é compreendido como “aguardente”), configura-se como a metáfora de uma etapa essencial na carreira do poeta, momento em que Apollinaire eleva sua produção a um nível de expressão mais rico. Alcools - a aguardente - vem, então, simbolizar o caráter dual do álcool, que se por um lado corrói, por outro proporciona prazer e viabiliza o transporte para um outro mundo. Nesta obra, poemas com temas místicos vêm mesclados a versos de extrema modernidade técnica, cuja lírica vem representada, sobretudo, pela polissemia, tanto pela estrutura da coletânea como por sua linguagem. Dentre os poemas da obra, destacam-se Zone, poema inaugural que foi considerado o correspondente literário da tela Les demoiselles d’Avignon, de Pablo Picasso.Item A América Latina: analise do livro de igual título do Dr. M. Bomfim(Chardron, 1906) Romero, SylvioSilvio Romero (1851-1914), filho do português André Ramos Romero e de Maria Joaquina Vasconcelos da Silveira, nasceu em Lagarto, SE, em 21 de abril de 1851, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de julho de 1914. Formou-se na Faculdade de Direito de Recife ao lado de Tobias Barreto e de outros estudantes que buscavam uma renovação na mentalidade brasileira. Inicialmente positivista, Romero vai se afastando da filosofia de Comte e se aproximando do evolucionismo de Herbert, em busca de métodos objetivos de crítica literária. Foi jornalista, promotor, deputado, juiz e professor, além de um pesquisador bibliográfico minucioso que ganhou grande respeito na imprensa carioca. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, membro da Academia Brasileira de Letras, sendo sua contribuição à historiografia literária brasileira umas das mais consideráveis de seu tempo. Na biblioteca da University of Toronto Libraries, hospedada em Archieve.org, é possível encontrar um perfil de Sílvio Romero por Arthur Guimaraes, publicado em 1915. Na coleção de obras digitais da Biblioteca Nacional de Portugal também é possível localizar outras obras de Sílvio Romero, inclusive em parceria com Arthur Guimaraes. A Biblioteca Brasiliana da USP também possui um grande acervo com obras do autor, incluindo a polêmica que ele estabeleceu com José Veríssimo e que foi publicada com o título de Zéverissimações ineptas da critica : repulsas e desabafos.Item An introduction to entomology ; or, Elements of the natural history of insects, with plates(Longman, 1815) Kirby, William; Spence, WilliamItem Anatole France : son oeuvre(La Nouvelle Revue Critique, 1923) Masson, Georges-ArmandNesta obra, Georges-Armand Masson - jornalista, pintor e escritor francês – apresenta um estudo sobre a essência da obra e do homem Anatole France, escritor e crítico literário francês tido como um dos maiores expoentes do período da Terceira República. Anatole France – originalmente François Anatole Thibault - nasceu em Paris, em 1844, e faleceu em 1924, em Saint-Cyr-sur-Loire. Passou sua infância no cais Malaquais, onde seu pai, um ex-militar, possuía uma livraria, local frequentada por muitos escritores e eruditos, como os irmãos Jules e Edmond de Goncourt. Sua paixão pelos livros teria se iniciado cedo. Ainda jovem, foi discípulo de Leconte de Lisle, tendo com ele trabalhado como bibliotecário no Senado. Durante sua carreira, dedicou-se à literatura engajada, tendo inclusive apoiado publicamente Émile Zola quando da publicação do artigo J’accuse...!, em que o autor naturalista expunha o Caso Dreyfus à sociedade. Introduzido ao público como um bibliófilo de índole paciente – o que o diferiria do homem impaciente e imediatista do século XX -, France apresenta uma escrita inteligível, configurando-se como uma espécie de “campeão da clareza” em um momento em que reinava a obscuridade e o refinamento simbolista, características que ele reprovava na escrita. Masson realiza, com essa obra, uma espécie de “retrato” de Anatole France; não um retrato unidimensional e monocromático, aos moldes da biografia de fatos em ordem cronológica, mas uma delineada profunda e detalhada – embora breve - da essência do homem Anatole France e do derramamento desta em sua escrita. Vemos, portanto, um destaque maior para a exposição do pensamento anatoliano e de sua presença nas obras do autor. Os fatos apresentados – como o polêmico Caso Dreyfus - parecem aqui como exemplos dessa transposição do pensamento de France e de seu conceito de escrita em sua obra. Anatole France ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1921 pela sua obra completa e foi modelo em que Marcel Proust se baseou na elaboração de Bergotte, personagem romancista que compõe a obra Em busca do tempo perdido.Item Animismo e spiritismo(Fratelli Bocca, 1903) Sergi, G.Item A antiga e a nova fé : confissão(Chardron de Lello & Irmão, 1910) Strauss, David FriedrichItem Antologia portugueza(Magalhães e Moniz, 1876) Braga, TheophiloProfessor de Literaturas Modernas do Curso Superior de Letras de Lisboa, desde 1872, Joaquim Teófilo Fernandes Braga (Ponta Delgada, 24 de fevereiro de 1843 - Lisboa, 28 de janeiro de 1924) vai aproveitar a sua experiência de ensino, na publicação de uma série de obras voltadas ao estudo da literatura, dentre elas, a Antologia Portuguesa, publicada no Porto, pela Livraria Universal, em 1876, concebida como complemento ao Manual de História da Literatura Portuguesa, de 1875. Na “Poética histórica portuguesa”, que precede a antologia propriamente dita, para além de considerações sobre metrificação e taxonomia poética, Teófilo sustenta uma vez mais que “na poesia portuguesa, não havendo um forte elemento tradicional para ser elaborado segundo as necessidades do sentimento nacional, prevaleceu a imitação desde a idade média até hoje”. Em seguida, acompanha o fluxo temporal das sucessivas correntes poéticas, subdividindo-as, em função dos gêneros, em seis épocas literárias, representadas pelos respectivos expoentes, quais sejam: 1ª. época, escola provençal (séculos XIII e XIV), 2ª. época, escola espanhola (século XV), 3ª. época, escola quinhentista (hispano-itálica, italiana, medida velha), 4ª. época, escola seiscentista (século XVII), 5ª. época, escola arcádica (século XVIII) e 6ª. época, escola romântica (século XIX), ilustrada apenas por Almeida Garrett e Soares Passos. Demais autores românticos, portugueses, brasileiros e galegos, irão figurar no Parnaso Português Moderno, publicado em 1877.Item Aos Monarchistas(Domingos de Magalhães, 1895) Celso, AfonsoAffonso Celso de Assis Fihgueiredo Junior (1860-1938), nascido em Outro Preto, MG, em 1860, filho do Visconde de Ouro Preto, último Presidente do Conselho de Ministros do Império, e de D. Francisca de Paula Martins Toledo, formou-se bacharel em direito em São Paulo. Ocupou inúmeros cargos públicos, como Inspetor da Tesouraria, Procurador Fiscal da Fazenda Geral da Província, Ministro da Marinha e Ministro da Fazenda, promovendo importantes inovações que firmaram a política econômico-financeira no país. Assim, considerável parte de sua bibliografia trata de uma literatura política, destacando-se, por exemplo, As finanças do Império (1876), Discurso pronunciado em sessão da câmara quatrienal de 18.04.1879. (1879) e Relatório - exercício de 1879-80 (1880). Foi, ainda, um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras e do Jornal do Brasil, onde publicou seus artigos por mais de trinta anos. Em 1900, publicou Porque me ufano de meu país, lançando a expressão ‘ufanismo’ para tratar do amor à pátria. Morreu em 1938, no Rio de Janeiro, deixando abrangente obra publicada que inclui teatro, crítica, história, trabalhos jurídicos, conferências e discursos. Aos Monarchistas, edição da Livraria Moderna, de 1895, em capa dura. Precedendo o início da obra, apresenta-se apenas uma página de informações do autor sobre os dois artigos, Aos Monarchistas e Aventuras de Manuel João. De cunho político, a obra se inicia com o capítulo de indagação “Será possivel a restauração da monarchia?”, pergunta imediatamente respondida de acordo com o ponto de vista do autor e desenvolvida ao longo da obra. Sem índice ou outras informações relevantes. Um dos mais conhecidos volumes de Affonso Celso, no discurso ele discute as possibilidade de resgatar a monarquia e conclama os partidários a se unirem para reconduzir o país aos rumos do Império. Ainda que tenha defendido ideais republicanos durante a monarquia e tenha sido monarquista durante a República, Affonso Celso sempre foi, na verdade, um dos grandes nacionalistas brasileiros, tendo escrito, inclusive, o volume Porque me ufano de meu país. Na Biblioteca da University of Toronto Libraries, hospedada em Archieve.org, é possível localizar, ainda, as obras Um Invejado (Volume 1) e Um Invejado (Volume 2), além de Contradictas Monarchicas, de 1896, em que responde a artigos publicados em jornais da época e que repercutiam suas posições monarquistas.Item Apostilas aos dicionários portugueses(A M. Teixeira & Cia, 1906) Viana, A. R. GonçalvezA obra Apostilas aos Dicionários Portugueses, publicada em 1906 pela Livraria Clássica Editora – A. M. Teixeria & Cia., de autoria de A. R. Gonçálvez Viana, dedicada à Dona Carolina Michaelis de Vasconcelos, busca “contribuir para futura compilação de outro dicionário, em que se tenha em vista aumentar o copioso cabedal de termos portugueses, mais ainda do que se fez no Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Cândido de Figueiredo, o mais abundante de quantos se têm publicado em Portugal [...]” (p. vii). No Prefácio (Prefação), o autor explica suas escolhas lexicográficas para a organização de sua obra, desde o fato de a macroestrutura estar organizada em ordem alfabética até os tipos de destaques usados para letras e palavras oriundas de outras línguas. A obra está organizada em dois volumes. Neste volume (Tomo 1), encontra-se a macroestrutura formada da letra ‘A’(aba) à letra ‘H’ (hurrá). Na microestrutura, registra-se, por exemplo, uma pequena história da palavra, sua origem e em qual(is) dicionário(s) ela está registrada.Item Aspectos da litteratura colonial brazileira(F. A. Brockhaus, 1896) Lima, OliveiraManuel de Oliveira Lima (Recife, PE, 25/12/1867 – Washington, EUA, 24/03/1928), escritor, crítico, professor, embaixador do Brasil em diversos países, membro da Academia Brasileira de Letras, foi autor de vasta obra, com destaque para o volume Aspectos da literatura colonial brasileira, escrito quando de sua estada na Alemanha, e publicado pela prestigiosa editora F. A. Brockhaus, de Leipzig, em 1896. Sob a influência de Sílvio Romero, mencionado na Introdução, Oliveira Lima incorpora na história da literatura do período colonial brasileiro os três fatores étnicos (meio, raça, momento histórico), seguidos pelo historiador sergipano na sua História da literatura brasileira (1888), embora com a intenção de “fazer obra pessoal quanto à apreciação peculiar de cada escritor”. Dividida em cinco partes, a saber, “Português, indígena e negro”, “Primeiros escritores” (séculos XVI-XVII), “A escola baiana, o Judeu e o movimento acadêmico” (séculos XVII-XVIII), “Colônia e Reino” (século XVIII), “Escola mineira” (século XVIII), a presença romeriana já se faz notar no primeiro capítulo de Aspectos da literatura colonial brasileira, quanto à interpretação da literatura brasileira à luz das características impostas pela raça. Livro fortemente marcado pelo predomínio da visada histórica sobre a literatura, em consonância com o exercício da crítica literária brasileira da época, o quarto capítulo, dedicado ao estudo da Escola Mineira, é sintomático da prevalência do historiador político e social sobre o estudioso da literatura. Oliveira Lima planejava dar continuidade aos Aspectos da literatura colonial brasileira com um estudo maior acerca do romantismo brasileiro. O fato de não ter levado a cabo a proposta é indicativo de que se deu conta de que a sua vocação era antes para a história geral do que para a história da literatura.Item Autour de Rabelais(Bureaux de la Science Sociale, 1915) Picard, ErnestNesta obra, Ernest Picard apresenta um panorama sobre a questão das posses de terra e suas relações com a sociedade, política e economia na Idade Média, feudal e cristã e na Burguesia incipiente. Tendo como ponto de partida o primeiro romance de François Rabelais (1494-1553), intitulado Os horríveis e apavorantes feitos e proezas do mui renomado Pantagruel, Rei dos Dipsodos, filho do grande gigante Gargantua, e lançado em 1532, Picard evoca os ancestrais do herói rabelaisiano – como fica evidente no subtítulo da obra, Os antepassados de Pantagruel e o desenvolvimento da Burguesia no século XVI - para realizar um estudo sobre a organização da posse de terras e seus efeitos na Idade Média ascendente e decadente, bem como sua subsequente formatação na burguesia. A obra de Rabelais é aqui tomada de empréstimo por ser este o primeiro grande escritor humanista que a França vira nascer, de modo que suas obras tenham tido como pano de fundo essa incipiente sociedade burguesa que ainda guardava resquícios e que aos poucos se libertava da era medieval. Ao evocar os antepassados de Pantaguel, Picard remonta a essa organização medieval da sociedade em contraste com essa nova configuração social, política e econômica proposta pela burguesia. Desse modo, Picard procura apresentar, de maneira sucinta e didática, em cinco capítulos, questões que teriam levado ao declínio do feudalismo e a ascensão dessa organização burguesa, para isso considerando, sobretudo, a detenção da posse de terra, o tópico central Dentre os tópicos de discussão, deparamo-nos com o aumento dos preços das terras, e de que modo ele teria beneficiado primeiramente a Igreja e depois os camponeses; como enriquecem camponeses e fazendeiros; as dificuldades econômicas enfrentadas; a instabilidade da vida; a ruína dos camponeses e a sequente formação de uma elite de camponeses; bem como de que modo tudo isso acarretaria no surgimento dessa burguesia nobre.Item Aventuras de Bazilio Fernandes Enxertado(Livraria de Antonio Maria Pereira, 1872) Castello Branco, CamilloCamilo Castelo Branco (Lisboa, 16 de março de 1825 – Vila Nova de Famalicão, 1 de junho de 1890) foi um dos escritores mais prolíficos da literatura portuguesa, tendo incursionado pelo romance, crônica, crítica literária, teatro, história, poesia e tradução. Relativamente à sua vida, sabe-se tão pouco a respeito dela, que muito cedo se criou a aura do “torturado de Ceide”, tornando inevitável ler na sua obra momentos da vida vivida. Personalidade instável, irrequieta e irreverente, Camilo esteve envolvido em amores tumultuosos, o mais famoso conhecido como “episódio Ana Plácido” (1859-1862), mulher casada que fugiu com o escritor, sendo ambos presos e depois absolvidos. Na época, Camilo já era um escritor conhecido pela sua atividade jornalística e literária, tendo colaborado em vários jornais (O Nacional, Jornal do Comércio, Semana, entre outros), sob o seu nome ou com pseudônimos, como também fundado outros tantos (A Cruz, O Bico de Gás, O Ateneu, A Gazeta Literária do Porto). Depois de estrear na poesia, Camilo volta-se para o teatro, mas será no romance onde o escritor produziu grande parte de sua obra. Mais conhecido como autor de romances e novelas sentimentais, Camilo, no entanto, tem uma vasta produção de romances satíricos, nos quais investe contra a corrupção moral, dentre os quais Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado, publicado em 1863, e cuja segunda edição, saiu em 1872, pela Livraria de Antonio Maria Pereira – Editor, de Lisboa. Centrado na alta burguesia portuense, o romance relata as peripécias de Basílio Fernandes Enxertado, filho de um rico comerciante do Porto, a partir de um narrador que se identifica como amigo de Basílio. Muito embora pretenda contar a saga de um herói, título que o narrador atribui à personagem, nem por isso deixa de ridicularizá-lo. Daí decorre a criação de um dos narradores mais irônicos da obra camiliana, pois ao mesmo tempo em que se mostra disposto a defender o suposto amigo, bem como a burguesia a que pertence, expõe o oportunismo em que se fundamentam suas relações. As cenas cônicas e irônicas que compõem o romance de 1863, para além de divertirem o leitor, retratam como a influência da família Enxertado culmina em benefícios jurídicos bastante particulares que ignoram a legislação vigente no período. A prática do favor, acionada pelo dinheiro, instigou José Fernandes Enxertado, pai do protagonista, a tomar duas providências que determinaram a direção da narrativa: impedir um casamento indesejado e adquirir um título de nobreza.Item Averroès et l'averroisme : essai historique(Calmann Lévy, 1922) Renan, ErnestItem O bandido do Rio das Mortes(Imprensa Official do Estado de Minas Gerais, 1904) Bernardo, GuimarãesBernardo Joaquim da Silva Guimarães (Ouro Preto, MG, 10 de março de 1825 - Ouro Preto, MG, 10 de março de 1884), advogado, jornalista, poeta, romancista, produziu vasta e diversificada obra literária, cultivando a feição urbana, a regionalista-sertanista, a indianista e a histórica. Dessa última modalidade, destaca-se O Bandido do Rio das Mortes, romance histórico em continuação ao Maurício ou Os Paulistas em S. João d’El-Rey (1877), e nos quais aborda o episódio da Guerra dos Emboabas. Publicado em 1904, pela Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, O Bandido do Rio das Mortes veio ao público graças aos esforços da viúva Teresa Guimarães, que logrou reaver trechos esparsos do romance, e do padre Pio de Sousa Reis, que conseguiu autorização do Congresso Mineiro para a impressão do trabalho por conta do Estado de Minas Gerais, como informa Afonso Celso no prefácio do livro. No processo de elaboração dos romances Maurício e O Bandido do Rio das Mortes, Bernardo Guimarães percorreu a região de São João del Rei (hoje Tiradentes), conversando com tropeiros e garimpeiros em busca de informações acerca dos costumes, tradições e linguagem do sertão mineiro. Inspirado na ficção praticada por José de Alencar, O Bandido do Rio das Mortes, ao contrário do que faria supor o título do romance, explora a paixão de Maurício por Leonor, filha do capitão-mor, também cortejada pelo fidalgo Fernando, e o profundo ódio entre os bandeirantes, conquistadores das minas de ouro das Minas Gerais, e os reinóis, pano de fundo em torno do qual se constrói o universo ficcional calcado em poucas situações e tipos humanos, movidos por um psicologismo esquemático.