Religião
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Navegando Religião por Assunto "Igreja e Estado - França - Século XX"
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Item Histoire des rapports de l’église et de l’état du 1er au XXeme siècle(Bloud et Cie., 1913) Chénon, EmileÉmile Chénon (1857-1927) foi professor da Faculdade de Rennes por dez anos, e, em seguida, da Universidade de Paris. Historiador, arqueólogo e especialista em História do Direito e das instituições, publicou livros consagrados a histórias regionais, como Histoire de Sainte-Sévère-en-Berry e Histoire de Châteaumeillant, além de uma Histoire générale du droit français public et privé des origines à 1815, publicada em dois volumes (1926-29). Na cidade de Châteaumeillant, no departamento de Cher, região central da França, há um museu arqueológico com o seu nome que reúne uma importante coleção de ânforas itálicas e objetos gauleses e galos-romanos. História das relações entre a Igreja e o Estado apresenta sete conferências de Chénon que datam de 1904 e com as quais busca traçar o lugar da Igreja na sociedade civil francesa, do início da constituição da Igreja até o final do século XIX, com a sua progressiva perda de importância face ao crescimento de uma “cultura laica” propagada pelo Estado. Conforme constata, desde 1880 não teria se passado um ano “sem que não se tomasse alguma medida na França direta ou indiretamente hostil à Igreja católica” (p.236), aliança desfeita que encontraria resposta numa Igreja “democrática e social”, segundo Chénon, desde Leão XIII, e na necessidade de uma “reforma enérgica” (p.238). Divididas cronologicamente e apresentadas com notável didatismo, a primeira conferência percorre do ano 30 até as invasões bárbaras, que levariam à queda do Império Romano do Ocidente em 476, período em que a Igreja se constituiria administrativamente, mediante uma “jurisdição temporal” que remontaria a Constantino (p.26 e ss.). A segunda, intitulada “A Igreja e o Império Franco”, abarca do século V ao século X, passando pela relação da Igreja com as dinastias merovíngia e carolíngia. A terceira e quarta conferências, intituladas “A Igreja e o feudalismo”, descrevem o longo período que vai do século X, com a descentralização do poder político, ao século XVI, com a recentralização de Philippe le Bel, descrito como arrogante (p.104), e sua ação determinante para a deposição do papa Bonifácio VII. A quinta trata das relações entre a Igreja e a Monarquia absoluta, tendo como eixo central a Concordata de Bolonha de 1516 (p.138 e ss.) e percorrendo do início do século XVI até o final do século XVIII, não sem passar pelo Concílio de Trento, pela gradativa restrição dos direitos da Igreja sob Louis XIV, pelo Jansenismo e a expulsão da Companhia de Jesus. A sexta aprofunda o estudo do lugar da Igreja face à Revolução Francesa, apresentando, dentre tantos episódios, a votação da Constituição civil do clero, que, para Chénon, desencadearia “discórdias religiosas” e impediria católicos sinceros de aderir à Revolução (p.176). Explicita, igualmente, o que foi a Concordata de 1801 após a chegada de Bonaparte ao poder, com o reconhecimento da religião católica como a “da maioria dos franceses”. A sétima, por fim, situa a relação da Igreja com o Estado no século XIX: durante o Primeiro Império, com a ruptura estabelecida por Napoleão; a Monarquia e seu posicionamento favorável à Igreja; e o Segundo Império, com especial atenção ao ano 1870, em que teria ocorrido uma reviravolta dessas relações a partir do Concílio Vaticano Primeiro de 1869 e a doutrina sobre a infalibilidade do papa.