Navegando por Autor "France, Anatole"
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Item La révolte des anges(Calmann-Lévy, 1914) France, AnatoleNesta obra, Anatole France (1844-1924) retrata a história de anjos rebelados contra Deus que descem à Terra, precisamente em Paris, para preparar um golpe de Estado que reestabelecerá ao trono do céu aquele que se nomeia, às vezes, o diabo, mas que, de fato, é o anjo de luz, o símbolo do conhecimento liberador. As atribulações dos anjos na Paris da Terceira República são a ocasião para uma crítica social feroz. Lúcifer desistirá de destronar Deus, pois, dessa forma, ele se tornaria Deus e perderia sua influência sobre o pensamento liberado. As críticas à igreja católica, ao exército e à cumplicidade destas instituições são retratadas por Anatole France com ironia cortante e eficaz neste romance. O autor dá grande importância à sua concepção de história da humanidade. Embora a obra não possa ser considerada como uma narrativa histórica, France mostra, por meio dos personagens e da trama, a dupla perspectiva da evolução da espécie humana ao longo do tempo, o que constitui o fundamento a partir do qual ele elabora sua maneira de compreender o significado da vida.Item La rôtisserie de la Reine Pédauque(Calmann-Lévy, 1922) France, AnatoleNesta obra de Anatole France (1844-1924) escrita e publicada em 1892, há uma referência à legendária rainha Pedauca (a rainha Bertha do pé grande, mãe de Carlos Magno). La Rôtisserie de la reine Pédauque foi, também, durante bastante tempo, um célebre restaurante em Paris, situado na rua da Pépinière, perto da estação Saint-Lazare. Em cima da chaminé encontrava-se dependurado o retrato de Anatole France feito por Auguste Leroux. Esta obra é um brilhante pastiche, ao gosto dos romances do século XVIII, que narra a vida e as aventuras de Jacques Ménétrier, conhecido como Jacques Tournebroche. É um romance picaresco repleto de reviravoltas, trágicas ou burlescas, ao termo das quais um jovem, uma vez inocente, acredita ter realizado sua educação moral. A obra, contudo, respeitando as leis do gênero, vai mais adiante e nos coloca questões sobre o sentido da vida – as discussões filosóficas impõem seu valor de inquietude e de apologia do desejo.Item Le génie latin(A. Lemerre, 1913) France, AnatoleJacques Anatole François Thibault, mais conhecido como Anatole France, foi um dos maiores escritores franceses da época da Terceira República. Nasceu em Paris, em 16 de abril de 1844, e faleceu em Saint-Cyr-sur-Loire, em 12 de outubro de 1924. Foi considerado também um dos mais importantes críticos literários de sua época. Seu pai, François Noël Thibault, homem modesto e simples, possuía uma livraria especializada em livros e documentos sobre a Revolução Francesa, frequentada por muitos escritores e estudiosos. Dessa forma, Anatole France cresceu em um ambiente bastante erudito, o que despertou seu gosto pelos livros. Apresentando um íntimo conhecimento do período revolucionário, deu a muitos de seus romances e contos tal plano de fundo. De 1853 à 1862, estudou nas instituições Sainte-Marie e Stanislas, na França; sofreu bastante preconceito por ser pobre em um meio rico, mas se tornou muito conhecido pelos seus escritos. Desde o início dos anos 1860, trabalhou para várias revistas e livreiros, mas sua carreira literária começou com a poesia e foi um dos discípulos do poeta francês Leconte de Lisle. Ele foi considerado um dos escritores de maior e mais significativa consciência de seu tempo por envolver em seus escritos muitas causas sociais e políticas do início do século XX. Em 1876, tornou-se supervisor da Biblioteca do Senado, cargo que ocupou até sua renúncia em 01 de fevereiro de 1890. Em 1887, tornou-se crítico literário da prestigiada revista Le Temps. Foi eleito para a Academia francesa em 23 de janeiro de 1896, onde ocupou a poltrona 38. Tornou-se um escritor reconhecido, influente e rico. Na França, comprometeu-se com muitas causas. Possui vários discursos denunciando o genocídio na Armênia e apoiava Archag Tchobanian, escritor e poeta armênio. Juntou-se a Emile Zola, com quem se reconciliou no início dos anos 1890 durante o caso Dreyfus, conflito social e político que aconteceu na Terceira República (regime republicano que vigorou na França de 1870 à 1940). Em 1909, partiu para a América do Sul com intuito de fazer uma turnê de conferências sobre o escritor francês François Rabelais, porém, esse tema é substituído durante a viagem que fez por Lisboa, Recife, Rio de Janeiro, Montevidéu e Buenos Aires, por palestras sobre suas próprias obras e sobre a literatura contemporânea. No início da Primeira Guerra Mundial, escreveu textos relativos à guerra e aos patriotas, mas se arrepende. Em seguida, denuncia a loucura da guerra desejada pelo sistema capitalista no contexto da União e declara: "nós acreditamos morrer pela pátria, mas morremos pela indústria". Defendeu uma paz amigável entre os franceses e alemães e isso despertou a indignação e hostilidade da população, o que lhe rendeu cartas de insultos e ameaças de morte. Foi contra o Tratado de Versalhes e assinou o protesto do grupo Clarté (um grupo de estudantes comunistas), intitulado "Contra a paz injusta" e publicado no jornal francês L'Humanité, em 22 de julho de 1919. Foi premiado em 1921 com o Prêmio Nobel de Literatura pelo conjunto de sua obra. Em 1922, todas as suas obras (opera omnia) foram objeto de uma condenação papal (decreto da Congregação do Santo Ofício 31 de maio de 1922). Quando sua morte foi anunciada, em 12 de outubro de 1924, o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Painlevé, declarou: "O nível de inteligência humana caiu naquela noite.” Anatole France deixou um grande legado em suas obras, entre as composições, estão peças de teatro, poesia, prosa, biografias e também críticas sociais e literárias. Entre as obras de crítica literária, está Le Genie Latin, publicada em 1913, que se constitui de diversos prefácios em que o autor fala sobre obras como o antigo romance grego Daphnis et Chloé e de seu autor, Longo. Ainda aborda características literárias das obras dos seguintes autores: La Reine de Navarre, Paul Scarron, Jean de La Fontaire, Moliére, Jean Racine, Alain-René le Sage, L'Abbé Prevost, Bernardin de Saint-Pierre, Chateaubriand, Xavier de Maistre, Benjamin Constant, Sainte-Beuve e Albert Glatigny.Item Les contes de Jacques Tournebroche(Calmann-Lévy, 1921) France, AnatoleAnatole France (1844-1924) foi um importante escritor e crítico literário francês. France passou sua infância no cais Malaquais, onde seu pai, um ex-militar, possuía uma livraria, local frequentado por muitos escritores e intelectuais, como os irmãos Jules e Edmond de Goncourt. Assim, sua paixão pelos livros teria se iniciado cedo. Ainda jovem, foi discípulo de Leconte de Lisle, tendo com ele trabalhado como bibliotecário no Senado. Durante sua carreira, dedicou-se à literatura engajada, tendo inclusive apoiado publicamente Émile Zola quando da publicação do artigo J’accuse...!, em que o autor naturalista expunha o Caso Dreyfus à sociedade. Introduzido ao público como um bibliófilo de índole paciente – o que o diferiria do homem impaciente e imediatista do século XX -, France apresenta uma escrita inteligível, configurando-se como uma espécie de “campeão da clareza” em um momento em que reinava a obscuridade e o refinamento simbolista, características que ele reprovava na escrita. A obra de Anatole France apresenta poemas, romances, contos, novelas, teatro, história, crítica literária, crítica social, souvenirs, dentre outros. Les contes de Jacques de Tournebroche aparece, pela primeira vez, em 1908. Trata-se de uma coletânea de contos de influência medieval e caráter satírico e irônico, que antes de virem compilados em edição unificada, foram publicados em jornais e revistas em datas diversas. O livro é composto por nove contos: Le gab d’Olivier (ambientado nos anos 700, inspirado na canção de gesta Le Pèlerinage de Charlemagne, canção satírica que parodiava a Chanson de Roland), Le miracle de la pie (aborda um evento acontecido no ano de 1429; o conto que traz em seu centro uma gralha que operava milagres; trata-se de um conto em que France satiriza a crença na intervenção da Santa Virgem na sorte das pessoas); Frère Jaconde (conto em que zomba de mártires religiosos, que vivem em um mundo de ilusão, morrem sem um verdadeiro motivo e com quem todos se preocupam), La leçon bien apprise (conto em que satiriza a hipocrisia religiosa), Le pâté des langues, Les étrennes de mademoiselle de Doucine, Mademoiselle Roxane (conto em que zomba daqueles que idealizam o amor, e das medidas extremas tomadas em seu nome) e La picarde, la poitevine, la tourangelle, la lyonnaise et la parisienne (em que satiriza a virtude dos parisienses).Item Vers les temps meilleurs(Leroux, Auguste, 1906) France, AnatoleJacques Anatole François Thibault, mais conhecido como Anatole France, foi um dos maiores escritores franceses da época da Terceira República. Nasceu em Paris, em 16 de abril de 1844, e faleceu em Saint-Cyr-sur-Loire, em 12 de outubro de 1924. Foi considerado também um dos mais importantes críticos literários de sua época. Seu pai, François Noël Thibault, homem modesto e simples, possuía uma livraria especializada em livros e documentos sobre a Revolução Francesa, frequentada por muitos escritores e estudiosos. Dessa forma, Anatole France cresceu em um ambiente bastante erudito, o que despertou seu gosto pelos livros. Apresentando um íntimo conhecimento do período revolucionário, deu a muitos de seus romances e contos tal plano de fundo. De 1853 à 1862, estudou nas instituições Sainte-Marie e Stanislas, na França; sofreu bastante preconceito por ser pobre em um meio rico, mas se tornou muito conhecido pelos seus escritos. Desde o início dos anos 1860, trabalhou para várias revistas e livreiros, mas sua carreira literária começou com a poesia e foi um dos discípulos do poeta francês Leconte de Lisle. Ele foi considerado um dos escritores de maior e mais significativa consciência de seu tempo por envolver em seus escritos muitas causas sociais e políticas do início do século XX. Em 1876, tornou-se supervisor da Biblioteca do Senado, cargo que ocupou até sua renúncia em 01 de fevereiro de 1890. Em 1887, tornou-se crítico literário da prestigiada revista Le Temps. Foi eleito para a Academia francesa em 23 de janeiro de 1896, onde ocupou a poltrona 38. Tornou-se um escritor reconhecido, influente e rico. Na França, comprometeu-se com muitas causas. Possui vários discursos denunciando o genocídio na Armênia e apoiava Archag Tchobanian, escritor e poeta armênio. Juntou-se a Emile Zola, com quem se reconciliou no início dos anos 1890 durante o caso Dreyfus, conflito social e político que aconteceu na Terceira República (regime republicano que vigorou na França de 1870 à 1940). Em 1909, partiu para a América do Sul com intuito de fazer uma turnê de conferências sobre o escritor francês François Rabelais, porém, esse tema é substituído durante a viagem que fez por Lisboa, Recife, Rio de Janeiro, Montevidéu e Buenos Aires, por palestras sobre suas próprias obras e sobre a literatura contemporânea. No início da Primeira Guerra Mundial, escreveu textos relativos à guerra e aos patriotas, mas se arrepende. Em seguida, denuncia a loucura da guerra desejada pelo sistema capitalista no contexto da União e declara: "nós acreditamos morrer pela pátria, mas morremos pela indústria". Defendeu uma paz amigável entre os franceses e alemães e isso despertou a indignação e hostilidade da população, o que lhe rendeu cartas de insultos e ameaças de morte. Foi contra o Tratado de Versalhes e assinou o protesto do grupo Clarté (um grupo de estudantes comunistas), intitulado "Contra a paz injusta" e publicado no jornal francês L'Humanité, em 22 de julho de 1919. Foi premiado em 1921 com o Prêmio Nobel de Literatura pelo conjunto de sua obra. Em 1922, todas as suas obras (opera omnia) foram objeto de uma condenação papal (decreto da Congregação do Santo Ofício 31 de maio de 1922). Quando sua morte foi anunciada, em 12 de outubro de 1924, o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Painlevé, declarou: "O nível de inteligência humana caiu naquela noite.” No decorrer de sua vida, Anatole France fez inúmeros discursos, Vers Les Temps Meilleurs, publicado em 1906, reúne os discursos e alocuções feitos por Anatole France em reuniões da Ligue des Droits de l’Homme, Libre Pensée e outras associações para as quais o autor prestou apoio e contribuição, e encerram o período de 28 de novembro 1898 a 24 de fevereiro de 1906. Suas declarações indicam um compromisso humanista e socialista sincero. Este volume nos faz reviver um homem que, apesar de acadêmico, foi um combatente laico e racionalista. Seu maior discurso: "O grande valor humano é o próprio homem. Para reforçar o valor do globo terrestre, precisamos primeiro colocar o homem em evidência. Para explorar o solo, as minas, a água, todas as substâncias e todas as forças do planeta, é preciso o homem, todos os homens, a humanidade, toda a humanidade. A plena exploração da terra exige o trabalho combinado de homens brancos, amarelos e negros. Reduzindo, diminuindo, lutando contra uma parte da humanidade, estamos agindo contra nós mesmos (...)” É como afirma seu editor no prefácio da obra, seus discursos “são a manifestação mais clara da generosidade de coração, a bela visão de espírito, do sentido político daquele que se aprazia outrora a escarnecer o diletantismo”.