Navegando por Autor "Flaubert, Gustave"
Agora exibindo 1 - 3 de 3
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Item Correspondance(Charpentier, 1892) Flaubert, GustaveDivididas em quatro volumes, com uma apresentação realizada por sua sobrinha Caroline Commanville na introdução do primeiro tomo, como o próprio nome deflagra, esta coleção apresenta toda a correspondência de Gustave Flaubert, respeitando a ordem cronológica das escrituras. Como a própria Caroline explica logo no início da apresentação das correspondências, a obra não se trata de uma biografia do autor: são simples lembranças, reunidas e celebradas por quem muito o conheceu e amou. O conteúdo das correspondências apresenta tanto um tom mais íntimo – em cartas destinadas a seus amigos e familiares – quanto um teor mais formal, com discussões acerca das produções de Flaubert, das produções dos destinatários e afins. Encontram-se nas missivas discussões acerca de suas mais célebres obras, como Madame Bovary e Três contos. O autor aborda, em carta à Sra. Des Genettes, a escritura da novela Um coração simples, que comporá mais tarde esse grandioso livro, última obra publicada pelo autor em vida. Dentre as diversas personalidades com quem Flaubert se correspondeu, vale ressaltar aqui os nomes de Théofile Gauthier, Gerorge Sand, Guy de Maupassant, Sainte-Beuve e Charles Baudelaire. Uma das cartas enviadas a este último data de dois meses após a publicação da obra As flores do mal, momento em que o poeta moderno sofria com a censura por representar um “ultraje” à moral pública e à moral religiosa -; nesta missiva, Flaubert procura se inteirar a respeito do ocorrido e se mostra grandemente indignado com o acontecimento. O primeiro volume abrange as correspondências enviadas entre os anos de 1830 e 1850, período em que se correspondeu, sobretudo, com Ernest Chevalier e Madame X. O segundo volume compreende as cartas remetidas entre os anos de 1850 e 1854, período em que, somado aos dois nomes anteriores, trocou grande número de missivas com Maxime du Camp. No terceiro volume, que trata das correspondências compreendidas entre os anos de 1855 e 1869, Flaubert estabelece contato com Saint-Beuve, George Sand, Edmond e Jules de Goncourt, Théofile Gauthier e Charles Baudelaire, entre outros. Já no quarto e último volume, em que encontramos a correspondência referente aos anos de 1869 e 1880, soma-se a alguns dos nomes já mencionados anteriormente os de Émile Zola, Guy de Maupassant e Leconte de Lisle, entre outros.Item L'éducation sentimentale : histoire d'un jeune homme(Charpentier, 1893) Flaubert, GustaveGustave Flaubert (1821-1880) foi um escritor e crítico de arte francês, que se destacou por inovar a estrutura do romance com as profundas análises psicológicas de suas personagens e com as descrições quase fotográficas de seu meio. Com uma escrita de caráter realista, o autor buscou trazer para suas produções um refinado senso de realidade, bem como lucidez sobre o comportamento social de sua época, tendo sido, por vezes, considerado um moralista. Algumas obras de Flaubert teriam se destacado por apresentar fortes traços de autobiografia. Uma delas é, sem dúvida, A educação sentimental. Em carta enviada a Marie-Sophie Leroyer de Chantepie, escrita quando o enredo do livro era apenas uma ideia incipiente, Flaubert comenta: “Quero escrever a história moral dos homens de minha geração – ou, mais precisamente, a história de seus sentimentos. É um livro sobre amor, sobre paixão; mas uma paixão capaz de sobreviver nos dias de hoje – ou seja, uma paixão inerte.” Podemos dizer, portanto, que em A educação sentimental estamos diante de um romance de fundo autobiográfico, em que Frederico Moreau, protagonista do texto, é uma espécie de representação de Gustave Flaubert jovem, com suas paixões e subsequentes derrocadas. O romance, dividido em três partes, conta a história de Frederico Moreau, um jovem francês que vivenviou a revolução de 1848 e a formação do Segundo Império Francês e que se apaixona por uma mulher mais velha, que, apesar de ser repetidamente traída pelo marido, M. Jacques Arnoux, é muito amada por ele. Vê-se, em A educação sentimental, um misto de realidade objetiva e também de subjetividade latente. Por ter se valido dos anos conturbados que culminaram na revolução de 1848 como pano de fundo para história, esta obra foi considerada por muitos críticos como romance histórico.Item Salammbô(Charpentier, 1911) Flaubert, GustaveGustave Flaubert (1821-1880 ) foi um escritor francês e um dos principais representantes do realismo. O autor tornou-se célebre na literatura francesa devido à profundidade de suas análises psicológicas, pela sua lucidez ao tratar do comportamento social e pelo estilo acurado na escrita: diferentemente de vários colegas de ofício, o autor levava anos para escrever um único romance, pois dizia que precisava sempre utilizar “a palavra certa”. Desse modo, em Flaubert, o romance realista atinge o equilíbrio jamais visto entre a arte e a realidade. Dentre as suas obras mais importantes, estão Madame Bovary (romance, 1857), A Educação Sentimental (romance, 1869), Trois contes (contos, 1877) e Salambô (romance, 1862). Em sua obra Salammbô, Flaubert elabora uma espécie de romance histórico valendo-se de alguns acontecimentos passados na antiga Cartago: as Guerras Púnicas e a Guerra dos Mercenários. Não tendo contingente suficiente para defender seu território das tropas romanas durante as Guerras Púnicas, o grande conquistador Amílcar Barca recorre à contratação de um imenso número de soldados. Com as vitórias das batalhas, os comerciantes da cidade organizam um festim comemorativo, durante o qual Mâtho, um dos mercenários, se apaixona por Salammbô, filha do general Amílcar Barca. No entanto, não recebendo do grande general a quantia previamente combinada, liderados por Mâtho, os soldados se revoltam contra seu contratante. Tem início, então, a Guerra dos Mercenários. Durante um dos ataques, o manto sagrado da deusa Tanit - a quem Salammbô havia sido consagrada - é roubado. O contato humano com o manto trará consequências irreparáveis para o destino das personagens diretamente relacionadas a ele. Para escrever o romance, Flaubert se desloca para o oriente a fim de impregnar-se da cultura local. Ainda que o enredo tenha sido baseado em sua imaginação, o autor consultou textos de Políbio, Plínio, Xenofonte, Plutarco e Hipócrates para delinear o mundo antigo e descrever a cor local. Desde a sua publicação, em 1862, o romance levantou discussões e divergências de opinião entre críticos, escritores e outros artistas: se, por um lado, recebeu duras críticas de Charles Augustin Sainte-Beuve, por outro, recebeu o apoio de Victor Hugo, Jules Michelet, Hector Berlioz. Ainda assim, o romance se configurou como uma das melhores produções de Gustave Flaubert e uma das mais preciosas joias da literatura mundial.