Navegando por Autor "Castello Branco, Camillo"
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Item Aventuras de Bazilio Fernandes Enxertado(Livraria de Antonio Maria Pereira, 1872) Castello Branco, CamilloCamilo Castelo Branco (Lisboa, 16 de março de 1825 – Vila Nova de Famalicão, 1 de junho de 1890) foi um dos escritores mais prolíficos da literatura portuguesa, tendo incursionado pelo romance, crônica, crítica literária, teatro, história, poesia e tradução. Relativamente à sua vida, sabe-se tão pouco a respeito dela, que muito cedo se criou a aura do “torturado de Ceide”, tornando inevitável ler na sua obra momentos da vida vivida. Personalidade instável, irrequieta e irreverente, Camilo esteve envolvido em amores tumultuosos, o mais famoso conhecido como “episódio Ana Plácido” (1859-1862), mulher casada que fugiu com o escritor, sendo ambos presos e depois absolvidos. Na época, Camilo já era um escritor conhecido pela sua atividade jornalística e literária, tendo colaborado em vários jornais (O Nacional, Jornal do Comércio, Semana, entre outros), sob o seu nome ou com pseudônimos, como também fundado outros tantos (A Cruz, O Bico de Gás, O Ateneu, A Gazeta Literária do Porto). Depois de estrear na poesia, Camilo volta-se para o teatro, mas será no romance onde o escritor produziu grande parte de sua obra. Mais conhecido como autor de romances e novelas sentimentais, Camilo, no entanto, tem uma vasta produção de romances satíricos, nos quais investe contra a corrupção moral, dentre os quais Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado, publicado em 1863, e cuja segunda edição, saiu em 1872, pela Livraria de Antonio Maria Pereira – Editor, de Lisboa. Centrado na alta burguesia portuense, o romance relata as peripécias de Basílio Fernandes Enxertado, filho de um rico comerciante do Porto, a partir de um narrador que se identifica como amigo de Basílio. Muito embora pretenda contar a saga de um herói, título que o narrador atribui à personagem, nem por isso deixa de ridicularizá-lo. Daí decorre a criação de um dos narradores mais irônicos da obra camiliana, pois ao mesmo tempo em que se mostra disposto a defender o suposto amigo, bem como a burguesia a que pertence, expõe o oportunismo em que se fundamentam suas relações. As cenas cônicas e irônicas que compõem o romance de 1863, para além de divertirem o leitor, retratam como a influência da família Enxertado culmina em benefícios jurídicos bastante particulares que ignoram a legislação vigente no período. A prática do favor, acionada pelo dinheiro, instigou José Fernandes Enxertado, pai do protagonista, a tomar duas providências que determinaram a direção da narrativa: impedir um casamento indesejado e adquirir um título de nobreza.Item Cancioneiro alegre de poetas portuguezes e brazileiros(Livraria Internacional de Ernesto Chardron, 1887) Castello Branco, CamilloCamilo Castelo Branco (Lisboa, 16 de março de 1825 – Vila Nova de Famalicão, 1 de junho de 1890) foi um dos escritores mais prolíficos da literatura portuguesa, tendo incursionado pelo romance, crônica, crítica literária, teatro, história, poesia e tradução. Relativamente à sua vida, sabe-se tão pouco a respeito dela, que muito cedo se criou a aura do “torturado de Ceide”, tornando inevitável ler na sua obra momentos da vida vivida. Mais conhecido como autor de romances e novelas sentimentais, Camilo foi também organizador da antologia Cancioneiro Alegre de Poetas Portugueses e Brasileiros, cuja 2ª. edição foi publicada em 2 vols., pela editora de Ernesto Chardron, do Porto, em 1887 (a 1ª. é de 1879). Com prefácio datado de São Miguel de Seide, 1º. de janeiro de 1879, o romântico português declara ter-se inspirado em The Book of Humour Poetry, “impresso recente e primorosamente em Edimburgo”. Partindo do princípio de que “a poesia sentimental acabou”, Camilo seguiu o exemplo da seleta escocesa, escolhendo versos onde “não há flores para altares nem de jazigo”. Por trás do elogio do riso, Camilo investe contra “Ideia Nova”, isto é, o realismo/naturalismo, então em pleno apogeu em Portugal, responsável pela morte da poesia sentimental. A antologia organizada por Camilo provocou aplausos e protestos, conforme ilustram os comentários que fazem parte do 2º. Volume - “Os Críticos do Cancioneiro Alegre” -, com prefácio do autor de 1º. de setembro de 1879. Sem obedecer a qualquer rigor histórico ou cronológico, a antologia compila poemas de 59 autores (32, no 1º. vol., 27, no 2º.), entre brasileiros e portugueses, especialmente modernos, precedendo-os de comentários, entre mordazes e irônicos. Dentre os brasileiros figuram Franco de Sá, Fagundes Varela, Correia de Almeida (Padre José Joaquim), Caetano Filgueiras, Gonçalves Dias, Joaquim de Sousa Andrade, Casimiro de Abreu, Meneses Paredes, Francisco Moniz Barreto. Do rol de poetas portugueses fazem parte, entre outros, Gil Vicente, Camões, Bocage, Almeida Garrett, Castilho, Antero de Quental, João de Deus, Simões Dias, Faustino Xavier de Novais, Gomes de Amorim.Item Eusebio Macario(Chardron, 2014-03-26) Castello Branco, CamilloCamilo Castelo Branco (Lisboa, 16 de março de 1825 – Vila Nova de Famalicão, 1 de junho de 1890) foi um dos escritores mais prolíficos da literatura portuguesa, tendo incursionado pelo romance, crônica, crítica literária, teatro, história, poesia e tradução. Relativamente à sua vida, sabe-se tão pouco a respeito dela, que muito cedo se criou a aura do “torturado de Ceide”, tornando inevitável ler na sua obra momentos da vida vivida. A personalidade literária de Camilo domina a segunda geração romântica em Portugal, podendo ser considerado seu representante típico, quer pela extensão de sua obra, quer pelo vasto público que conquistou. A partir da década de 1870-1880, o êxito de Eça de Queirós e a evolução do realismo para o naturalismo com Zola obrigaram o consagrado escritor romântico a um reajustamento aos padrões da nova escola literária, sob o disfarce de pretensa paródia à série Rougon-Macquart do romancista francês e ao estilo afrancesado de Eça. É o que faz, incluindo em Sentimentalismo e História, a novela Eusébio Macário, com o subtítulo “História natural e social duma família no tempo dos Cabrais”, publicado em 1ª. edição, em 1879, e em 6ª. edição, em 1887, dentro da “Coleção Lusitânia”, pela editora de Chardron, de Lelo & Irmão, do Porto. A presença de Eça e Zola impregna os quatro paratextos da obra: “Dedicatória”, “Nota Preambular”, “Prefácio à Segunda Edição” (setembro de 1879), “Advertência” (junho de 1879). Divido em duas partes, o livro traz na primeira, intitulada - Sentimentalismo – a novela Eusébio Macário, que parodia o estilo da escola naturalista. A narrativa gira em torno da família de Eusébio Macário, farmacêutico viúvo, aspirante ao título de Cavaleiro da Ordem de Cristo, pai de José Fístula e Custódia. Ao destino desta família entrelaça-se a do comendador Bento Montalegre, brasileiro (na novela camiliana, brasileiro é o português que emigrou para o Brasil e voltou a Portugal, regra geral com fortuna), com quem Custódia vem a se casar por interesse. A segunda parte da obra, referente à História, contém as biografias de Duarte de Castro, Manuel da Silva Coutinho, D. Francisco de Portugal. Segue-se às três biografias, a polêmica travada entre Camilo Castelo Branco e Manuel Pinheiro Chagas, a propósito da lenda do Machim, que integra o folclore da Ilha da Madeira, e trata da origem da localidade do Machico, atribuída a Roberto Machim, cavaleiro lendário da corte do réu Eduardo III de Inglaterra (final século XIV e início do XV). As críticas (positivas) recebidas pela novela Eusébio Macário, publicadas em jornais de Portugal, foram anexadas no final do volume.Item José Bálsamo(Chardron, 1874) Castello Branco, CamilloCamilo Castello Branco (1825-1890), lisboeta nascido em 1825, ficou órfão ainda menino, aos dez anos, sendo criado pela irmã. Tenta, em vão, cursar medicina, mas logo entrega-se à literatura e a uma vida de aventuras amorosas, demonstrando uma grande volubilidade sentimental até conhecer Ana Plácido, grande paixão de sua vida. Casada, ela abandona o marido para unir-se a Camilo, rendendo-lhes um processo por adultério. O escritor ganha, então, notoriedade, intensificada pela publicação de Amor de Perdição (1862). Diante da necessidade de sustentar sua família, trabalha incansavelmente, somando mais de uma centena de livros, configurando extensa e variada obra dos mais diferentes gêneros: poesia, teatro, crítica literária, folhetim, epistolografia, novela, conto e história, ainda que algumas dessas obras promovam uma difícil separação das fronteiras entre os fatos e personagens históricos e o trabalho ficcional do escritor. Exemplos dessa variada obra são Esboços de apreciações literárias (1865), livro de crítica, e D. Luís de Portugal, de historiografia, por exemplo. É preciso reconhecer, além de um dos maiores expoentes do romance e da novela românticos em Portugal, também é autor de obras como Coração, Cabeça e Estomago (1862), publicada originalmente em 1862, em que já se pode entrever, pelo tom irônico, sobretudo no que diz respeito à relação amorosa, pela representação crítica dos costumes, pela própria constituição interna da narrativa, fortes traços da estética realista, que viria a se firmar na segunda metade do século XIX, ainda que historiadores da literatura como Fidelino Figueiredo, em seu História Literária de Portugal (1966), bem como outros críticos importantes da obra de Camilo, prefiram entender tais romances como “sátiras ao realismo”. Desgostos familiares e os sofrimentos causados pela sífilis levam-no a suicidar-se em 1890, quando já possuía grande reconhecimento como escritor. Há muitas obras digitalizadas de Camilo Castelo Branco disponíveis na University of Toronto Libraries, hospedada em Archieve.org. Na coleção de obras digitais da Biblioteca Nacional de Portugal também é possível localizar outras obras do autor.Item Maria da Fonte(Chardron, 2014-03-26) Castello Branco, CamilloCamilo Castelo Branco (Lisboa, 16 de março de 1825 – Vila Nova de Famalicão, 1 de junho de 1890) foi um dos escritores mais prolíficos da literatura portuguesa, tendo incursionado pelo romance, crônica, crítica literária, teatro, poesia e tradução. Relativamente à sua vida, sabe-se tão pouco a respeito dela, que muito cedo se criou a aura do “torturado de Ceide”, tornando inevitável ler na sua obra momentos da vida vivida. Mais conhecido como autor de romances e novelas sentimentais, Camilo incursionou também pela história, como no livro Maria da Fonte, publicado em 1ª. edição, em 1884 (a 2ª. saiu em 1901), e em 3ª , em 1908, com ilustrações, na “Coleção Lusitânia”, da editora Chardron, do Porto. No “Discurso Proemial”, datado de “São Miguel de Ceide, 21 de novembro de 1884”, o escritor conta que, ao folhear as páginas do livro do padre Casimiro José Vieira (1817-1895) - Apontamentos para a História da Revolução do Minho em 1846 (1883) -, reportou-se aos anos em que, na companhia do sacerdote minhoto, tomou parte na revolta popular chamada de Maria da Fonte, ocorrida na primavera de 1846. Foram essas lembranças, motivadas pela leitura da obra do padre Casimiro (cujo original Camilo teve acesso, por intermédio do padre Sena Freitas) que o levaram a escrever a sua versão da célebre revolta do Minho, na convicção de que “o dele (do padre Casimiro) e o meu são dois livros que se completam”. Dividida em quatro partes – “Marias da Fonte”, “Casimiro, o presbítero”, “O Miguelismo”, “Epistolário, pedreiros-livres, etc” -, às quais foi acrescentado um “Post-Scriptum”, a obra percorre a trajetória da guerra civil de 1846: a participação das mulheres iniciadoras na revolução, as atividades do padre Casimiro à frente do grupo de camponesas minhotas, o contexto da revolta, com o embate entre miguelistas e liberais, a fuga do padre Casimiro para Felgueiras, no norte do Porto, onde passou a escrever cartas enviadas, entre outros, para a rainha D. Maria II, e a elaborar a obra Protesto Contra a Sacrílega Invasão de Roma e a Apreciação da Liberdade Liberal (1871), na qual critica os maçons. Ciente de que a preocupação com o rigor histórico não o impediu de tomar partido na reconstituição da revolta de 1846, no “Post-Scriptum”, Camilo se penitencia dos lampejos de “jovialidades, ironias, risos histéricos”, que impregnam o seu trabalho. Como desculpa, alega que para ele era “penosíssima tarefa escrever este livro nostálgico sem o desafogo de umas eternas ligeirices e verduras que me suavizassem o assunto pesado de saudades”.Item Volcoens de lama(Chardron, 1898) Castello Branco, CamilloCamilo Castelo Branco (Lisboa, 16 de março de 1825 – Vila Nova de Famalicão, 1 de junho de 1890) foi um dos escritores mais prolíficos da literatura portuguesa, tendo incursionado pelo romance, crônica, crítica literária, teatro, história, poesia e tradução. Relativamente à sua vida, sabe-se tão pouco a respeito dela, que muito cedo se criou a aura do “torturado de Ceide”, tornando inevitável ler na sua obra momentos da vida vivida. A personalidade literária de Camilo domina a segunda geração romântica em Portugal, podendo ser considerado seu representante típico, quer pela extensão de sua obra, quer pelo vasto público que conquistou. A partir da década de 1870-1880, o êxito de Eça de Queirós e a evolução do realismo para o naturalismo com Zola obrigaram o consagrado escritor romântico a um reajustamento aos padrões da nova escola literária, tal como acontece no último romance de Camilo editado em 1886, Vulcões de Lama, cuja segunda edição saiu em 1898, pela editora Chardron, do Porto. Esperava-se que a obra viesse a ter o mesmo sucesso que A Brasileira de Prazins, de 1882, mas as expectativas se frustraram. O título do romance – Vulcões de Lama - é justificado na introdução, onde o autor observa que a comparação entre as “paixões férvidas de alguns homens aos vulcões” não corresponde nesse caso ao símile dos vulcões Etna, Hecla e Vesúvio, e sim aos de Java, “vulcões de lama que expluem o seu o seu lodo sobre as coisas e as pessoas, primeiro emporcalhando-as, depois asfixiando-as na sua esterqueira espaçada”. À sugestão e justificativa do título corresponde um enredo sombrio, povoado de figuras vis, de mesquinhas traições e vinganças que circundam a história de dois amores: Hilário/Balbina e Artur/Doroteia. A intriga do romance provém de uma história verídica contada a Camilo pelo historiador Pinho Leal, à qual o escritor introduziu algumas alterações. Em Vulcões de Lama, ao contrário do que acontece em Eusébio Macário, nem todas as personagens são repugnantes, embora haja o uso premeditado de alguns ingredientes naturalistas. Por sua vez, a salvação moral do estouvado Artur contraria as regras da estética naturalista, para a qual não era possível haver final feliz, ainda mais quando envolvia o filho de um Padre e de uma adúltera, produto de uma educação defeituosa.