Critíca Literária

URI Permanente para esta coleção

Navegar

Submissões Recentes

Agora exibindo 1 - 5 de 11
  • Item
    De l'Allemagne
    (Michel Lévy, 1860) Heine, Heinrich
    Christian Johann Heinrich Heine foi um poeta alemão que ficou conhecido como “o último dos românticos”. Nasceu no seio de uma família judaica sob o nome de Harry, na cidade alemã de Düsseldorf em 13 de dezembro de 1797 e faleceu em Paris no dia 17 de fevereiro de 1856. Grande parte de sua obra foi musicada por célebres compositores, tais como Robert Schumann, Brahms, Hugo Wolf e Richard Wagner. Seu pai, um comerciante judeu em território alemão, enviou o filho à casa do irmão Salomon, um rico banqueiro de Hamburgo, quando os negócios iam mal. Seu tio financiou seus estudos e encorajou-o a iniciar uma carreira comercial, porém, logo mostrou um certo desinteresse pela área, e foi estudar Direito, primeiro na Universidade de Bonn, em seguida, na Universidade de Göttingen, e formou-se na Universidade de Berlin. Em 1825, considerando as inúmeras proibições e restrições aos judeus em muitos estados alemães, decidiu converter-se ao cristianismo luterano e assumiu o nome de Christian Johann Heinrich, nomeando-se a si próprio Heinrich Heine. Logo descobriu seu amor pela literatura e, em 1821, estreou como poeta com a publicação do livro de poemas intitulado "Gedichte". Em 1831, acreditando que encontraria na capital francesa maior liberdade de expressão e maior compreensão de suas ideias, Heine trocou a Alemanha por Paris onde recebeu influência dos socialistas utópicos, porém, tamanho desconforto seus escritos causaram nas autoridades alemãs que Heine foi considerado subversivo. Suas obras foram, durante muito tempo, vetadas na Alemanha e Heinrich foi proibido de retornar a seu país natal, permanecendo, então, exilado na França. Lá, o autor trabalhou como correspondente do jornal liberal alemão Allgemeine Zeitung, e em seus escritos procurava de alguma forma divulgar a cultura alemã. Além de poemas, Heine escreveu ensaios críticos sobre cultura, arte, literatura e teatro como se vê na obra-prima De l'Allemagne. Publicado pela primeira vez na França em 1834, esta obra é um ensaio crítico, dividido em dois volumes, e escrita pelo poeta a fim de difundir a cultura alemã na França. Nela, o poeta narra a história da escola romântica alemã e também da religião e da filosofia na Alemanha. Nos três primeiros capítulos do primeiro tomo, o autor fala sobre as lutas entre religião e filosofia e o desenvolvimento desses aspectos na Alemanha da época e explica a evolução intelectual que ocorreu no país nesse período. O autor dá uma breve, porém penetrante, visão das crenças, religiões e filosofia cultivados desde a idade média até Hegel, passando por Martinho Lutero e Kant. O autor traz à tona aspectos centrais da literatura alemã e seus principais poetas românticos e fala ainda do despertar político da nação.
  • Item
    Littérature russe
    (Armand Colin, 1900) Waliszewski, Kazimierz
    Kazimierz Waliszewski Klemens (1849-1935) foi um escritor e historiador polonês. Estudou em Varsóvia e em Paris, doutorou-se em direito em 1875, por meido do estudo do tema sobre as condições dos estrangeiros sob o direito romano e francês. Em seguida, interessou-se pela história da Rússia e seus grandes nomes políticos, tais como Ivan, o Terrível; Pedro, o Grande, e Catarina II. Sua biografia sobre Catarina II, O Romance da Imperatriz Catarina II da Rússia, publicado em 1893, foi agraciado com um prêmio da Academia Francesa. A obra Littérature russe, dividida em doze capítulos e publicada em 1900, narra, a partir de um panorama histórico dos acontecimentos que marcaram a Rússia, o desenvolvimento da literatura no país. Iniciando com a literatura presente na Idade Épica, Waliszewski fala da poesia popular, provérbios, enigmas e do caráter religioso na literatura dessa época e, ainda, destaca nomes como o grego Máximo, Pierre, o grande e Ivan, o terrível. Em seguida, o autor discorre sobre o renascimento, a criação da língua russa, a fundação do teatro russo, o romantismo na Rússia e a evolução intelectual e política que ocorreram na época e, também, como sucedeu o realismo. Indo mais a fundo na literatura russa, o autor explana sobre desenvolvimento nacional literário e do movimento de emancipação da literatura local, ou seja, como consolidou a literatura no país a partir de influências de obras e escritores estrangeiros até aportar na literatura contemporânea.
  • Item
    L'Évolution de la poésie lyrique en France au dix-neuvième siècle: leçons professées a la Sorbonne
    (Hachette, 1895) Brunetière, Ferdinand
    Ferdinand Brunetière foi um historiador de literatura e crítico literário francês. Nasceu em Toulon, na região Provença-Alpes-Costa Azul, em 19 de julho de 1849 e faleceu em 9 de dezembro de 1906, em Paris, aos 57 anos. Filho de um inspetor-geral da Marinha, Brunetière mudou-se rapidamente da sua cidade natal, passando sua infância em Fontenay-le-Comte. Não tendo concluído a escola normal superior, passou a dar aulas particulares em instituições privadas. Em 1875 ele colaborou para a revista La Revue des Deux Mondes, veio a ser secretário editorial em de 1877 à 1892 e tornou-se diretor em 1893. Em 1886 tornou-se conferencista na Escola Normal Superior, foi condecorado em 1887 à Legião de Honra e, em seguida, tornou-se professor da Sorbonne. Em 08 de junho de 1893 foi eleito membro da Academia Francesa, ocupando a cadeira 28. Em 1897 lecionou nos Estados Unidos e se converteu ao catolicismo em 1900. Brunetière era essencialmente um classicista racionalista do século XVII e se opôs diversas vezes às correntes literárias de seu tempo escrevendo artigos críticos contra Gustave Flaubert, Emile Zola. Ele era também contra o cientificismo dominante da época. Curiosamente, Ferdinand defendeu uma teoria da evolução de gêneros literários, inspirado nas teorias de Darwin. A obra L'Évolution de la poésie lyrique en France au dix-neuvième siècle: leçons professées a la Sorbonne, publicada em 1895, foi redigida a partir de um curso dado por Ferdinand Brunetière na Universidade Sorbonne. Dividido em dois tomos, o primeiro é composto por um capítulo inicial no qual encontramos os objetivos, métodos e espírito do curso que será narrado pelo professor, mais oito capítulos nos quais o autor irá descrever a origem do lirismo até sua transformação causada pelo romance. Ainda, no primeiro volume, Brunetière traz à tona grandes poetas, tais como Chateaubriand, André Chénier, Lamartine, Victor Hugo; discorre sobre suas poesias, influências e a evolução dos aspectos poéticos presente em cada autor. Brunetière não trata apenas de poesia, mas também da sociedade, do indivíduo pertencente a ela e de aspectos filosóficos que envolveram cada época.
  • Item
    Le théâtre du peuple : essai d'esthétique d'un théâtre nouveau
    (Hachette, 1913) Rolland, Romain
    Rolland Romain foi um escritor, biógrafo e professor francês que nasceu em Clamecy, em 29 de janeiro de 1866, e faleceu em 30 de dezembro de 1944 na comuna francesa de Vézelay. Até os quatorze anos morou e estudou em Clamecy e, em 1880, sua família mudou-se para Paris. Lá, frequentou o Lycée Saint-Louis e, posteriormente, o Louis-le-Grand. Em 1886 foi admitido na Escola Normal Superior, onde estabelece uma ligação próxima aos escritores André Suarès e Paul Claudel. Em 1889 torna-se professor associado de história. De 1889 a 1891 viveu em Roma, onde atuou como membro da Escola Francesa de Roma, um instituto francês de pesquisas na área de história, arqueologia, ciências humanas e sociais. Nesse período, descobriu obras-primas de arte italiana que foram decisivas na construção de seu pensamento. Em 1892 retorna a Paris e começa a reunir uma série de materiais para sua tese de doutorado. Nos anos seguintes, lecionou história nos colégios Henri-IV e Louis-le-Grand. Em 1895 obteve o título de doutor em Letras com uma tese sobre as origens do teatro lírico moderno. Em 1900, organizou, em Paris, o primeiro congresso de história da música. A partir de 1904 passou a ensinar história da música na Sorbonne, mas renunciou ao cargo em 1912 para se dedicar à carreira literária. Em 1915 foi laureado com o Prêmio Nobel da Paz. Seu legado de obras é vasto e engajado. Sua obra pioneira, intitulada Le Theatre Du Peuple, é um rico ensaio que apresenta um panorama da história do teatro, da Revolução Francesa ao teatro de Bussang de Maurice Pottecher, o “primeiro teatro do povo”. Nesta obra, Rolland faz uma série de propostas a fim de estabelecer o que foi verdadeiramente o teatro popular e chamar a atenção para o que o autor considera “uma máquina de guerra contra uma sociedade caduca e obsoleta”.
  • Item
    Physique de l'amour : essai sur l'instinct sexuel
    (Mercure de France, 1925) Gourmont, Remy de
    Rémy de Gourmont foi um escritor, poeta, crítico e dramaturgo francês. Nasceu em 4 de abril de 1858 em Bazoches-au-Houlme e faleceu em Paris em 27 de setembro de 1915. Em 1866, seus pais, o conde Auguste-Marie de Gourmont e a condessa Mathilde de Montfort, o enviaram para o colégio interno Lycée de Coutances, onde permaneceu até 1876. Em 1876, mudou-se para Caen, cidade situada no noroeste da França, e lá iniciou seus estudos em Direito, obtendo, em 1879, o diploma de bacharel. Em 1881, Rémy conseguiu um emprego ligado à Biblioteca Nacional e colaborava com revistas como Le Monde e Le Contemporain. Entre 1882 e 1886, publicou diversos livros históricos populares. Em 1889, Remy de Gourmont juntamente com Alfred Vallette, Dumur Louis, Ernest Raynaud, Jules Renard, Albert Samain, fundou a revista francesa Mercure de France, com a qual ele colaboraria durante vinte e cinco anos. Esta colaboração marcaria profundamente a personalidade da revista, à qual o nome de Gourmont permanece inextricavelmente ligado. Na mesma época, Gourmont é afetado por um tipo de lúpus cuja progressão só poderia ser interrompida por meio de cauterização extremamente dolorosa, que o desfigurava e comprometia a sua vida social e amorosa. Psicologicamente abalado, permaneceu muito tempo enclausurado em sua casa e, quando voltou a sair, foi somente para ir aos escritórios da Mercure e, uma vez por ano, saía de férias por algumas semanas e ia a Coutances. Depois disso, para ele não havia mais do que trabalho e livros. Publicou quase exclusivamente na Mercure de France, um vasto e abundante trabalho, que consistia em romances, peças de teatro, livros de poesia e, especialmente, ensaios que demonstram sua profunda erudição. Em 1905, com André Gide, ele assumiu a administração da revista L'Ermitage. A saúde de Gourmont continuou a declinar, começou a sofrer de ataxia locomotora e se tornou cada vez mais incapaz de andar. Ficou profundamente deprimido pela eclosão da I Guerra Mundial e morreu em Paris em 1915. Entre as obras que publicou na Mercure de France está Physique de l’amour, um ensaio sobre o instinto sexual, que foi publicado pela primeira vez em 1903. Partindo de uma discussão do instinto sexual presente nos animais, o autor estabelece uma relação com a sexualidade do homem em um plano único dentro do que concebe ser a “sexualidade universal”. Além disso, sua obra é também uma dissecação anatômica do corpo humano, sobretudo do corpo da mulher. Embora o autor ridicularize possíveis comparações antropomórficas existentes entre animais e homens com uma pitada de humor negro, afirma que descrever os animais e seu comportamento é também aprender um pouco mais sobre nós mesmos.