Contos tradicionaes do povo portuguez

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Data
2014-03-26
Autores
Braga, Theophilo
Journal Title
Journal ISSN
Volume Title
Publisher
Livraria Universal
Resumo
Joaquim Teófilo Fernandes Braga (Ponta Delgada, 24 de fevereiro de 1843 – Lisboa, 28 de janeiro de 1924), político, escritor, jornalista e ensaísta português, colaborou ativamente para o desenvolvimento dos estudos antropológicos em Portugal, num momento em que a novelística popular, na Europa, era objeto dos estudos de Grimm, Köhler, Gaston Paris, Cosquin, e outros. A abordagem etnográfica das origens folclóricas da literatura portuguesa é tratada em Contos Tradicionais do Povo Português, obra em dois volumes, publicada no Porto, pela Livraria Universal de Magalhães & Moniz Editores, em 1883. No prefácio do volume I, Teófilo Braga informa que o livro faz parte de um “vasto inquérito das tradições portuguesas”, iniciado em Cancioneiro e Romanceiro Geral português (1867) e nos Estudos da Idade Média (1870), e que uma vez terminado, constituirá a Biblioteca das Tradições Populares Portuguesas, “base orgânica sobre que fomos criando a História da Literatura Portuguesa (1871 a 1881)”. Na introdução, intitulada “Literatura dos Contos Populares em Portugal”, Braga sistematiza, em perspectiva histórica, os reflexos dos contos populares na tradição literária erudita portuguesa, cujo índice de nacionalidade, nos termos da matriz romântica, será avaliado à luz da maior ou menor fidelidade ao elemento tradicional. No ensaio “Da novelística popular. Sua origem, persistência e transmissão”, Braga explicita sua perspectiva acerca dos contos populares, subdividindo a “novelística popular” segundo as grandes etapas do pensamento religioso, definidas por Augusto Comte. Assim, as fábulas, apólogos e anexins remontariam ao estádio feiticista; os contos e epopéias ao estádio politeísta; os casos, às novelas e lendas, e os exemplos e parábolas ao estádio monoteísta. Num segundo momento, apoiado fundamentalmente nos pressupostos da mitologia comparada, os diferentes gêneros populares são identificados segundo suas origens étnicas: as fábulas, apólogos e anexins, sobrevivências das civilizações cuchita e mongolóide; os contos e epopéias, como originários das civilizações indo-europeias; os casos e exemplos, as novelas, lendas e fábulas, procedentes da civilização cristã e ocidental.
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