As duas fiandeiras

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Data
1881
Autores
Amorim, Francisco Gomes de
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Publisher
Empreza Horas Românticas
Resumo
Francisco Gomes de Amorim (Avelomar, Póvoa de Varzim, 13 de agosto de 1827- Lisboa, 4 de novembro de 1891), poeta, jornalista e dramaturgo português, emigrou com dez anos para o Brasil, tendo sido caixeiro, em Belém do Pará. Vítima dos maus tratos de patrões portugueses, Gomes de Amorim fugiu para o sertão amazônico, onde por acaso encontrou, na cabana de uma família indígena, o poema Camões, de Almeida Garrett, episódio que dá início à sua vida de poeta, conforme relata no prefácio autobiográfico de Cantos Matutinos (1858). De volta ao Portugal, em 1844, depois de dez anos de ausência, estreita relação de amizade une Gomes de Amorim a Almeida Garrett, que tendo publicado o Romanceiro e Cancioneiro Geral, em 1843, irá influenciar o amigo e discípulo na valorização da cultura popular. A essa primeira influência soma-se a das Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, em 1871, que irão desembocar no movimento nacionalista de valorização do mundo rural, enquanto repositório das raízes da Nação. É nesse contexto impregnado de amor à Pátria e de preservação das tradições populares que desponta As Duas Fiandeiras, “romance de costumes populares”, publicado por Gomes de Amorim em 1881 (embora escrito em 1866), pela prestigiosa editora de David Corazzi de Lisboa, dentro do selo “Horas Românticas”. A dedicatória da obra, evocação da paisagem amazônica, e a geografia da narrativa, a Avelomar natal, configuram as duas pátrias às quais o autor dizia pertencer. Retratados com fidelidade e verossimilhança, os tipos humanos que povoam As Duas Fiandeiras vêm ao encontro da caracterização regionalista nos quadros do realismo-naturalismo, ao mesmo tempo em que respondem pela idealização de uma ruralidade mítico-simbólica, com a qual se inicia a narrativa: “Ainda lá não chegaram os esplendores e os vícios da civilização, que ilustra e corrompe tudo (...)”.
Série de conferências – também conhecidas por Conferências do Casino – pronunciadas, em 1871, em Lisboa, por iniciativa do chamado grupo do Cenáculo, de que faziam parte Antero de Quental, Eça de Queirós, Jaime Batalha Reis, Salomão Sáragga, Manuel Arriaga e Guerra Junqueiro. As Conferências do Casino tinham por objetivo instaurar, em Portugal, um debate mais moderno em torno de questões da Filosofia e da Ciência Moderna, a exemplo do que vinha acontecendo na França, na Alemanha e na Inglaterra, de modo a implantar as bases da transformação política, econômica e religiosa da sociedade portuguesa.
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